Melinda.
Preciso pintar o teto de meu quarto urgente! As manchas esverdeadas de infiltração e um pouco de mofo estão ficando aparentes até demais, e eu não suporto em não ter o total branco do teto. O branco trás a tranquilidade, a tal paz divina e a ajuda psicológica para o meu capítulo final de uma comédia romântica.
Sorrio para o teto feio e depois solto um pequeno "ai". Droga, o uso do aparelho não é nada gentil comigo, pois ainda faltam uns dois meses para tirar esse treco metálico, para poder aguentar bem, simplesmente fecho a boca devagar e massageio a bochecha do lado de fora para reconfortar a carne úmida machucada.
Levanto-me da cama e vou ao banheiro fazer a higiene matinal. Lavando bem os olhos, pego os meus óculos quadrados de armação preta, os coloco e me olho no espelho.
- Bom dia, Mel. Vamos finalizar essa história e ouvir elogios, ok? - perguntei sorridente para o meu reflexo.
Terminando de me arrumar, vou a cozinha e coloco o chá no fogo, para depois ficar nervosa ao ver pêlos de gato em cima da mesa. Não tenho gatos, não curto animais em casa pois não tenho tempo e paciência para cuidar, então eu dispenso, mas há uma gata folgada - da vizinha do lado que é uma fofoqueira e exibida do cão -, que insiste em entrar pela janela do banheiro e vir fazer algazarra pela casa. Saio bufando da cozinha para encontrar a dondoca da gata deitada na minha blusa gigante!
- Ah sua desgraçada, agora eu te pego! - sussurrei. Andei na ponta dos pés, próxima dela o bastante, soltei um berro muito histérico, fazendo a gata pular com um miado horrorizado. Peguei-a a tempo da mesma correr, mas a mimada me arranhou no braço.
- Sua malcriada! - disse. Peguei na correria um casaco de meu irmão mais velho e enrolei na gata, deixando as suas patas presas e seguras, até então ela ficou quietinha depois.
Sai de casa a passos furiosos e adentrei o jardim da infame vizinha. Bato na porta umas cinco vezes e ela vem me atender na sexta batida. Ao abrir, a megera de 1,75, só pele enrugada e osso, está com a cara amassada de sono, uma roupa que eu não chamaria de roupa e um homem na sala, de abdômen trincado só de cueca jogado no seu sofá.
- O que é garota? - bela forma de me cumprimentar.
- Bom dia, Carmela. A sua gata entrou novamente em minha casa.- Não posso ficar prendendo ela, querida. - bufou.
- O que você pode ou não fazer com ela o problema é seu. Só quero que não se repita, a minha casa não é conforto para o seu animal! - soltei e larguei a gata da blusa e depositei-a em seus braços.
- Então trate de fechar a sua janela. - comentou sarcasticamente.
- A minha casa não tem que ficar fechada por sua causa e do seu lazer, se toca. E se não tem paciência pra cuidar de um gato, doe. - lhe dei as costas e sai pisando duro. Que folgada!
Estaciono o meu carro Chevrolet Onix preto na minha reserva, saio do mesmo com uma mochila e pastas contendo alguns relatórios e anotações, sem contar a minha história já terminada. Estou tão orgulhosa com a finalização! Espero que Kátia, minha chefe, possa gostar do enredo e tudo mais.
Na empresa Ficticions Story's há diversos assuntos e conteúdos de livros, até então o prédio não é tão grande quanto o seu valor em Londres. Aqui tem categorias de histórias, e cada categoria tem o seu espaço na empresa, o meu por exemplo, é a ala oeste, de Romance. Cada ala é bem decorada, nada exagerado, um tem a cor alaranjada delicada, outro tem o cinza Jumbo - isso com certeza é a ala de terror -, tem a ala em tons de azul claro até o azul Royal, é lindo, essa ala é de Fantasia e Aventura. E a minha ala vai da cor vermelha ao rosa bebê. Parece infantil, eu sei, mas a empresa que ser destacada pelo diferencial e conseguiu.
Chego na sala onde divido com a meiga e sorridente Amélia. Ela é dois anos mais nova que eu, mas a altura é um pouco maior que a minha, enquanto ela tem os seus 1,68, eu tenho 1,56. Sim, sou pequenina, mas como ela me chama...
- Bom dia, Troll! - saudou-me vindo me abraçar.
- Bom dia, Lia. - sou a única que a chama assim, na verdade, ela me permitiu chama-la assim. Adentro a sala, coloco as pastas na mesa enquanto a mochila no chão no canto interno e direito da mesa.
- Preparada para a reunião da entrega de enredo? - perguntou animada sentando em sua poltrona, e sei que ela está se abastecendo de café por conta da ansiedade.
- Olha, eu me sinto segura, então sim, estou preparada. - sorri de orelha a orelha. - Estou até pronta para próxima história, estou cheia de ideias!
- Você e as suas ideias românticas a luz de velas. - revirou os olhos.
- Boba, e a sua história, como o Reynolds terminou? - ela gosta que os seus personagens principais sejam masculinos, pois assim ela tem a liberdade de colocar um pouco das suas conquistas neles.
- Ah, como sempre, eu acho. - sorriu e suspirou.
- Largado pelo amor da vida dele?
- Não, ela traiu ele e virou lésbica. - deu uma pausa. - Ela ficou com a ex namorada do colegial dele.
- Uau, que reviravolta. - segurei o riso. Amélia estava com o olhar perdido, como se o que a mesma acabou de falar fosse algo perdido.
- Pra você ver... - sussurrou ela. Dou um sorriso e continuo arrumando as minhas coisas antes da reunião começar.
Espero que ela não tenha colocado vodka no café.
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Meu Romance Erótico. - Livro único
عاطفيةMelinda Colleny é uma escritora estagiária em uma empresa de muito valor. Aos 26 anos, ela nunca teve um romance intenso, só o essencial, e com isso, veio uma enorme decepção, fazendo-a temer por um relacionamento sério. Mas o que ela não espera é u...