10 - Algo Inesperado

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(Será corrigido depois)



Tudo que quero é chegar em minha casa e descansar.

Que dia!

Entro no elevador e aciono pressiono o botão para meus andar, me escoro no fundo do elevador e olho para fora bem a tempo de vê-lo entrar no saguão vestido totalmente diferente do que havia visto.

Terno, gravata, sapatos reluzentes, pasta de couro transpassando o corpo, uma mão no bolso e a outra segurando o celular enquanto fala com alguém.

Deus como ele é lindo!!

Ele olha em minha direção bem no momento que a porta vai se fechando, faz menção de pedir para segurar mas quando vê que sou eu apenas para olhando e nada fala.

Também não segurei, não seria bom para nenhum de nós dois.

Não quero tê-lo em minha mente mais do que já o tenho, não quero que ele tenha esperanças comigo mais do que já mostrou ter.

Vai ser melhor assim.

Eu espero.

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Assim que chego tranco minhas portas, tomo um banho e me jogo na cama.

Não quero pensar em mais nada, só quero dormir para esse dia acabar logo.

Queria ser uma daquelas pessoas com a vida sem graça, pacata, sem muito mais para pensar do que a rotina diária. Mas infelizmente não sou.

Tento esvaziar minha mente até o sono chegar.

************

A semana passa rápido e cheia de trabalho.

Vendas na loja, encomendas pequenas e grandes, novos projetos de expansão.

Tentei me manter bem ocupada para não pensar de mais.

Mas minha mente insiste voltar no medo que estou do Fábio aprontar alguma coisa, mas muito mais forte que isso era o desejo que meu corpo estava de estar com o Danilo.

Me sinto uma maluca desde que ele travessou meu caminho.

Chego a sonhar que estamos juntos e felizes. Chego sentir seu toque, sua boca, seu corpo em mim.

Como pode apenas um único dia estragar a vontade de viver todos os outros?

Como pode um único garoto me destruir para qualquer outra relação.

Chego pensar que nunca mais encontrarei alguém que me tenha nas mãos como ele me teve, que não exista ninguém mais na face da terra que me faça sentir amada, desejada e até mesmo saciada como ele me fez sentir.

Filho da mão gostoso.

Nunca tinha estado com alguém tão carinhoso.

Paro meu carro em frente a entrada da garagem do prédio e espero o portão ser aberto.

Olho minhas mensagens que acabaram de chegar, é a minha sócia avisando que amanhã a loja fica por conta dela. Vou aproveitar para ir ao salão cuidar dos cabelos e das unhas, quem sabe não sobra um tempinho para uma piscina.

O portão da garagem está terminando de abrir quando olho para frente e o vejo saindo, ele está sorridente, animado, diria até um tanto eufórico.

Ao lado dele um rapaz que deve ter uns 25 anos e uma moça muito bonita.

Ela deve ter no máximo 18 anos.

Já descendo as escadas ela brinca com ele de forma bem íntima e pula em suas costas para que ele a carregue.

A cena me provoca um frio no estômago e meus olhos querem lacrimejar. Pisco rápido para a sensação ir embora e reajo manobrando o carro para entrar na garagem.

Acho que ele não me viu, melhor assim!

Também não sei porque estou achando ruim, fui eu quem decidi mandá-lo embora para seguir sua vida. É exatamente isso que deve acontecer, ele tem que seguir sua própria vida e eu seguir a minha.

Não tenho que achar nada.

Não vou mentir que nos últimos três dias eu tenho pensado de mais nele e na possibilidade de ligar o foda-se e tê-lo comigo.

Mas o vendo tão espontâneo e divertido ao lado daquela moça volto a ideia inicial de que melhor cada um para seu lado,é o melhor para ambos. Eles formam um casal muito bonito e jovem, devem curtir as mesmas coisas.

Perdida em meus devaneios saio do carro e sigo para pegar minhas coisas em meu porta-malas. Não é muito mas prefiro assim do que levar no banco e causar algum acidente.

Entretida pegando os itens não percebo o golpe a tempo até estar no chão e com a cabeça latejando.

Minha visão está meio embaçada e um zumbido se instalou em meus ouvidos.

-Então quer dizer que te dou todo meu amor e carinho, me dedico a você por anos, te levo um agrado no seu trabalho e você me retribui mandando a polícia na minha porta para me prender, sua vagabunda? - Ele fala rosnando em minha cara enquanto eu tento me situar.

Enquanto tento me sentar já menos zonza sinto um tapa forte em meu rosto que traz um gosto de ferro em minha boca.

-Afaste-se de mim, seu desgraçado!! Você não pode se aproximar 500 metros de mim. Você sabe disso. Ir a minha loja viola a medida que você assinou. Sai daqui agora!!

Ele me pega forte pelo queixo a ponto da dor e fala demonstrando todo seu ódio.

-Você não vai se ver livre de mim, entendeu? Você é minha e só minha. Se eu se que imaginar que você tem outro ou ao menos pensou em outro eu mato ele na sua frente para você saber que é por sua culpa.

Tiro sua mão do meu rosto e falo com ele aos berros em um misto de ódio, pavor, desespero.

-O que deu em você, seu maluco? Vai cuida da sua mulher e me deixa em paz. Eu não sou NADA sua, entendeu? Me deixa em paz, desgraçado!

-Você vai pagar caro por me desafiar assim. Você vai entender que é minha seja por bem ou por mal.

Ele me segura forte pelos cabelos e tenta me arrastar para longe do meu carro, acho que está me puxando para seu próprio carro e o medo de que ele me tire daqui me faz debater e gritar por socorro a plenos pulmões para ver se alguém me ajuda.

Percebo a porta da garagem ser aberta e ele para tentando nos esconder por trás de um carro.

Volto gritar por socorro e nesse momento ele me solta e começa me chutar com muita força. O primeiro chute acerta meu estômago e automaticamente protejo com minhas mãos, mas ele continuo chutando e sinto minha mão estalar bem no pulso, meu peito também sente um impacto e alguém pula em cima dele para afastá-lo de mim.

Escuto ao longe uma movimentação e abro os olhos tentando ver o que acontece bem a tempo de ver o seu pé se aproximando novamente e dessa vez bem no meu rosto.

Uma dor latente toma conta de mim e escuridão me cerca.

Me sinto afundar nela sem retorno.


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O GAROTO DO ANDAR DE BAIXOOnde histórias criam vida. Descubra agora