O Último Pênis - Cinquenta e cinco

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Contagem regressiva 3 ✓
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Priscilla analisava através da janela do trailer como Natalie estava há quase uma hora deitada entre o matagal, admirando o céu. Ela só pôde identificar pois ela havia deitado com as pernas para fora.

Priscilla não queria ir até lá, afinal Natalie queria ficar sozinha, mas a maior sentia que parte de sua vida era sugada a cada segundo que estavam naquele clima ruim, então ela decidiu que iria até lá sim e, caso Natalie não quisesse falar com ela, então ela esperaria.

Abriu a porta do trailer e caminhou até ela, parando em sua frente com uma expressão triste em seu rosto.

-- Posso falar rapidinho com você? -- Priscilla perguntou e Natalie a fitou. -- Eu vou ser rápida e prometo ir embora assim que eu falar.

-- Como assim ir embora? --
Natalie perguntou rapidamente.

-- Para o trailer. -- Priscilla esclareceu e Natalie suspirou aliviada.

-- O que foi? -- Natalie indagou se sentando e Priscilla se jogou ao lado dela, empurrando matos compridos com o corpo ao se sentar.

-- Preciso que acredite que eu não fiz de propósito. Eu sei que você não quer filhos agora, mas preciso que saiba que se você estiver grávida, nem que eu trabalhe dias seguidos, você vai ter uma gravidez segura.

-- Não é que eu não queira um filho agora. -- Natalie disse e Priscilla segurou sua mão.

-- Nos tempos antigos seria estranho ter filho com tão pouco tempo estando juntas. -- Priscilla disse e Natalie mordeu seu lábio inferior. -- Você quer se certificar
de que dará certo, não é? O transplante de cromossomo.

-- Em um mês vai ser a primeira tentativa. E se der errado e eu estiver grávida? Não vou ter tempo de trabalhar tanto com uma criança.

-- Suas amigas nos ajudarão nisso e, bem, eu vou estar lá. Não é como se você estivesse sozinha nisso.
-- Priscilla disse e Natalie encostou sua cabeça no ombro da maior.
-- Mas pense por outro lado, talvez você não esteja grávida. Sua menstruação acabou antes de ontem, os óvulos estão apenas amadurecendo ainda. Temos mais chances do que se estivesse no período fértil.

-- Mas mesmo assim, a gente transou muito. Conheço a porcentagem de chance de estar grávida. -- Natalie disse e Priscilla a olhou.

-- Desculpe. -- Natalie negou com a cabeça.

-- Eu que peço desculpas, não deveria ter falado daquele jeito com você. -- Natalie disse e Priscilla passou um braço pela cintura da menor. -- E se tivermos um bebê ele será bem-vindo.

-- E se estiver, bem, faltarão só quatorze. -- Natalie riu e se aconchegou nos braços de Priscilla.

-- Não teremos quinze filhos, esqueça esse sonho. -- Natalie disse e Priscilla riu.

-- Está bem. -- Priscilla disse sorrindo.

-- E se eu estiver grávida, o vírus voltar e nosso bebê for menino?
-- Natalie perguntou baixinho, deixando sua respiração tocar o pescoço de Priscilla. -- Da outra vez morreram mesmo na barriga das grávidas, Priscilla.

-- Não vai acontecer. O babaca do Reid morreu. Não teremos outra catástrofe dessas.

-- Eu tenho medo. -- Natalie confessou e Priscilla a abraçou mais forte. -- Se essa merda voltar pode me tirar você.

-- Eu não vou a lugar nenhum. -- Priscilla disse acariciando as costas de Natalie.

-- Obrigada. -- Natalie sussurrou, sentindo um beijo em sua testa antes do silêncio se instaurar.

-- Amor, estamos no mato. Podemos dar uma aqui para nos despedir com estilo. -- Priscilla disse e Natalie riu.

-- Você não sossega esse pinto.

-- Confessa que você gosta dele que eu sei. Ele é charmoso e bonitinho. -- Priscilla disse.

-- Ele é lindo. -- Natalie disse rindo. -- Mas vou ficar com ciúmes desse amor incondicional todo que você nutre por ele.

-- Amor só por você. -- Priscilla disse e Natalie ergueu a cabeça apressadamente.

-- O que disse?

-- Que amor só por você. -- Priscilla disse, esboçando um sorriso singelo. -- Não sei quando virou amor, mas eu te amo. -- O coração de Natalie acelerou e ela ficou sem expressão por algum tempo, até que finalmente sorriu abertamente. -- Por isso vim me desculpar, levei semanas para voltar a te beijar, não quero te perder de novo.

-- Está dizendo isso só para transarmos aqui? -- Natalie perguntou brincando.

-- Natalie, não pode levar tudo na brincadeira o tempo inteiro. -- Priscilla disse o que Natalie havia lhe dito uma vez e a menor riu.

-- Eu tenho duas coisas para te falar. -- Natalie disse antes de depositar um beijo nos lábios de Priscilla. -- Uma é que eu também te amo.

-- E a outra?

-- Não iremos transar no mato. -- Priscilla olhou para o meio de suas pernas e suspirou.

-- Ele é perversa, viu só, meninão? Deu a notícia boa para logo tacar gelo no meu rabo.

-- Para de falar com ele como se ele fosse uma pessoa, Priscilla. -- Natalie disse e Priscilla negou.

-- O meninão é da família, Natalie. Eu sei, as meninas sabem e você também. -- Priscilla disse naturalmente.

-- Você está louca. -- Natalie disse se levantando.

-- Ele foi meu único companheiro por anos. Não me critique. -- Priscilla disse se levantando também. -- É tipo onde o náufrago fala com uma bola, mas no meu caso são duas.

-- Fica quietinha, meu amor. -- Natalie disse rindo, entrelaçando seus dedos nos da maior. -- Agora vem, é hora de irmos embora. Adeus meio do nada e olá grande cidade.

-- Sabe que vou precisar me esconder lá, não é?

-- Só por esse mês, estou apostando no transplante e aí todo mundo vai poder ter filho e vão deixar minha namorada gostosa em paz. -- Natalie disse sorrindo e Priscilla assentiu.

-- Se me pegarem e decidirem assassinar a dona do último pênis, peça para cortarem ele fora, não quero morrer. -- Priscilla disse e Natalie riu, começando a caminhar de mãos dadas com a maior de volta para o trailer.

-- Estou ouvindo ele reclamar dizendo que isso é traição, porque ele diz que é da família. -- Natalie disse e Priscilla assentiu.

-- Ele é, mas tenho chances de ser mãe, prefiro viver sem pinto do que não conhecer meu bebê. -- Natalie se virou para ela e sorriu encantada.

-- Ele ajudou nesse processo. -- Natalie disse.

-- Mas minha namorada é cientista e encontraria um jeito de ainda usar meus cromossomos Y mesmo sem o meninão. -- Priscilla disse orgulhosa. -- E ainda quero conhecer meu bebê.

-- Sabe que ouvindo você falar assim dá até vontade de torcer para dar positivo? -- Natalie perguntou fitando as orbes verdes.

-- Então vamos voltar para o mato e foder o resto do mês todo lá que esse positivo sai. -- Natalie negou e selou os lábios de Priscilla.

-- Não iremos transar.

-- Droga. -- Ela disse, deixando seus ombros caírem.

-- Droga, comprei um binóculo a toa. -- Dinah gritou da janela do trailer ao lado e Natalie a fuzilou com os olhos.

-- Dinah!

-- O quê? Eu queria ver ele em ação.

-- Veja pornô.

-- Gosto de viver perigosamente, dá licença. -- Ela disse entrando e Natalie negou com a cabeça. Estava cercada de loucas.

☆Nᴀᴛɪᴇsᴇ☆ ✓ 𝐄𝐥 𝐔𝐥𝐭𝐢𝐦𝐨 𝐏𝐞𝐧𝐞 Onde histórias criam vida. Descubra agora