Espero que gostem
Jaebum despertou do sono com um celular tocando e prendeu um rugido assim que sentiu o cheiro doce do ômega tão perto de si. Inspirou o ar, sem vergonha de encostar a ponta do nariz no pescoço do mais novo. Era quase como se quisesse embriagar-se com o cheiro de Youngjae. Ouviu o barulho que despertou-o mais uma vez; era um toque de celular. Ergueu um pouco o tronco e percebeu que vinha de um bolso da calça do ômega.
— Youngjae. — Disse baixinho. — Seu celular.
— Uhm... — Gemeu, fazendo Jaebum rir. Fofo.
— Youngjae... — Tocou seu ombro levemente e o mais novo pareceu, finalmente, despertar. Alcançou o bolso da frente da calça que vestia e sacou o celular. O mais velho leu "mãe" no visor do aparelho.
— Alô. Oh, sim. Sim! — Jaebum queria muito saber o assunto da conversa assim que viu um brilhante sorriso no rosto de Youngjae — Estou tão ansioso. — O alfa sentou-se na cama e virou-se de costas para o ômega, tentando dá-lhe privacidade. Mal ele tinha visto a expressão de reprovação no rosto do Youngjae. Uma sensação boa inundava o corpo do alfa e ele tinha certeza que nenhuma droga o faria sentir isso. Era como se estivesse próximo de seu lado humano, não saberia explicar, pois nunca havia se sentindo assim. — Estou bem. — Ele não podia evitar não ouvir a conversa de Youngjae. — Jackson também. Não, ele não estar aqui. Não estou em casa. Não estou sozinho, mãe. Não se preocupe. — Jaebum imaginava como os familiares de Youngjae deveriam ficar aflitos ao imaginar o filho ômega em uma cidade grande. — Está bem. Obrigado. Tchau. — Youngjae soltou um longo suspiro. — Bom dia. — O mais novo disse, ergueu o tronco da cama e coçou os olhos com os punhos cerrados. Por algum motivo Jaebum achou aquilo muito fofo.
— Bom dia. — Não estava acostumado com aquela palavra, pois não a falava com frequência.
— Dormiu bem? — O alfa achou estranha a pergunta, mas não demonstrou. Ninguém o perguntava isso. Imaginava que aquilo era uma conversa de quando você acordava com alguém do lado.
— Sim, muito bem. Já fazia tempo... — Ponderou.
— Deveria ir ao médico se tem problemas com insônia. — Jaebum ficou um pouco tenso. Não gostava de falar sobre a sua condição, muito menos da palavra "médico".
— Eu já tomo remédios para isso. — Era verdade. Eles só não faziam o efeito desejado.
— De qualquer forma, deveria procurar um.
— Eu não preciso de um, 'tá legal? — Levantou a voz e saiu pisando duro até a janela, de costas para Youngjae. Passou a vida toda ouvindo das pessoas que sabiam da sua condição que precisava de um especialista. Não é como se ele já não tivesse passado a vida atrás de médicos.
— Des-desculpe. — Youngjae encolheu-se contra a cama. — E-eu falei alguma coisa? — Irritar um alfa nunca é bom. Uma vozinha soou na sua cabeça. Ele não queria ter medo, mas, na frente de um alfa maior que si, como Jaebum, era inevitável.
— Sim. — Disse, seco, não querendo encara-lo.
— Devo sa...
— Não! — Jaebum gritou. Jaebum gritou na presença de Youngjae, que tampou os ouvidos com ambas as mãos e não conseguiu esconder uma careta de dor. — Youngjae! Desculpe-me, por favor, desculpe. — Correu até a cama e parou na lateral, temendo causar mais dano.
— E-eu acho que... — Sua frase foi interrompida e ele apertou os olhos, fazendo outra careta.
— Desculpe. — Ele abaixou a cabeça. Sabia que ômegas eram sensíveis a gritos de alfas, mas, mesmo assim, gritou.
Youngjae queria sair dali, queria pensar sozinho, mas não conseguia encher o peito de ar e falar isso. Quem dirá o que o alfa faria quando ele botasse o pé pra fora dali se ele gritou só de ouvi-lo dizer que iria sair. Afinal, o que ele havia falado de errado?
— Hyung, já melhorou. — Tirou os punhos dos ouvidos lentamente e suspirou. Jaebum sentou-se ao seu lado na cama e parecia ponderar.
— Você quer comida? — Ele lembrou-se de ontem, no restaurante, como Youngjae parecia feliz enquanto comia. — Posso ir comprar.
— Se não for incômodo, é claro.
— Não será! — Ele deu um pulo da cama e quase tropeçou nós próprios pés no caminho para o banheiro. — Espere aqui, está bem? — Jaebum, de roupas novas, aproximou-se do ômega. Youngjae engoliu à seco e assentiu.
[...]
Youngjae não poderia estar mais satisfeito! Jaebum havia ido à loja de conveniência e comprado um banquete só para si. Macarrão, bolos, tortas. O ômega simplesmente não acreditava que aquilo tudo era para si.
— Não vai comer? — Perguntou ao mais velho que, até agora, só o havia observado.
— Não tenho o costume de comer pela manhã.
— Você tem que provar isso! — Esticou o braço com um pedaço de bolo de chocolate e Jaebum mordeu um pedacinho. Nunca fora fã de doces, ao contrário de Youngjae, que parecia amá-los.
— É bom. — Disse, por fim, ganhando um olhar incrédulo de Younjae.
— É muito bom! — Jaebum riu da animação do mais novo, que riu junto. Ele poderia comprar banquetes todo dia em troca de uma cena como aquela. Ele acabara comendo o macarrão, que Youngjae havia deixado pela metade e trocado pelos doces. O gosto era bom. Conseguiu comer sem ter vontade de cuspir fora ou de jogar a tigela longe, o que era um grande avanço para si.
— Sabe, — Checou as horas no celular ao seu lado. — Vou ter que ir daqui a pouco. — Youngjae criou coragem e finalmente disse.
— Ir? Para onde?
— Casa do Jackson. Ele disse que eu iria ficar lá por um tempo, lembra? — Jaebum assentiu, engolindo à seco.
— Por que não fica por mais um tempo?
— Eu tenho que ir para a faculdade. Hoje vai ser meu primeiro dia. — Embora um pouco nervoso, não podia evitar sorrir. —Jack hyung vai me levar.
— Eu posso te levar. — Jaebum afirmou.
— Seria ótimo, hyung. Mas...
— Eu posso ir te buscar. — Jaebum disse, interrompendo-o. Uma ponta de ansiedade dominava-o agora. Não sabia o porquê daquilo, ele nunca fora sequer insistente.
— Claro, seria ótimo. — Não mentiu. Jackson estava sempre atrasado, Youngjae havia aprendido isso na última semana. — Mas, hyung..
— Pergunte. — Jaebum disse em um tom de ordem, e quase bateu na própria cabeça por causa disso. Sua intenção era incentiva-lo a falar, não mandar.
— É só que... — Youngjae procurava uma maneira descontraída de dizer que "já estou aqui há quase dois dias, o que você quer?". — Nós vamos morar juntos agora? — Riu. Ele estava sendo irônico, mas Jaebum não achou engraçado, apenas manteve uma expressão séria.
— Jackson não é muito confiável. É só isso. — Jaebum se sentia egoísta, pois sabia que aquilo não era verdade. Mas também não era uma mentira, Jackson chamava aquilo de improvisar.
— Oh... — Youngjae se sentia constrangido por ter interpretado as intenções do alfa errado. Ele era um garoto de uma cidade pequena, o mais velho só queria cuidar de si. — Obrigado pela comida. Não sentirei fome tão cedo.
— Eu que agradeço por você ter ficado e dormido comigo, Jae. — Jaebum disse, sincero, e agradeceu pela frase não ter soado de uma maneira errônea. Não sabia da onde havia tirado o apelido, mas gostou, e Youngjae não se incomodou.
Desculpem-me por qualquer erro
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DESTINO - 2jae
Любовные романыEnquanto Jaebum, um alfa antipático, tentava lidar com a falta de controle da sua parte lupina, Youngjae, um ômega, mudava-se para Seul para começar sua sonhada faculdade de música. Quando os dois se encontram, Jaebum percebe que o garoto ajuda sua...