Prólogo - Too Late To Say Goodbye

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     "Muito Tarde Para Dizer Adeus"

Keith

23:12

“ Primeira chamada, vôo British Airways S5-8694 com destino ao Reino Unido, passageiros se dirijam   imediatamente ao portão de embarque H8 ”

Keith sentiu aquele conhecido aperto no coração, teria que dizer adeus novamente; doía.

Levantou o rosto mais uma vez de Mia, que tinha as bochechas quentes e os olhos vermelhos que entregavam uma manhã de choro.

Ela chorava muito, não poderia perder tudo que a restava, ela vivia para Keith e ele vivia para ela.

O moreno acariciou novamente o rosto da irmãzinha na esperança de consolá-la.

12 anos, pensou. Mia já tinha 12 anos, 12 anos desda primeira vez que a viu, em um bercinho, recém - nascida.

Keith envolveu mais uma vez os braços na garota que, agora, chorava como nunca molhando todo o casaco do moreno.

Vê-lo partir assim de repente, era muito para uma garota tão jovem, tão dócil aguentar. Era doloroso demais, como se uma parte de seu íntimo tivera sido arrancada sem dó e nem piedade.

Mas Keith sabia que devia ir. Olhou suplicante para a mãe por cima dos ombros de Mia. A garota não iria soltá-lo, não o deixaria partir tão fácil assim.

“Por favor maninho”

Ela fungava e soluçava enquanto era puxada cuidadosamente pela mãe que atendia as súplicas do moreno.

“filha, Keith vai perder o vôo se você não soltá-lo”

Mia finalmente havia cedido — mesmo a contragosto —, não cabia a ela a escolha e nem cometer total injustiça com o meio irmão. Keith tinha que ir embora, e ela, ela não podia fazer nada além de chorar.

Um dos motivos que fazia Keith odiar despedidas era ver pessoas que certamente amava chorar e, na intenção de evitar tal acontecimento prometera a si mesmo que não iria
demonstrar fraqueza diante de Mia e da Sra. Fabray.

Permaneceu frio e distante, porém o choro dela lembrava muito o dele de alguns anos atrás e aquilo estava cada vez mais difícil de suportar.

As lembranças vieram como um turbilhão e ele começara a sentir novamente o impacto daquela que sempre o acompanhou desda morte de seus pais no incêndio: a dor.

Olhou para mancha de choro que Mia deixara no seu ombro direito sentindo aquele famoso nó na garganta voltar com tudo, porém dessa vez, ele não conseguiu engoli-lo e chorou ao embarcar no avião.

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