Capítulo 42

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Karen: Todos prontos? - pergunta passando o olhar por cada um. Todos assentimos. - Ok! Vamos primeiro dividir em pequenas equipes para cada carro.

Andrew: No caso, só temos três. - adiciona, racional como sempre. Karen deu um olhar para que ele fizesse a divisão. - Podemos fazer assim, no primeiro carro: Zubin, Connor, Shawn...

Shawn: Não! - todos o olharam confusos. - Pra quê isso de dividir? Não é muito mais simples que cada um vá entrando e fim de papo? Não é mais simples?

Deixo minha cabeça inclinar pro lado, o olhando pensativa. Os outros deram de ombros e seguiram aos carros, mesmo que também estranhando. Shawn se aproximou por atrás de mim e fiz questão de virar para olhá-lo.

Shawn: Que cara é essa?

Procuro algo de diferente em sua expressão, mas ela estava neutra demais. Ignorei seu olhar e segui até o sexto banco do carro, que aliás tinha um acompanhante, o sétimo banco, que logo iria ser ocupado por Shawn. Ele me olhou esperando uma resposta assim que nos sentamos.

- Não sei.

Shawn: Aliás, por quê que todo mundo me olhou assim? - perguntou ríspido. Por que ele estava estressado? - Eu não entendo... - e parou de falar.

Ele parecia prestes a explodir ali mesmo, mas segurou o fôlego e fechou os olhos com força. Respirou fundo e então visou a janela do carro. Me senti entrar em completo estado de confusão.

Há pouco menos de meia hora ele estava relaxado, estranhamente até demais, e agora...

Mexer com ele, naquele momento, não era uma opção. Decidi dar um tempo pra si.

As pessoas dentro do carro riam, mas como eu não conseguia entrar no assunto, não com Shawn daquela forma, apenas usei do tempo para observá-lo.

[...]

Karen: Não se preocupe, meu amor. Garanto que não é nada com você. Ele só está...

Caminhávamos, satisfeitos com a comida do restaurante, por uma das únicas ruas beira-mar esquecidas de Miami. Com o objetivo, claro, de chamar o mínimo de atenção possível.

Karen: Sobrecarregado. - diz ao tirar o olhar do filho e depois mirar em mim.

- Sobrecarregado? - ela assente e eu franzo o cenho preocupada - Mas...

Karen: Pelo visto ele não explicou direito. - não explicou direito...? O quê? - Ou nem explicou.

Realmente não explicou.

O silêncio se estabelece e então o uso a meu favor, ou melhor, a favor de meus pensamentos. Tento criar raciocínios lógicos para o motivo de seu sobrecarregamento, e mesmo não encontrando, isso fez aumentar a vontade de vê-lo e falar consigo.

Talvez não fosse o certo. Talvez eu estivesse sendo invasiva demais pra alguém que reapareceu, do nada, depois de 3 meses longe. Talvez eu não fosse suficiente o bastante para ajudá-lo em algo que eu não fazia a mínima ideia do que se tratava. Mas se existia a possibilidade daquilo ser o certo, então eu faria.

- Oi - Ele se virou, observando-me por inteira. Seu rosto relaxou, como se retirasse uma tonelada inteira de suas costas. - Você disse que não entende... Mas o quê?

Ele respira fundo e seus ombros o acompanham, enquanto observava a areia que pisávamos. Seus olhos centrados e cansados pareciam perdidos. Fazia tempo que não os via assim.

- Não precisa me dizer.

Segurei sua mão, tentando passar-lhe segurança em meu toque. E como se fôssemos um só, ele enlaçou nossos dedos e me olhou seguro. 

ʏᴏᴜ'ʟʟ ɴᴇᴠᴇʀ ʙᴇ ᴀʟᴏɴᴇ | s.ᴍ (HIATUS)Onde histórias criam vida. Descubra agora