Capítulo 4

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    Cheguei em casa, deitei no sofá, e fiquei lembrando daquele momento na mansão abandonada. Não conseguia parar de pensar nele, como um psicopata poderia se apaixonar por alguém? Essa pergunta ficou em minha cabeça a noite toda pois não sabia se era mesmo paixão ou só uma maneira de me atrair e depois me matar.
    No dia seguinte fui trabalhar. Eu realmente não conseguia tirar Myers da cabeça.
    Eu e Layane trabalhamos juntas, então eu conversava com ela sobre tudo que acontecia comigo, mas não  sei se ela entenderia, a melhor amiga dela tendo um caso com o assassino do irmão dela, se é que pode ser chamado de caso.
    Eu não aguentei, por mais que eu soubesse dos riscos eu precisava contar pra alguém, isso não pode ser tão ruim quanto parece.

- Psiu... Lay vem cá, preciso te contar uma coisa. (Sussurrei)

- Vai me fala Dedé, encontrou algum admirador secreto?

- Na verdade não é secreto... É o Myers...

- COMO?! (Seu rosto ficou pálido)

- Sim sim Lay, mas eu posso explicar

- VOCÊ ESTA TENDO UM CASO COM O ASSASSINO DO MEU IRMÃO DEBORA.

- NÃO TEM O QUE EXPLICAR (Lay começou a chorar)

- Calma Lay, por favor, eu não sei o que aconteceu, foi só um beijo, eu o segui após ele ter matado o Vitor, um cara com quem estava saindo.

- Ele me levou até uma casa enorme e abandonada, eu estava apavorada mas depois de conversar sobre o motivo dos assassinatos ele me beijou

- Naquele momento eu não senti mais medo...

- Mano Debora, e se ele tivesse te matado? Você é retardada?

- Não Lay, por favor me escuta!

- Eu não quero mais ouvir nada Debora, o cara matou a própria família e matou meu irmão, além de muitas outras pessoas e você ainda acha que ele sente algo por você?

- Você é muito burra na moral.

- La-Lay...

- Mano, eu não esperava isso de você Debora, você era como uma irmã pra mim, e agora está tendo um caso com um psicopata que nem se quer deve sentir algo por você.

Layane saiu da loja chorando e eu não tive coragem de segui-la. Tive que continuar trabalhando, mesmo com um peso na consciência, eu não deveria ter contado pra ela sobre eu e Myers.

Após sair na hora do almoço fui num pequeno bar de esquina próximo de onde eu trabalhava, lá pedi uma dose de tequila, eu precisava esfriar minha cabeça.

- Bebendo a essa hora moça? Não é muito cedo pra beber? (Disse o barman com tom humorado)

- Olha sinceramente eu não tô nem aí pra que horas são, eu preciso esvaziar a mentes.

Olhei o celular pra ver se a Lay tinha mandando alguma mensagem, mas nao havia nenhuma notificação, comecei a chorar, pois eu tinha perdido a única amiga de verdade que eu tinha.

Sai do bar e voltei pra casa, não consegui voltar pro trabalho, eu seria demitida, mas sinceramente eu não tava nem aí pra isso, eu só conseguia pensar em como eu estava dividida ou em como eu poderia estar sendo realmente burra achando que um serial killer iria gostar de mim.

Já que eu não tinha mais nada a perder, eu fui novamente para o casarão abandonado na esperança de que ele aparecesse. Ouvi um ranger de porta, me escondi atrás do sofá, ouvi uma voz diferente acompanhada com a voz de Myers entrando na sala.

- Eu já disse pra você, não sei o que aconteceu, eu a beijei e gostei

- Você é Michael Myers, nunca sentiu nada por ninguém, porque agora sentiria algo?

- Eu não sei...

- E se eu matar sua queria amiguinha?

- Se chegar perto dela eu acabo com sua vida seu desgraçado.

- Como vai matar quem já morreu várias vezes? (O cara misterioso gargalhou)

Ouvi sua gargalhada chegando mais perto, alguém sentou no sofá mas não notaram minha presença.

- cara eu disse pra você, acho que sinto algo por ela

- E ela? Sente algo por você?

- E-Eu não sei...

- Então que tal perguntarmos para ela Myers?

Ouvindo isso meu coração disparou, de repente sinto um puxão de cabelo me levantando e me tirando de trás do sofá.

- Você também sente algo por ele menina? (O homem gargalhou novamente)

O lado romântico de Michael MyersOnde histórias criam vida. Descubra agora