DESTINO - 2jae

08

Espero que gostem

Jaebum encarou seu reflexo no espelho e bufou, tocando o cabelo duro e passando os dedos languidos pela sua pele grudenta. Depois de quatro dias de heat, finalmente sentia seu corpo estável como antes. Seu rosto ganhou o aspecto caveiroso de volta, mas com Youngjae ao seu lado aquilo não seria um problema que se prolongaria.

Depois de um banho demorado, ainda se sentia tão sujo como antes, mas tentou ignorar a sensação. Ele queria encontrar Youngjae o mais rápido possível, seu coração falhava uma batida só de pensar em ficar mais um dia sem vê-lo. Tinha que se desculpar com ele por todas as coisas sujas que o menor havia protagonizado em sua mente, o que foram muitas

Jaebum entrou no carro e deu a partida. Sentia uma mistura de nervosismo, culpa e raiva. Sentia medo da reação de Youngjae ao vê-lo. E se ele não me reconhecer? Ou simplesmente negar-se a sair comigo? Afinal, Jackson é muito mais legal que eu.

Assim que estacionou o carro em frente à casa de Jackson, sua mente já havia repassado dezenas de cenas, cada uma pior que a outra. Podia sentir seu coração bater forte. Assim que percebeu que a porta da frente estava entreaberta, saiu do carro e entrou na casa.

— Jackson? — Chamou o amigo do andar de baixo e ouviu passos altos ecoarem pela casa.

— Jaebum? — Olhou para a direção de onde havia ouvido seu nome e riu da cena do moreno descabelado. — Está rindo? É você mesmo? Você está ótimo comparado aos seus outros heats. — Jackson tagarelava enquanto descia as escadas e, ao chegar à sua frente, puxou-o pelos ombros para um abraço apertado, o qual Jaebum tentou retribuir da melhor forma.

— Cadê ele? — Jaebum perguntou e anuviou sua expressão quando encarou a expressão confusa de Jackson. — O Youngjae, cadê ele? — Ele não pôde evitar não aumentar o tom de voz. O nervosismo o dominava novamente.

— Na casa de um amigo. — Por que diabos ele parece confuso? — Eu.. acho. — Jackson tentou ser cuidado ao proferir as últimas palavras.

— Você acha? — Jaebum alardeou-se, apertando o pulso só amigo cada vez com mais força. — Qual o seu problema, Jackson? Enlouqueceu? Ele é um ômega de outra cidade! Não sabe se cuidar sozinho.

— O que há de errado com você, Jaebum? É claro que ele sabe. — Perguntou, confuso.

— Há quanto tempo?

— Ele foi ontem de manhã e passou a noite lá. Novamente, talvez.

— O quê? — Jaebum apertou os olhos, fechou e abriu as duas mãos continuamente. Ele sentia que estava perdendo o controle. Precisava de Youngjae. Por que era tão irônico que Youngjae causara isso, mas era o único que poderia evitar o pior? — Você tem o endereço? — Perguntou, tentando parecer mais calmo, embora sentisse que a cor amarelada já havia dominado suas pupilas majoritariamente. Aquilo era um péssimo sinal.

— Há dois quarteirões daqui. Não tem nada com o que se preocupar, Jaebum.

— E-eu... — Soltou o ar que não sabia que estava segurando. Sua respiração estava começando a se alterar e ele juntava todos os seus esforços para exalar calmaria diante do amigo. — Só quero ter certeza de que ele está bem.

— Se é isso, então... — Jackson deu de ombros e soltou um risinho. — Uma casa azul à direita da rua, como eu disse, há dois quarteirões, seguindo para a direita. — Jaebum assentiu e deixou a casa.

Entrou no carro e dirigiu até a casa do amigo de Youngjae. Por que ele se sentia estranho tão de repente? Por que estava sendo tão difícil aceitar que Youngjae não estava esperando por si?