⏪Mortos Falam?⏩

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Taehyung estava no trabalho, entregando as ferramentas para o médico legista fazer a autópsia do corpo de um homem que parecia ter sido envenenado, de acordo com os pensamentos falados em voz alta pelo legista.

Era entediante ficar ali parado, olhando para um cara que examinava um cadáver pálido e com as veias se sobressaindo. Contava os minutos para poder voltar para sua função normal como enfermeiro.

ㅡ Taehyung, fique aqui, que eu já volto, tenho que levar uma amostra para o laboratório. ㅡ O legista fala, tirando as luvas de borracha. ㅡ Cuidado para ele não pular em você. ㅡ fala, sorrindo, e aponta para o morto, enquanto pegava a amostra na mesa de metal ao lado.

O mais novo revirou os olhos, e o outro saía da sala. Se deslocou para as urnas onde colocavam os corpos, e abriu uma. O corpo era de uma mulher. Fechou e abriu outra. Idoso. Suspirou, e pensou que faltava pouco para poder sair dali. Fechou novamente e se postou onde estava antes, ao lado do cadáver que estava sendo examinado. Era um homem de uns 30 anos, supôs. Sua aparência estava na medida de decente, para um morto. Quem será que ele tinha de inimigos para morrer envenenado? Distraído, não notou que a temperatura da sala caiu e sua respiração se condensou. As pálpebras do morto começaram a se mover e ele abriu os olhos, que estavam de um vermelho sangue, e puxou o ar, como se estivesse sendo sufocado. O barulho o fez focar no ex-cadáver que o observava.

Deu dois passos para trás, temeroso. Isso com certeza não era entediante, talvez agora quisesse virar médico legista, se o defunto vivo não o atacasse. O corpo se sentou. Ele deixou sua cabeça se inclinar para o lado, e falou, com uma voz que parecia que tinha um microfone na garganta, vapor saía de sua boca, por causa do frio que fazia:

"Tic-toc
Seu tempo passou.
Tic-toc
Sua vida acabou.

Tic-toc
Seu tempo passou.
Tic-toc
Sua vida acabou."

Isso o fez arregalar os olhos, e presenciou o pescoço do cadáver se quebrando e ele caindo de volta na mesa de metal, voltando ao estado em que estava antes, imóvel. Se apressou em sair de lá, esbarrando com o médico legista, e não ligando quando ele lhe chamou de volta. Só saiu daquele lugar, se perguntando se finalmente estava ficando louco.

Já era início de noite, e andou para sua casa, não tão distante do hospital. Quem sabe não perderia o emprego depois de sair sem dar satisfações e também supostamente violado um cadáver. Entrou na casa, logo tomou um banho e pôs um pijama, se convencendo de que havia sido efeito de drogas no café que havia tomado antes de entrar no necrotério. Escutou batidas na porta da frente, mas ignorou, achando que era trote. Jantou miojo ainda escutando as batidas e foi tentar dormir, mas uma frase não parava de se repetir.

Sua vida acabou.

Mas as batidas na porta não.

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♥My Best Nightmare [Kth+Jjk]♥Onde histórias criam vida. Descubra agora