I. A Tempestade

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Querido diário,

Já faz tempo que eu não escrevo Para que serve escrever? Quem está interessado no diário de uma depressiva com disturbo mental? Muitas vezes pensei em rasga-lo, até mesmo joga-lo no fogo para que você desapareça entre as cinzas e não sobre mais nada para contar historia. Mas algo não me deixa fazer isso, é como se uma voz, que me diz que estava errado pensar assim, que isso um dia seria muito importante. Essa mesma voz me fez voltar a escrever, e a mesma voz diz que eu preciso te contar as coisas horríveis que aconteceram comigo durantes esses últimos dias.

Eu sempre me perguntei como seria se eu pudesse ter uma família normal. Eu sei que sempre dizem que "família é tudo igual, só muda o endereço" mas isso não é verdade. Acho que ninguém abandonaria sua família quando eles mais precisam de você. No meu aniversario de 6 anos meu pai foi diagnosticado com câncer. O câncer já estava em estado terminal, ele dominava 87% de seu corpo. As suas chances de cura eram minimas. Uma semana depois meu pai morreu, ele não quis se tratar. Eu chorei, não entendia muito o que era a morte mas só de pensar que meu pai não estaria comigo para me fazer sorrir, só de pensar que quando eu estivesse com medo ele não ia vim para apertar minha mão e dizer que tudo não passava de um sonho ruim.. isso acabou comigo.

Em menos de uma semana após a morte do meu pai, dona Carmem Sprout já estava com outro homem, trouxe ele para morar com a gente em menos de um ano. E isso foi onde tudo começou. Tinha um tempestade acontecendo lá fora. O vento fazia com que as arvores batessem na janela do meu quarto, eu estava com medo, bem.. eu tinha apenas 6 anos. Eu já não tinha meu pai para grita-lo. Escutei a porta do meu quarto abrindo, quando levantei a cabeça pra ver quem era vi o André acendendo a luz do abajur, e depois levando a mão para fechar a porta.

- Que susto, pensei que fosse um bicho querendo me pegar. - disse me ajeitando na cama.
- Sua mãe pediu para que eu viesse ver se você estava bem, ela me disse que você tem medo de tempestades. - disse André enquanto andava em direção a janela.
- Meu pai ficava comigo até eu dormir quando eu sentia medo. - respondi agarrando meu travesseiro.
- Eu fico com você aqui até voce dormir. - André deitou do meu lado.
- Quero minha mãe. - sentei na cama.
- Ela já foi dormir Luluzinha, fica calma eu to aqui com você.

De todos esses pequenos 6 anos que eu vivi, nunca tinha visto uma chuva tão forte como essa. Era de dar medo que eu chegava a fechar meus olhos esperando que tudo fosse sumir de uma hora para outra, mas não foi isso que aconteceu. Deitei novamente tentando me concentrar para dormir logo, não queria ver essa chuva! Eu já estava quase dormindo, quando senti as mãos de André subirem pelas minhas pequenas pernas. Eu não sabia como reagir a isso, eu não fazia ideia do que ele queria. Eu olhei pra trás e ele estava com um sorriso malicioso no rosto. Me bateu uma aflição tão grande.

- Seja uma boa menina, eu não quero te machucar. - sussurrou.
- Eu quero que você saia do meu quarto. Quero a minha mãe. - gritei quase chorando - Mãe!
- Cala boca Luísa. - tampou minha boca -. E é melhor você não gritar por que se sua mãe acordar vai ser pior pra você.

Eu tentava gritar mas a mão de André impedia que qualquer tipo de som saísse da minha boca. Ele subiu em cima de mim, impedindo que eu movesse qualquer parte do meu corpo. Fiquei desesperada, eu chutava, tentava tira-lo de cima de mim, mas meus movimentos não adiantavam de nada. Tudo que eu fazia era em vão. André era bem mais forte do que eu. Ele começou a desabotoar sua calça, enquanto ainda tampava minha boca. O medo falava mais alto do que qualquer coisa naquele momento. Fechei meus olhos e comecei a pedir, pedir para que meu pai que me protegesse. Só que isso de nada me adiantou, André penetrou seu membro em mim. Doía muito e nem gritar eu podia, eu tentava fazendo com que ele me soltasse. Quanto mais eu me mexia mais ele me apertava. E assim começou meu grande pesadelo.

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