Nick
Ela estacionou o carro completamente torto na garagem, desci e comecei a caminhar rápido para a área da piscina a fim de escapar dela e chegar ao meu quarto rapidamente.
Obviamente não deu certo.
— Espera! Nickolas! Me explica essa merda, me deve isso, eu fui te salvar.
Revirei os olhos — Não tenho que te explicar nada garota, e se não parar de me encher, vou contar a sua mãe que você foi de carro!
Ela riu — Conta! Ela já sabe, ela me deixou treinar aqui dentro. Vou fazer dezoito semana que vem.
Minha cabeça deu um nó com a informação, mas não estava com saco para raciocinar, apenas me virei.
— Tá, boa sorte. E boa noite!
— Corta essa! Você não pode ter vivido até essa idade sem nenhum sobrenome! Você tem o que? Dezoito? É impossível, e seus documentos? E a escola?
Me virei para ela quase ficando cara a cara — Escuta aqui garota. Não fico perguntando merdas para você, não dou a mínima para a tua vida, faz um favor por mim? Me esquece! — falei tentando manter minha raiva depois de me odiar por estar tão perto e sentindo seu cheiro.
— Que merdas minhas você quer saber? Vamos trocar merdas então!
— Me deixa em paz garota, por favor! Tive uma porra de noite, só quero cair na cama.
— Tá bom, vamos fazer assim, você vai, toma um banho, e eu preparo um jantar para a gente, e aí trocamos merdas! Pode ser?
— Não vai mesmo desistir, não é?
— Não, e não vai querer dispensar minha comida. — sorriu presunçosa.
Soltei a cabeça de lado, suspirei e assenti — Tá bom! Vai fazendo a comida que eu já vou.
— Nem a pau! Vou cozinhar na sua casa hoje.
— Por quê? — falei indignado.
— Porque se entrar lá, não vai mais sair, e não vamos conversar.
— Essa era uma ótima ideia.
Ela sorriu e me empurrou até meu quarto. Fiquei olhando da porta, ela pegando os utensílios que eu nem havia tocado.
— O que tá olhando? Vai tomar seu banho. — mandou, e aquela autoridade que ela achava que tinha, comandava uma parte de mim, que eu sequer podia questionar.
Caminhei até o armário, peguei uma bermuda e entrei no banheiro, me trancando e abrindo o chuveiro. Fiquei um tempo parado na porta, ouvindo-a cantarolar enquanto mexia e levava as panelas para começar. Não precisava ser muito observador para saber que aquele era o lance dela. Mas o que será que ela pensava sobre mim? E que porra eu ia inventar para ela sobre a merda do negócio de sobrenome?
Enfiei os dedos pelo cabelo, quase urrando de raiva. Tirei minhas roupas, e finalmente entrei debaixo da água quente. É óbvio que tive que bater uma depois de vê-la naquela roupa deliciosa. E por garantia do meu autocontrole durante aquela porra de jantar.
Aquilo só me deixava pior. Eu não podia, ela era a última pessoa com quem eu poderia ter alguma coisa. Era filha da coroa. A porra da filha dela!
Espalmei as mãos nos azulejos. Foco! Foco desgraçado de merda! Amanhã é sexta, você descobriu que pode sair, então vá trepar, vá foder alguma gostosa, e tira a porra da patricinha da cabeça!
Assenti concordando comigo mesmo e terminei o banho, me enxuguei minimamente e vesti a bermuda. Pendurei a toalha atrás da porta e saí, sentindo um cheiro maravilhoso de algo muito suculento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Atroz
Romance(+18) Nick é o líder de uma gangue que comanda crimes e tráfico por todo o estado de São Paulo. Com poder nas mãos, o jovem de apenas dezoito anos é temido por todos, e respeitado como o chefe no lugar onde vive. Porém, o bem estar da pessoa com que...