24 horas para salvar Taehyung. Era isso então. Nunca, por mais distorcido que fossem meus esquemas, eles davam errados. O tolo cheio de ódio que Jimin era, após tantos anos, não havia mudado nada. Ajeito meu terno na frente do espelho do hotel de luxo no qual me hospedei para o evento especial de hoje. Estalo os dedos, e faço surgir minha querida adaga negra e correntes, que coloco em cima da cama.
Jimin sabia onde me encontrar, e tinha certeza de que viria, para jogar na minha cara o que havia feito. Ele não sabia que eu estava lá, e queria garantir de que soubesse que havia queimado Taehyung vivo e pego a alma dele para si.
O que o pobre iludido pensava, era que por ter conseguido roubar uma alma que pertencia a outro demônio, sua classe iria subir no inferno. Mas depois de hoje, quem iria se dar bem era eu e ainda iria ter o que queria.
Sento em uma poltrona de veludo vermelha, e me sirvo uma taça de vinho da mesinha ao lado e fico bebericando. Nem apressar as coisas aquele imprestável conseguia. Os ponteiros do relógio marcavam as horas e me deixavam entediado.
Eu tinha oito vidas, contando com essa que ocupava agora. Todos no inferno começam com uma, e adquirem mais conforme vão matando outros demônios. Nossa classe sobe, conforme o nível de maldades que cometemos. Eu já havia feito muito isso, por cheguei onde estou. Jimin tinha cinco vidas, com essa que usava agora, era de um nível inferior ao meu, por minha causa e isso engrandece meu ego. E ainda assim, pensava que iria me vencer. Eu não estou no topo à toa.
Minha idéia era acabar com todas as vidas de Jimin e transferí-las para Taehyung, que se encontrava perdido em algum lugar. Com a primeira vida, ele já ganharia um corpo e por ter vindo de um demônio, se tornaria um híbrido de humano com demônio. Por eu ter fornecido essas vidas para ele, ficaria preso à mim pela eternidade. E era isso que eu queria. Ganharia Taehyung e ainda mataria Jimin.
Abro um sorriso satisfeito, todavia nesse momento a porta do quarto em que estava é chutada e arremessada do outro lado do quarto. Reviro os olhos. Sempre escandaloso. Jimin entrou por ela, com um andar calmo e decidido. Seu corpo de "anjinho" continuava o mesmo de sempre. Mas aqueles olhos mostravam quem ele realmente era e sempre foi.
ㅡ Quanto tempo não nos vemos, Kook. ㅡ ficou à uma distância segura do que estava sentado.
Ainda estou bebericando meu vinho quando dou um sorriso de lado.
ㅡ Não é, Minnie. Sentiu minha falta? ㅡ coloco a taça na mesinha e me acomodo, como se fosse tratar de negócios e realmente faria isso.
Ele andou até um sofá e ali se sentou, com uma postura impecável. Algumas coisas nunca mudam.
ㅡ Pior que não. ㅡ deu de ombros.
ㅡ Mas parece que sim. Vem observando meus passos desde que aquilo aconteceu. ㅡ passo o polegar no meu lábio inferior e seus olhos se prendem em meu movimento. Bingo, ele ainda não havia me superado.
ㅡ Se tivesse me deixado em paz com a minha vida no céu nada disso teria acontecido. ㅡ seus olhos eram repletos de ódio em minha direção, me culpando de algo que quem decidiu foi ele, eu só ajudei.
ㅡ Foi você quem sucumbiu ao pecado e se deitou com um demônio, Jimin. E anjos fiéis a Deus, são mais fortes que isso. ㅡ abri sua ferida com prazer, pois é isso que eu faço. Meu sorriso indicava o quanto estava me divertindo.
ㅡ Eu sou forte! Eu era fiel a Ele sim, com todo o meu ser e coração. Eu era puro e você me corrompeu. ㅡ avançou até mim e apontou o dedo na minha cara, com sua aparência oscilando entre a forma humana e a forma demoníaca. Estava perdendo o controle. ㅡ Você me enganou, eu pensava que me amasse o suficiente para negar o seu lado. Mas não, só queria ter o prazer de destruir um anjo, e no momento em que eu neguei meu Senhor...ㅡ fez uma pausa, com o ar tremulando negro ao seu redor. ㅡ VOCÊ ME ABANDONOU! ㅡ berrou, quebrando os vidros do cômodo.
Eu não havia movido um músculo e meu rosto estava inexpressivo. Não senti nada com o discurso digno de pena que Jimin fez.
ㅡ Foi você quem tomou essa decisão, não eu. ㅡ sibilei em seu rosto.
Ele agarrou meus ombros, cravando suas garras negras neles, e sentou em meu colo, com uma perna de cada lado. Jimin estava tremendo.
ㅡ Uma última vez, por favor. ㅡ sussurrou, com os olhos desesperados. ㅡ Eu fiquei viciado em você. ㅡ Se inclinou para me beijar, mas eu o segurei pelo seu pescoço.
ㅡ A única coisa que farei, será livrar o inferno de uma escória como você. ㅡ E o quebrei, com um ágil movimento. Somente a última vida precisava ser tirada com um objeto especial.
Esperei a fumaça negra que era a primeira vida, sair de sua boca e a deixei entrar na minha, onde guardei para não descer pela minha garganta. Larguei seu corpo na cama, e logo o prendi à cabeceira com correntes que solicitei do inferno, antes de ir encontrar a alma de Taehyung.
Fechei meus olhos e logo me guiei, pela vibração que sua alma emitia. Era uma velha estação de trem iluminada, talvez porque o humano queria que fosse assim. O vi sentado em um banco, olhando para os trilhos, esperando o trem que nunca chegaria. Ele não era mal o suficiente para ir pro inferno, mas também não bom o suficiente pra ir pro céu. Seu destino seria ficar vagando por aquele lugar, se não fosse por mim.
Me aproximei correndo, meu tempo era curto. Assim que me viu, Taehyung se levantou e colocou as mãos na frente do corpo.
ㅡ Não! Não arrisque chegar perto de mim! ㅡ gritou, com tristeza e raiva na voz. Seu olhar era indecifrável.
Não podendo fazer nada a respeito, imobilizei ele com a mente, o peguei pela nuca e selei nossos lábios, passando a vida que guardava, para ele. Senti seu corpo ferver e me afastei, segurando em uma de suas mãos e nos transportei para o plano intermediário.
Assim que chegamos ao quarto de hotel, ele apagou e eu aparei sua queda, o colocando ao lado de Jimin na cama, que já havia acordado e olhava tudo com desgosto.
ㅡ Você é ainda mais sujo que eu pensava. ㅡ rosnou, tentando se soltar das correntes inquebráveis. Peguei a adaga negra com reverência.
Subi em seu colo e olhei em seus olhos, com toda a calma do mundo, ergui a adaga. Cortei o ar e a enterrei em seu peito. Mais uma vez, Jimin morria pelas minhas mãos e eu passava sua vida para Taehyung, através de um beijo. Beijo da morte ou vida, isso você decide.
Fiz o mesmo processo duas vezes, com o corpo de Jimin já ensanguentado e ele ainda me xingando. Taehyung não acordaria até eu passar a quinta vida para ele e bebesse seu sangue.
Na sua última vida, as coisas foram mais intensas. Os olhares diziam muitas coisas, o principal, ódio.
ㅡ Você é um covarde, por prender seu inimigo numa cama, para conseguir tirar suas vidas. ㅡ sibila Jimin. ㅡ E o pior, é saber que fui trocado por um lixo de humano.
Passeei meu dedo indicador de seu peito até o umbigo. Aproximei nossos rostos, e nossas respirações se misturaram. Jimin vacilou em seu ódio quando fiz isso, mas logo se recompôs.
ㅡ Posso ser covarde, mas ainda consigo ganhar. E sobre Taehyung, ele é tudo que você não é e nunca foi. ㅡ sussurrei e beijei seu maxilar trincado, para provocar.
ㅡ Precisava dizer isso tudo para me machucar mais ainda? Deveria fazer meus últimos momentos serem memoráveis depois de tudo que vivemos. ㅡ falou para mim, com deboche.
ㅡ O que tivemos não significou nada, entenda isso. ㅡ ajeitei minha postura novamente e ergui a adaga pela última vez, olhando Jimin nos olhos. ㅡ E morra sabendo que foi o amor que te destruiu. ㅡ E cravei em seu peito.
E assim, foi o fim de um anjo, corrompido por um demônio.
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♥My Best Nightmare [Kth+Jjk]♥
Random💀"Alguns fazem da liberdade sua própria prisão" e Taehyung era um deles. A partir do momento em que foi deixado por conta própria, travou, sem saber como prosseguir. Acabou se acomodando na vida e ela estava se desgastando, mas não tinha vontade de...