♥My Best Nightmare [Kth+Jjk]♥

⏪Verdades⏩

O colar não foi colocado por algum significado, irei dar uma razão para ele na fic, somente isso.

Havia um estranho colar em seu pescoço que nunca havia visto antes. Não gostava de usar nada pois o atrapalhava em sua rotina no hospital. Mas isso logo deixou de ser o foco de sua atenção, e foi esquecido.

O pequeno filhote estava chorando, fazendo seu coração doer pelo som triste. E tinha motivo, uma de suas patinhas dianteiras pendia solta e uma pontinha do osso estava pra fora e ele tentava se manter em pé, apoiando sem querer na pata machucada e soltava ganidos, olhando para Taehyung.

Como isso havia acontecido? Quando foram dormir estavam bem... foi até o filhote, e o pegou no colo com cuidado, fazendo sons tranquilizantes.

ㅡ Shhhh, vai ficar tudo bem. Vou te levar no veterinário e logo vai passar...

Ficou embalando o filhote que ainda sentia muita dor, com um braço, e alcançou seu telefone, chamando o Uber. Após isso, pegou dinheiro, desceu as escadas de pijama, e saiu pela porta da frente, trancando, e andando até a calçada, embalando o filhote e murmurando uma melodia de ninar.

O carro chegou e ele entrou. O motorista lhe olhou estranho, mas logo deu a partida, após o passageiro dar o endereço. O filhote estava mais calmo, mas ainda gania baixinho.

Quando chegaram ao veterinário 24 horas, Taehyung pagou o motorista, e saiu, andando apressado até o prédio, e adentrando o ambiente. A recepcionista o olhou e logo percebeu o filhote em seus braços, e correu para chamar o veterinário, que no momento não tinha nenhum paciente. A dupla chegou e tirou o filhote choroso dos braços de Taehyung.

ㅡ Fique aqui, logo voltaremos com notícias. ㅡ O homem falou e logo foram para a sala de operações.

Taehyung sentou-se, percebendo que algo de muito ruim entrou em sua vida, após parar de ignorar o que estava acontecendo nos últimos tempos. Um morto falava que sua vida tinha acabado, sentia uma presença quente e acordava com marcas de mãos queimadas em sua cintura, o cara com quem queria transar voou do nada para uma parede e ali morreu, um estranho colar estava em seu pescoço, e agora o filhotinho que estava começando a se apegar, tinha sua patinha quebrada no meio da noite, justamente quando sentiu a presença quente. Não tinha medo facilmente, mas isso era diferente de tudo que já tinha visto e ouvido, e estava começando a ficar assustado.

Viu o veterinário sair da sala, tirando as luvas de borracha, e sentar ao seu lado.

ㅡ Meu jovem, foi você quem quebrou a patinha do filhote?

O moreno arregalou os olhos.

ㅡ Porque eu faria isso? ㅡ que absurdo pensarem isso dele.

ㅡ De acordo com a lesão, ela foi causada propositalmente, e não por acidente.

Taehyung sente uma pontada de culpa. Se não o tivesse levado para casa...

ㅡ Você acha que foi algum familiar? ㅡ O homem pergunta.

ㅡ Não, eu moro sozinho.

O veterinário se levanta, certo de que aquele jovem foi o culpado. Não iria deixar um bastardo como aquele abusar novamente do animal.

ㅡ O filhote ficará conosco, e irá para um lar de adoção. ㅡ afirma, virando as costas e indo embora, sem dar chance de Taehyung o contradizê-lo. ㅡ Não precisa pagar o atendimento.

Homem idiota por pensar que ele ia quebrar a pata de um cãozinho, e depois salvá-lo, o levando ao veterinário. Se fosse para ser cruel, iria quebrar a patinha e abandoná-lo, certo de que o faria sofrer. Não voltaria atrás, uma vez que tivesse tomado uma decisão, iria até o fim, mesmo estando errado. E isso não foi o que ele fez.

ㅡ Filho da puta. ㅡ murmura entre dentes, quando saía do prédio.

Decidiu deixar o filhote em mãos de pessoas normais, porque a sua vida já estava louca há muito tempo. E ainda mais agora, com coisas assim acontecendo, nem sabia se acordaria vivo no dia seguinte.

Resolveu caminhar até sua casa, precisava pensar, e finalmente enxergar que não tinha ninguém. Literalmente, ninguém. Ninguém para contar o que estava acontecendo e que tinha medo. Ninguém para lhe apoiar ou conversar. Ninguém para simplesmente apreciar a presença, abraçar ou lhe ajudar. Ninguém à quem realmente havia se apegado e deixado entrar em sua vida. Passou tanto tempo afastando as pessoas que não pensou na hora em que iria parar e se perguntar "Quem eu tenho esperando por mim quando chegar em casa? Ou talvez que se lembre de mim quando não estiver mais aqui?"

Isso o fez se sentir ainda mais deprimido, como foi capaz de desistir de si mesmo desse jeito? Quando criança, tinha tantos sonhos, lindos, que ficaram em sua lembrança até hoje. Mas cresceu, e viu que o mundo era complicado demais, então deixou de acreditar que algum dia conseguiria realizá-los. Esmagou-os, para não sofrer decepções. Na verdade, nem havia tentado.

Era um fracasso como ser humano. Como filho, homem, como tudo. Era um nada. Sentiu como se colocassem o peso do mundo em suas costas, o obrigando a acordar, e viver. "Ei, você tem 22 anos e saúde, o que está esperando?". Nem Taehyung sabia. Ele valia a pena? Não, não valia.

Chegou em casa, e se jogou na cama, pegando no sono, tentando esquecer que para o mundo, ele não existe e nem nunca existiu.

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