Atelina evitou por anos voltar à sua cidade natal, mas graças a irmã casula que foi presa por infligir as leis das constituições na comunidade de Anjos Terrestres e Vampiros, ela é obrigada a permanecer na cidade por meses. A cidade para ela é o cen...
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O medo pulsava no meu corpo, minha pele estava suando e eu não tinha para onde correr. Meus olhos permaneceram fixos no aglomerado de fumaça. Até que uma mão a atravessou na minha frente. Era a mão de Daimen e ele queria me ajudar.
— Vem! — Ele chamou.
Segurei sua mão sem pensar duas vezes e senti meu corpo ser puxado do chão e colidir contra o seu rapidamente e sem dor. Ele apressou o passo na direção da sala sem afastar meu corpo do seu. Com certeza tentando evitar que eu me soltasse e fizesse merda.
Seus passos apressados foram difíceis de acompanhar, mas permaneci grudada ao seu corpo até chegar a sala onde me soltou e se afastou sem tirar os olhos do corredor. Todos os meus colegas de turma estavam aninhados, tentando ter proteção e suas expressões de medo me deixavam mais assustada. Eu jamais me perdoaria se algo acontecesse com eles, estavam aqui por minha causa.
— Falei para ficar aqui! — Daimen advertiu, sem olhar para mim.
— Desculpa! — Falei de volta, contendo o susto que ele me dera.
Ele não prestou atenção em mim e correu na direção da escada. Olhei ao redor e vi que todos estavam distraídos, então aproveitei a situação para voltar ao porão. Eu sabia que Daimen estava bravo por não ouvi-lo antes, mas essa situação era urgente eu precisava resolver isso e proteger todos que vieram aqui por minha causa.
A porta do inferno estava aberta ainda e continuava saindo mais e mais aglomerados de fumaça, eles não prestavam atenção em mim por isso consegui ficar próxima o bastante da porta, tentando ver o que acontecia no fundo. Mas não havia nada, eu só me deparei com um buraco sem fim que relampeava.
— Por favor, fecha. — Meus dedos se agarraram no colar no meu pescoço, automaticamente. Se alguém pudesse me ouvir de algum lugar eu ficaria muito feliz, pois precisava muito de ajuda. Havia pessoas no andar de cima que corriam perigo.
— Não vai fechar. — A voz rouca de Daimen chamou minha atenção. Ele entrou no porão totalmente decepcionado — Não temos força para isso, só o Cérbero teria, mas ele não está aqui.
— E onde ele está? — Perguntei, percebendo depois que fora uma pergunta idiota.
— Eu não...
Ele parou de falar quando ouviu uma das sombras chamando seu nome. Sua atenção estava toda na sombra que subia lentamente, atrapalhando outras que tentavam subir. Se tudo estava parado lá embaixo e o fluxo que antes saia foi interrompido, esse era o momento perfeito para empurrar.
Percorri a pequena distância que tinha até a porta e a empurrei. Devagar e aos poucos a porta se mexeu e foi se fechando, fazendo a sombra que chamara Daimen se silenciar e voltar para o lugar de antes. Quando voltou do seu transe percebeu o que eu estava fazendo e me ajudou, facilitando e deixando as portas que pareciam pesar uma tonelada, mais leves. Não sabia o que ele era, mas com certeza era mais forte que um vampiro.