16 - RECUPERAÇÃO

26 3 7
                                    

(será corrigido depois)

**************************

Os meus dias têm sido bem intensos.

A fisioterapeuta vem duas vezes ao dia, a fonoaudióloga vem uma vez por dia, precisei de psicólogo por conta de pesadelos e pequenas crises de ansiedade por conta da falta de autonomia e isso me ajudou muito.

Já falo e me movo bem melhor, já voltei comer sólidos a um tempo e ganhei mais peso o que me faz parecer mais corada e com menos cara de doente que era o que estava me deixando mais triste.

Faço pequenas caminhadas pelos corredores do hospital com a fisio e me sinto bem mais segura.

As dores da coluna já foram vistas pelo ortopedista e ele descobriu uma hérnia de disco, mas disse que a fisioterapia me ajudaria com a melhora ainda mais que está bem no início.

Dois meses. Dois longos meses se passaram e hoje recebi alta.

Aqui estou eu em frente ao meu prédio, dentro do carro da Eva, esperando ter coragem para entrar novamente em minha garagem.

-Porque não fazemos o seguinte: descemos nós dois aqui na frente e entramos pelo saguão direto para o elevador. – Danilo me fala de uma forma bem gentil.

-Você sabe que não precisa enfrentar isso hoje não é, amiga? – Eva fala com sua expressão um pouco apreensiva.

-Eu sei sim, meus amores, contudo fico aqui pensando que se eu não enfrentar meu medo hoje eu não conseguirei mais enfrentá-lo e não quero me acovardar. Por vários motivos. O primeiro deles é que eu uso a garagem e precisarei ir nela mais cedo ou mais tarde, então que seja logo hoje.

Respiro fundo, sinto minha pele trêmula, mas me mostro o mais forte que posso. Preciso superar tudo isso o mais rápido possível.

-Vamos lá! – Falo decidida. A hora é agora!

O portão da garagem de abre e me arrepio toda. O carro desce de forma suave e precisa e s encaminha para a vaga destinada aos visitantes.

Fleches do que aconteceu começam vir em minha mente pela primeira vez e eu sinto o suor escorrer pelas minhas costas. Minhas mãos estão geladas.

Danilo percebe minha apreensão e sem mais nem menos me segura o rosto e me beija com ardor.

Minha mente flutua, minha pele queima e já não sinto mais as mãos geladas e sim o rosto quente.

Todo esse tempo no hospital me fortalecendo e provocando o Danilo dia após dia me fez também me encher de expectativas para nossa primeira vez após toda essa merda.

Danilo afasta nossos lábios e me sinto ofegante, parece que corri uma maratona.

Ele por sua vez está com o rosto todo vermelho, não tira os olhos dos meus e me sinto hipnotizada. Esses dias comigo internada ele deixou a barba e os cabelos crescerem e está espetacular. Ele é lindo de qualquer forma.

-Viu só? A gente só precisa formar novas lembranças nos lugares que não nos sentimos bem. – Ele me diz baixo e carinhoso.

-Eu daria para você agora mesmo aqui no carro. Seria uma ótima lembrança. – Falo com uma voz baixa e sensual olhando-o nos olhos.

-Já vi que estou sobrando. Bater em retirada, até mais.

Eva sai do carro nos deixando a sós, vai até o parta malas e pega algumas das sacolas e vai em direção o elevador.

-Espera amiga. Nós também vamos. – Falo auto, mas nem me mexo.

-Sem problemas! Eu já estou quase no elevador. Não precisa de pressa! – Ela vai andando e gritando o que nos faz rir.

O GAROTO DO ANDAR DE BAIXOOnde histórias criam vida. Descubra agora