Nick
Acordei cedo na sexta, e Dália pediu para que eu limpasse a piscina logo de manhã, porque, aparentemente Helena receberia convidados e preferia, por causa do calor, fazer o encontro na área externa. Nem questionei, peguei meu copo de leite com leite condensado já preparado no balcão, e bebi rapidamente quando vi Isabella descendo para o café da manhã. Coloquei o copo na bancada e saí antes de ela me alcançar.
Peguei as coisas no depósito, e comecei o trabalho, vendo as duas discutindo pelo vidro. Eu só esperava que não fosse por minha causa. Não queria que Isabella falasse nada sobre o lance do sobrenome. Mas dando a volta na piscina, notei que a discussão não tinha nada a ver comigo. Elas gesticulavam uma para a outra, com dedo na cara e tudo. Uma briga pra não sair perdendo em nada para os barracos da quebrada.
Continuei o trabalho fingindo não prestar a atenção. Até Helena parar ao meu lado, e eu ser obrigado a olhar para ela.
— Bom dia, Nickolas.
— Bom dia. Precisa de alguma coisa? — perguntei desconfiado.
— Na verdade sim, e estou envergonhada em ter que te falar isso...
Senti meu coração acelerar, ela não podia me mandar embora, eu ainda não tinha feito porra nenhuma ali além de trabalhar feito um condenado! Precisava de mais tempo.
Mordi o lábio — Fiz algo errado? Eu...
Ela sorriu me tranquilizando — Não, querido, claro que não, é só que a Isabella tem uma festa essa noite e... Será que pode acompanhá-la, ela largou do namorado, ele é meio barra pesada, tenho medo dela sozinha...
Soltei a mangueira da bomba de água no chão e encarei-a. — Quer que eu vá com ela? — falei tentando parecer surpreso.
— Se não quiser ir, eu entendo, tudo bem.
Meus olhos pousaram nos dela, daquele jeito que a deixava visivelmente inquieta, então, sorri — Claro, tudo bem, ela já havia me convidado. — baixei os olhos por uma fração de segundos e sorri ainda mais. — A senhora tem razão em se preocupar com ela. Prometo que vou tomar conta dela direitinho.
Seu sorriso diminuiu um pouco, como se pensasse sobre o assunto, mas logo depois, ela me abraçou. — Obrigada Nickolas. Muito obrigada. Nem sei o que dizer, você sempre me ajudando.
Sorri me soltando dela. — Imagina. Gosto de Isabella, passamos muito tempo trabalhando juntos. — brinquei.
Ela assentiu — Obrigada mesmo. Fico mais tranquila que ela não vá sozinha. Ela tem o péssimo hábito de desaparecer, fico louca de preocupação.
Sorri e ela se afastou, ainda praticamente emocionada voltando para a casa.
Fala sério, eu era um cara de ouro, um bonzinho enviado para ajudá-la em tudo. Não tinha como não me amar. Eu era um verdadeiro anjo. Sorri voltando a limpar a piscina. Como Lúcifer. Minha cabeça preencheu a frase.
****
Depois de terminar a piscina e almoçar aquele negócio gostoso que Isabella tinha feito na noite anterior, Dália me ajudou a limpar as mesas e cadeiras que seriam usadas a noite, enquanto, claro, tagarelava como uma velha desocupada, falando dos lindos "tipões" amigos de dona Helena que segundo ela, davam o maior mole, mas ela rejeitava todos. Também falou das mulheres elegantes amigas dela. Que sempre a tratavam com menos respeito do que a um cão. E ainda completou a frase com um "ainda bem que você vai sair com a menina hoje"
Suspirei, e parei de limpar olhando para ela — A que horas, Isabella costuma voltar dessas festas?
Ela me olhou surpresa — Na última, ela voltou na noite seguinte, virou a noite e o dia sabe-se lá onde, menino. Ela é terrível. Não sei o que dona Helena fez para merecer tanta rebeldia. Trata a menina com tanto amor... Não dá para entender.
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Atroz
Romance(+18) Nick é o líder de uma gangue que comanda crimes e tráfico por todo o estado de São Paulo. Com poder nas mãos, o jovem de apenas dezoito anos é temido por todos, e respeitado como o chefe no lugar onde vive. Porém, o bem estar da pessoa com que...