O Último Pênis - Oito

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Priscilla mantinha os olhos no par de coxas que Natalie tinha exposto sobre o sofá. Ambas conversavam naquele fim de tarde, contudo era difícil não olhar quando a garota em sua frente era extremamente simpática e gostosa.

Bem gostosa.

-- Seria tão mais fácil se tivéssemos um pênis. -- Natalie reclamou e automaticamente Priscilla apertou mais a almofada contra seu colo.

-- Vocês usariam como rato de laboratório a pobre pessoa. -- Priscilla disse. -- Minha mãe me dizia isso.

-- Não seria bem assim. -- Natalie se defendeu. -- Precisamos procriar. Talvez pediríamos para ele nos doar seu sêmen, para tentar recriar o cromossomo Y mudando a genética, assim não seria filho dele.

-- E implantaria no útero de todas as mulheres? -- Priscilla indagou e Natalie riu.

-- Bem, as que quisessem ter filhos.

-- Você quer? -- Priscilla perguntou por impulso.

-- Na verdade, sim. Só não agora.
-- Natalie explicou.

-- Mas minha mãe disse que vocês prenderiam a pessoa que tivesse pênis. -- Priscilla arriscou continuar o assunto.

-- Somente por proteção enquanto realizássemos os exames de sangue. Não seria nem três horas isso. -- Natalie explicou. -- Sua mãe tinha um péssimo conceito de nós.

-- Talvez ela tenha visto todos morrerem. -- Priscilla disse com frieza.

-- Ela não foi a única.  Todas perdemos alguém. -- Natalie disse com veemência. Priscilla queria contar a Natalie que talvez poderia servir de grande ajuda, porém seu medo ainda falava mais alto. Foram anos fugindo, anos ouvindo sua mãe dizer para não contar a ninguém que tinha um pênis.

Ela sequer conseguia decifrar o porquê de não ter sido atingida.
Se era um vírus do ar que atingia
o cromossomo Y, por que ela ainda estaria viva? Sendo que o ar ainda estava, possivelmente, contaminado.

Por ser intersexual? Impossível, afinal ela não era a única mulher intersexual do mundo.

-- Você ficava com homens antes disso acontecer? -- Priscilla perguntou e Natalie negou.

-- Eu era muito nova. -- Natalie explicou rindo. -- Tive as paixonites na escola, aquelas da infância, sabe? -- Disse. -- mas, apesar de o brinquedinho deles ser bastante atrativo, pelo menos nos vídeos, eu nunca vi graça em homem. São... não sei explicar. Parece que não têm sabor. Totalmente sem sal ou açúcar, sabe?

-- Entendo. -- Priscilla disse, comemorando internamente a parte onde Natalie disse que o brinquedinho deles era bastante atrativo.

-- E você? -- Natalie perguntou, causando um constrangimento terrível em Priscilla.

-- Sempre gostei só de mulheres. -- Disse baixo, baseando-se no que seus olhos viam, afinal ela nunca havia se relacionado com ninguém. Quando tudo aconteceu ela tinha apenas doze anos, e agora com vinte e cinco ainda era virgem.

Já havia dado alguns beijos em algumas garotas ao longo dos anos, mas sempre fugia, afinal não poderia avançar na relação; não poderia revelar que era intersexual.

-- Dinah foi comprar algumas cervejas na cidade. Você bebe?

-- Nunca bebi. -- Priscilla revelou e Natalie a olhou boquiaberta.

-- Pois bem, hoje será sua primeira vez. -- Priscilla sorriu, porém inevitavelmente malicia na frase.

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ 𝐄𝐥 𝐔𝐥𝐭𝐢𝐦𝐨 𝐏𝐞𝐧𝐞 Onde histórias criam vida. Descubra agora