Não é novidade

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(Maya)

Eu acordo, levanto, me arrumo e desço pra sala, decidida a contar pro meus pais a minha novidade, mas quando desço o último degrau, ambos estão na sala me olhando chocados, Carol e Richard meus irmãos, estão com eles.

- "O que houve gente?" - me aproximo.

- "Por que não nos contou Maya?" - Meu pai diz.

- "O que?" - engulo em seco.

- "Sobre sua gravidez" - minha mãe diz chocada. Como eles descobriram?

- "Como descobriram?"

- "Carol nos contou." - Minha mãe diz. O que?

- "Me desculpe Maya."

- "Você não tinha esse direito." - grito.

- "Maya, como deixou isso acontecer?"

- "Não me julgue Richard, por favor não você."

- "Nunca deveria ter feito besteira, mas já que fez, por que não nos contou imediatamente? - meu pai diz em voz firme.

- "Não era pra ser assim, era pra ser uma novidade, as coisas iam fluir de outra forma."

- "Pois não é novidade, se não tivesse presenciado essa cena, quando iria nos contar?"

- "Quando eu...estivesse pronta, vocês vão me expulsar de casa?" - digo quase chorando.

- "Não, mas vamos ter uma conversa muito longa." - Meu pai diz por fim.

- "Tudo bem." - digo e saio.

Eu achei que pudesse ser pior, mas não foi. E eu sinto um alívio tão grande.

...

Eu vou pra escola, quando chego, encontro Gaby e vamos pra sala de aula.

- "Meus pais já sabem."

- "Como foi?"

- "Eles não me expulsaram de casa."

- "Você tava esperando que expulsasse?

- "É a reação típica dos pais em geral, quando descobrem que a filha adolescente tá grávida."

- "Então tá" - ela da de ombros e sorri. - "E o que pretende fazer agora?"

- "Pensar no meu futuro, com meu bebê."

- "Nosso bebê" - sorrio.

- "Maya, Gabryela, chega de conversa" - a professora chega, diz e começa a aula.

....

  Chega a hora do intervalo e eu respiro aliviada, Gaby sai rapidamente e eu mais devagar, um ser tão pequenino não dá trégua eu tô cansada. Quando saio pela porta, esbarro em alguém e quem é? Isso mesmo Nicolas Cooper. Eu sorrio. Por que? Sei lá.

- "Que coisa do destino te encontrar de novo." - Ele sorri de lado.

- "Destino nada. Estudamos na mesma escola." - nos olhamos - "Aí desculpa a grosseria, é que meu humor muda rápido por causa da gravidez e...

- "O que?" - droga o que foi que eu fiz?

- "Aí meu Deus, falei demais"

- "Como assim?" - ele diz chocado. Droga.

- "Bom, finge que nunca me ouviu."

- "Eu quero saber da história."

- "Pra que? Você nem me conhece."

- "Adoraria conhecer."

- "Bom você caiu" - forço uma risada. - "Eu não tô gravida, era uma brincadeira."

- "Você poderia fingir um pouco melhor. Olha Maya, me conte tudo eu quero ajudar.

- "Não quero... Quer dizer Obrigada, mas não."

- "Vou estar aqui se precisar."

- "Não espere que eu confie em você, talvez você seja um psicopata, oferecendo falsa ajuda."

- "Me admira que pense isso de mim, mas já sabe, se precisar de ajuda, pode contar comigo."

- "Mas eu não quero. Obrigada"

  Me afasto e me toco do que acabei de falar. Se Nicolas acreditou, meu segredo já era. Meu mundo tá desmoronando pouco a pouco. Por causa desse bebê. Ele tá estragando a minha vida. Eu vou até o pátio e encontro Gaby. Não sei se conto pra ela, o que acabou de acontecer. Eu sei, ela não tem nada a ver com isso, mas é minha melhor amiga e eu preciso compartilhar com ela.

- "Eu não leio mentes, mas te conheço, o que tá acontecendo?"

- "Nada, impressão sua que tá acontecendo alguma coisa."

- "O que você e Nicolas estavam conversando?"

- "De onde tirou isso?"

- "Eu vi, e também, aqui é FBI querida" - rimos- "Eu descubro, só não leio mentes e é por isso que vou fazer você contar tudo."

- "Tá...A gente tava conversando normal e...

- "E...?

- "Ele sabe do meu segredo. Nosso segredo" - Corrijo imediatamente.

- "E como ele descobriu? Hein?" - ela diz brava.

- "Eu meio que falei...Você não tem porque ficar brava Gabryela."

- "Você quer manter segredo, ou gritar aos quatro ventos?"

- "Gaby por favor. Ele já deve ter esquecido."

- "Sei" - ela revira os olhos.

  E por mais que eu queira negar, Gaby está certa. Nicolas é um aluno aleatório que sabe meu maior segredo. E como não sei quem ele é direito e do que é capaz, eu tô ferrada. Literalmente.

- Flashback on -

- "Você poderia fingir um pouco melhor. Olha Maya, me conte tudo eu quero ajudar.

- "Não quero... Quer dizer Obrigada, mas não."

- "Vou estar aqui se precisar."

- "Não espere que eu confie em você, talvez você seja um psicopata, oferecendo falsa ajuda."

- Flashback of -


- "Hello, volta pra realidade" - ela estala o dedo.

- "O que? Onde?"

- "Tá pensando em que?"

- "Eu? Nada."

- "Eu tô te chamando há tempos e você com o pensamento longe, não respondeu."

- "Me desculpa eu... tava pensando no que Nicolas me falou.

- "Humm Nicolas... Já tá gostando dele?"

- "Não fala bobagem. Eu..."

- "Espera, disfarça, ele tá vindo."

- "Quem? Como assim?"

- "Nicolas ta vindo, disfarça."

- "Oi meninas" - ele se aproxima.

- "O-oi - gaguejo. Droga.

- "O que você quer?" - Gaby questiona.

- "Fazer parte do grupo de vocês."

Como assim?



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