O impacto da Responsabilidade

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"Capítulo novo mais cedo que o previsto? Temos! Aproveitem!" 💕



     Havia algo de solene e plácido na morte, os dias ficavam mais borrados e cinzas, as arvores sussurravam a favor do vento que esguio se espremia entre as vielas, os chafarizes, e os vasos de flores murchas, sobre os túmulos erguia-se frondosos pés de caules fortes ora de frutos, ora de flores. Sobre o tumulo de Leigh nada fora plantado, de mármore negro e cru era feito, suas descrições de um prateado brilhante dava os primeiros sinas de desbotamento devido ao tempo em que ali se inseria, nas mãos trêmulas e vacilantes a viúva levava uma rosa branca de pétalas sedosas, que roçava-lhe os dedos, acariciando suas juntas e a fazendo sentir-se um pouco mais segura.

    Ao seu lado, a pequena Claire, apertava os olhinhos para enxergar melhor as letras, sempre que podia treinava a leitura para que se aperfeiçoasse, na miniatura ao lado Leigh-Anne lançava a pequena seu sorriso cravado eternamente na pedra fria, congelado, distante, mas igualmente vivo nas memórias de Perrie. Esticando as mãozinhas prontamente a garotinha roubou a rosa da mãe e pôs sobre a grande pedra negra.

- É uma flor tão bonita, deveríamos ter trazido mais um monte delas. Mamãe certamente iria preferir assim

- Flores atraem abelhas, meu amor. – Perrie disse aérea sem encarar a filha que a olhava desconsolada. – Sua mãe tinha pavor a tudo e qualquer coisa que voasse.

- Ela gostava das borboletas. – Claire suspirou acariciando o mini retrato da mãe falecida. – Talvez esta rosa atraia uma que seja bem bonita.

- Tenho certeza que irá. – A voz encorpada de Verônica surgiu repentinamente pegando a promotora de surpresa. – Olá, Claire. Como você cresceu!

- Oi. – Claire respondeu um pouco desanimada

- O que pensa que esta fazendo aqui?

- Esqueceu que eu morava aqui? Não posso ter vindo visitar alguém?

- Você se mudou com 19 anos, toda sua família é da Austrália.

- Vejo que ainda me conhece muito bem.

- Preferia não ter conhecido.

- Você não me dá um voto de confiança, não é? – Verônica sorriu sorrateiramente e olhando por sobre os ombros da jovem loira continuou. – Confesso que o sorriso dela era impactante, tão doce e tão cega...

- Já chega! Tome cuidado com o que sai da sua boca, minha filha esta aqui exijo respeito. – Perrie sussurrou entre dentes, baixo o suficiente para que a pequena não escutasse, embora ainda que com raiva estivesse, seus olhos bradavam culposos.

- Farei pela Claire.

- Tia Jess! – O timbre vivaz e agudo da criança anunciou, fazendo com que a ruiva encara-se a outra mulher atrás de si.

- Olá meu anjo, dá cá um abraço! – A menininha passou como um pé de vento pela mãe, esbarrando levemente em Verônica que comprimiu a face com certa irritação. Jesy a acolheu entre os braços encarando as duas mulheres com aparente reprovação e surpresa. – Trouxe estas flores para sua mãe, são margaridas.

- Perfeitas, ela precisava de mais flores mesmo! Obrigada, tia vou colocar no vaso.

- O que significa isso, Perrie? – Jesy indagou em um sussurro tinha os olhos focados no sorriso debochado que Verônica lhe lançava. – Vir ao tumulo da sua esposa com essa mulher? Justo ela, de quem a Leigh tinha tantos ciúmes.

- Não significa nada, Jéssica. Nos encontramos por acaso, e você sabe que a Leigh era muito insegura.

 Verônica soltou um riso indiscreto.

I'm not her - JerrieWhere stories live. Discover now