Vida em FRALDAS

parte 16

Fico sem palavras e tento lhe explicar e me interrompe

Ícaro- Poli, é o seguinte, sei que não nos damos mais bem, mas ainda tenho uma filha e você tem o dever de pelo menos me comunicar das coisas que acontecem com ela, ainda mais coisas graves.

Poli- Ícaro, vai a merda. Você ta falando que eu tenho obrigação de ligar para você para atualizar as novidades? é isso mesmo?

Ícaro- sim!

Poli- novamente vai a merda. Eu não vou perder meu tempo ligando para você, pois eu tenho mais o que fazer. Você pode muito bem ligar no celular dela depois da escola, você pode muito bem levantar essa sua bunda grande e vir vê-la, então não venha me dizer quais são minhas obrigações e eu sei que ligar para você não é uma.

Ícaro- Poli, blablablablablabla

Ícaro estava exaltado e desligo na cara dele. Zoey me abraça e eu desabo em lágrimas, Emi estava muito doente e agora o pai dela que fez papel por 5 anos ta se fazendo o preocupado.. o meu ponto de paz naquele momento era Zoey, ela foi e é tudo o que preciso.

Eu vou para o banheiro e tomo um banho para relaxar. Tento não chorar por um tempo e falho, novamente me encontro em lágrimas.

saio do banho e me troco, pego a mala cor de rosa pequena da Emi e vou colocando algumas peças de roupa até encher.
Pego minha bolsa de ombro e coloco algumas fraldas com desenhos, pois no hospital ja tinha as brancas grossas. Coloco também os cremes corporais dela e uma colônia de bebê que ela gostava muito.

Zoey se despede de mim e dessa vez ela que chora, não gostava de ficar sem companhia em casa.

Ft Emi:

Acordo e mamãe não está no quarto, tento me sentar na cama e sinto uma dor horrível nos meus braços e o resto do corpo. E dou um gemido de dor, onde a mãe da menino que estava ao meu lado me olha preocupada.
Agora eu estava dividindo um quarto só com um garoto pois eu estava fazendo uma quimio mais forte e teria que ter um monitoramento mais dedicado.

O menino que estava na cama me olhou e se apresentou

- Oi

respondo com a voz ainda falha

Emi- o-oi

- Me chamo Pietro, como se chama?

Emi- eu me chamo Emi.

Pietro- essa é minha mãe Renata

Emi- Oi Renata

Renata- Oi Emi

Pietro- O que você tem?

Emi- Leucemia, LMA.

Pietro- eu tenho câncer nos ossos..

Emi- e como é?

Pietro- dói... nunca para de doer e você?

Emi- meu corpo ta doendo, e essa quimio que comecei hoje ta me machucando muito.

Pietro- também... você ta sentindo dor agora?

Emi- sim.. bastante.

De repente eu sinto ânsia de vomito e Renata pega o balde rapidamente e vomito só água, e a sonda ameaça sair e seguro.

Depois que vomito bebo um pouco de água e fecho os olhos.
E tento me virar, pois agora eu estava enjoada e não queria mais conversar.

Depois de 5' Kate entra no quarto e vai até mim. Começa medir minha temperatura, pressão e anotar numa prancheta. Depois disso ela olha para a bacia ao lado e pergunta se é meu e adorno que sim. Então ele também anota.