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Algumas horas depois, levantou-se, com o sol batendo no rosto, porque sempre esquecia de fechar a maldita cortina. Foi ao banheiro, e viu que tinha enormes olheiras, e lembrou-se do colar misterioso, que se encontrava embaixo de sua camiseta do pijama. Pegou ele nas mãos e o observou. Era lindo, admitiu, mas precisava tirá-lo, se não iria atrapalhar.

Assim que forçou a correntinha para abrir, seus dedos foram queimados, e ele soltou um gritinho. Olhou para a ponta de seus dedos, agora avermelhada. O que diabos era aquilo? Sentiu um arrepio e um mal pressentimento.

Resolveu então, tomar um banho e tentar tirá-lo debaixo da água, onde não teria como queimar-se. Retirou o pijama, e entrou no box. Ligou o chuveiro, ensaboou-se, lavou seus cabelos e limpou bem o resto do corpo. Quando pronto, quis tirar o colar. Fez menção de levantar a mãos, quando o chuveiro desligou-se sozinho, e as luzes do banheiro piscaram. Seu coração acelerou de medo.

Mas o pior foi quando sentiu mãos quentes em sua cintura, enormes e possessivas, e uma respiração atrás de sua orelha. Quase esqueceu de inspirar, quando sentiu um sopro quente em seu pescoço molhado e seu corpo sendo prensado contra outro, másculo. Saindo de seu torpor, tentou fugir, mas estava impedido, totalmente imobilizado por algo que não via, não sendo capaz de se mexer.

ㅡ Eu finalmente dei o ar da graça de aparecer, não é? Depois de tanto tempo brincando com você. ㅡ sentiu uma lambida quente em sua orelha e uma risada, rouca, maliciosa. Aquela voz era diferente, fazia Taehyung sentir algo. Rouca, profunda e marcante.

ㅡ Fale comigo, garoto, não tenho muito tempo. ㅡ a coisa atrás de si exigiu.

Apareceu no meio do meu banho e ainda quer que tenhamos uma conversa civilizada?

ㅡ O-o quê você quer de mim?

Recebeu um beijo no pescoço e fechou os olhos.

ㅡ O quê eu quero, Taehyung? Eu quero tudo. ㅡ sussurrou em seu ouvido.

Como assim?

ㅡ Não se preocupe, eu irei voltar. ㅡ a presença afirmou e de repente, tudo estava de volta ao normal.

Abriu os olhos. A água do chuveiro escorria, como se nunca tivesse sido desligada. A luz não piscava. Mas Taehyung, sentia algo que nunca sentiu com tanta intensidade. Medo ou algo mais? Desligou o chuveiro e saiu do banheiro, após se secar e vestir novamente o pijama. Desistiu do colar, e resolveu deixá-lo. Fez seu café da manhã e sentou na varanda de casa, olhando para as redondezas vazias. Sua mente vagava, e ele odiava quando isso acontecia, pois ia por caminhos que não eram coerentes.

O que fazer numa situação dessas? Havia algo atrás de si, um zé ninguém, e isso estava afetando sua vida de uma forma perigosa, com mortes e acidentes. Tinha certeza que era algo sobrenatural, mas não tinha idéia de como parar. Não acreditava em bençãos, Deus, diabo e todos as coisas relacionadas. Seguia sua vida na total ignorância, e isso, considerava sua bênção. Nunca se importou, por que começaria agora? Não teve sua vida ameaçada, aquilo o havia feito sair do tédio e sentir alguma coisa, mesmo que fosse medo. E ele estava desesperado para sentir.

Pressentia que sua conclusão era errada, mas havia chegado à ela, e para si, foi justificada. Não existiam verdades, quando cada pessoa decidia quais eram as suas. Nem tudo precisava ou tinha alguma explicação, mas ele ainda precisava dar um motivo, mesmo que fosse o mais louco possível. Talvez devesse mesmo se matar. Será que a presença iria aparecer?

E o que era aquele colar? Antes, os toques o queimavam, mas desde que o objeto havia aparecido, não era mais afetado pelo calor infernal daquele ser. Se levantou, pegou suas coisas, e entrou para dentro de casa, sem nada para fazer. Era mesmo um fracasso, tinha tempo livre, mas tinha preguiça de fazer algo útil, como cortar a grama do quintal. Resolveu preparar um almoço mais demorado, a fim de ocupar seu tempo.

Quando pronto, sentou-se e comeu, deliciando-se. Terminou, pegou sua mochila e foi para o trabalho.

⚫⚫⚫⚫⚫⚫⚫

Era tarde da noite, e Taehyung estava parado no meio do quarto, de pijama, havia jantado e tomado um banho, pronto para testar sua teoria. Se não desse certo, não estaria mais aqui na manhã seguinte. A arma que havia tirado do assaltante estava em sua mão direita, engatilhada.

Deveria pensar algo num momento como esse? Só ansiava pela presença aparecer novamente. Ergueu o revólver e encostou o cano do lado da cabeça, com o dedo no gatilho. Fechou os olhos, e sentiu o calor.

ㅡ Faça isso, e estará adiantando meu trabalho. ㅡ a voz rouca lhe diz, atrás de si.

Abriu um sorriso. Sentia seu corpo solto, podia virar se quisesse e descobrir quem era aquele que o perseguia, mas não faria isso. Queria manter a graça por mais tempo.

ㅡ Então não precisa se dar ao trabalho. ㅡ apertou o gatilho com força.

Nada aconteceu. O silêncio reinava. A arma em sua mão começou a esquentar e ele a largou no chão, onde o tiro que estava destinado a si, disparou para a parede.

Sentiu a presença lançar-se em suas costas e caiu no chão, impedindo com as mãos, que batesse a cara. A respiração quente em seu pescoço indicava que não deveria se mexer. O corpo quente contra o seu, tirava sua concentração.

ㅡ Finge que não liga, mas no fundo só quer que alguém se importe com você. Quer chamar atenção, só para ser notado. Você é patético. ㅡ O ser fala em seu ouvido. Era verdade? Ele era patético?

ㅡ Então por que você se importou? ㅡ sussurra.

ㅡ Eu não me importei. Só estou preservando minha diversão. ㅡ sentiu o peso se levantar rapidamente, e fez o mesmo, logo se virando, encontrando nada.

Bufou e pegou a arma do chão, desengatilhando-a. Guardou na gaveta e foi se deitar, com a mente dando voltas e voltas.

Eu sou mesmo patético.

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♥My Best Nightmare [Kth+Jjk]♥Onde histórias criam vida. Descubra agora