13 Como irmã caçula

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Isa

Desci meio closet procurando algo a altura de como Nick se pareceria. Falei pra geral que já tinha esquecido Alex e precisava marcar presença. O problema é que eu tinha certeza que ele iria dar chilique se soubesse que minha intenção era levá-lo como "namorado". Já podia ver aquela cara linda cheia de ódio para mim. E ele ficava tão gato quando estava puto, adorava ver aquele rosto ficando vermelho de raiva quando zoava seu tamanho.

Por falar em tamanho... Comecei a descer as caixas de todas as sapatilhas sem salto disponíveis. Não ia fazer isso com ele, o garoto já tinha complexo demais.

Enfim, depois de descer meio mundo em roupas, e deixar meu quarto inabitável, eu finalmente havia encontrado algo a altura de uma acompanhante para Nick.

E não podia deixar de pensar no quanto aquilo era bizarro, eu me esforçando para poder estar com ele. Mas realmente, ele era gato demais, e se eu não tomasse cuidado, do jeito que ele amava falar daquele pau dele, ele pegaria todas as minhas colegas. Potencial e rosto de príncipe para isso, ele tinha.

De repente comecei a me odiar, iria servi-lo de bandeja para todas aquelas galinhas taradas do colégio. O que eu tinha na cabeça? Apesar das piadinhas e das provocações, eu sabia que não tinha a menor chance contra elas. Eram lindas, e infinitamente mais gostosas que eu.

Me olhei no espelho depois de fazer uma maquiagem leve  e vestir meu vestido vermelho de super parar o trânsito combinando com minha sapatilha mais fina e elegante para compensar a falta do salto.

Depois de algum tempo, me convenci de que estava bonita, e desci.

Ele já estava me esperando na sala, sentado como um bom e gostoso menino. Parei em frente a ele admirando sua cara de bobo para mim, sem nem tentar disfarçar.

— E aí? Como é que eu tô? —sorri meigamente.

Ele se levantou, olhou para os lados e se aproximou um pouco mais — Tá uma gostosa do caralho. E com cara de rica. — ele riu.

— Você também tá mó ricaço.

Seu sorriso de lado se abriu daquele jeito cafajeste, e ele me ofereceu seu braço fingindo muito bem ser o cavalheiro que ele não era nem de perto  — Então vamos curtir meu dia de príncipe.

Assenti e peguei meu celular para chamar o Uber.

— Vou avisar minha mãe que estamos indo, temos cinco minutos até o carro chegar.

Ele me acompanhou até às portas da cozinha, e chamei minha mãe discretamente do meio de seus amigos. Ela se levantou de imediato parando a nossa frente, nos admirando como se fôssemos de mentira.

— Vocês estão tão lindos. —  cobriu a boca com as mãos — Tomem cuidado, precisam de dinheiro? Deixem o celular ligado, e não sumam. Por favor, me mandem notícia. Avisem quando chegarem.

— Mãe! — reprovei, e Nickolas riu ao meu lado.

— Cuida dela para mim. Por favor.

— Como minha irmã caçula. — falou tentando parecer sério.

Olhei indignada para ele. Que porra era aquela de irmã caçula? Eu queria era pegar ele, isso sim.

— Ah Nickolas, toma aqui. Ajeita o cabelo. — minha mãe sorriu entregando uma escova para ele.

Por um momento ele a olhou meio desconfiado, mas sorriu pegando a escova e indo para o espelho arrumando o cabelo de um jeito arrepiadinho que não me ajudou nem um pouco a não pensar na frase idiota de "como minha irmã caçula". Ele voltou, ainda mais gato, e devolveu a escova a ela. Que me deu um beijo demorado.

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