09 - Dia Conturbado.

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(Será corrigido depois)

Passo o restante do meu fim de semana organizando minhas coisas e adiantando meu processo de trabalho, não quero pensar nele. Foi muito melhor acabar esse nosso lance em apenas uma seção de sexo do que adiar isso por mais tempo sabendo que seria inevitável por um ponto final nisso.

Não sou mulher para ele, ele é apenas um garoto que acabou de começar a vida e não serei eu quem vai perturbar a ordem natural das coisas.

Acordo na manhã de segunda um bagaço.

Dormi mal, não tive fome pela manhã, precisei e uma camada extra de maquiagem para esconder as olheiras e agora estou em meu carro a caminho da loja.

Hoje a loja estará sob minha supervisão e isso fará com que eu me distraia dos últimos acontecimentos.

Chego um pouco mais cedo do que os funcionários e vou direto para o escritório, preciso pôr em dia os papéis de imposto de renda e da nossa licença de funcionamento que precisa ser renovada ainda esse ano.

Adianto bastante coisa pela manhã e a tarde vou a um pequeno restaurante em frente a nossa loja para almoçar. Ele é pequeno e aconchegante e a comida lembra comida de mãe.

Peço uma salada tropical com bife ao ponto e um suco de laranja puro.

Enquanto como observo o movimento da loja pela grande janela do restaurante e não está nada mau, mas alguém em especial me chama a atenção. Ele está de jeans, camiseta, boné e óculos escuros mas eu jamais esqueceria esse perfil e esse biótipo.

Um arrepio sobe pela minha coluna e eu me mantenho parada quase sem respirar.

O que ele está fazendo aqui?

Mudo sorrateiramente de cadeira ficando quase por trás da pilastra e um arbusto mediano que decora o local e me ponho a observar.

Ele passa pela frente da loja olhando para dentro com curiosidade e próximo a esquina ele para numa banquinha de flores e compra um ramalhete pequeno e lindo com flores variadas. Escreve um pequeno cartão e põe dentro do ramalhete, dirige-se até a loja e entra. Não passa mais que cinco minutos lá e vai embora rápido rua a baixo e a pé.

O que o Fábio acha que está fazendo?

Eu já o expulsei da minha vida e não aceitarei que ele volte como se nada acontecesse.

Preciso ver com um advogado o que posso fazer para me resguardar já que possuo contra ele uma medida protetiva.

500 metros a delegada disse. Não sei o que ele pensa q está fazendo me trazendo flores.

Pago minha conta no caixa e paro na porta do restaurante me certificando se ele ainda está na espreita. Tudo limpo. Atravesso a rua olhando para os lados ainda cismada com sua presença.

O que será que ele escreveu naquele cartão?

Assim que entro na loja, Maria avisa que um entregador deixou flores para mim e que havia posto em um vasinho na minha mesa.

Sogo direto para ver o que tem escrito no cartão e assim que eu ler ligarei para um escritório de advocacia que já nos atendeu outras vezes.

Pego o pequeno cartão de cor amarela e leio em sua letra inconfundível: MINHA!

Ligo imediatamente para o Dr. Moreira e conto toda história desde o início, ele me pergunta se consegui registrar sua chegada com alguma câmera ou ate mesmo com meu celular e eu corro para ver nas câmeras da loja, mas o infeliz é esperto, sabe onde estão posicionadas e deu um jeito de passar o mínimo possível por elas.

Quase não dá para ver a lateral de seu rosto em algumas imagens e eu não pensei em filmá-lo ou fotografá-lo quando o vi na calçada.

-Você acha que alguma câmera da vizinhança o filmou? Seria ótimo acharmos alguma câmera que provasse que ele esteve, de fato, aí já que seus funcionários não o reconheceram e você disse que ele estava de óculos, boné e trajando roupas diferentes do que ele era acostumado ser visto. Ao ser confrontado ele pode negar então será sua palavra contra a dele. - Dr. Moreira me fala de forma sincera.

-Tentarei ver com alguma loja vizinha se ele foi filmado, guardarei também as imagens da minha loja para comparar com as que eu conseguir.

-Ok! Fico aguardando então. Tente reunir ainda hoje essas imagens e me avise, iremos juntos a delegacia denunciá-lo.

-Certo doutor!

Deligo a ligação e sigo vou atrás de conseguir as gravações.

Consigo algumas imagens no restaurante que eu havia almoçado, foi gravado praticamente o que eu presenciei, mas para minha felicidade no final da rua consegui o que eu precisava.

Na imagem vejo o Fábio do outro lado da rua caminhando apressado até um carro de cor preta, ele abre o porta-malas, retira o boné e os óculos e joga la dentro, retira a camiseta revelando outra de outra cor por baixo, pega uma jaqueta jeans de dentro do porta-malas e veste, entra no carro e vai embora.

Tudo que eu precisava.

O dono do estabelecimento solicita da agência de segurança dele que me envie uma cópia da gravação pelo e-mail e eu volto para minha loja feliz da vida.

Aviso aos meus dois funcionários que se virem o mesmo entregador de flores por aqui devem chamar a polícia e eles assentem.

Recebo o e-mail com a filmagem e mando uma cópia para Dr. Moreira.

Vamos juntos a delegacia prestar uma nova queixa.

Eu posso até estar exagerando, mas prefiro pecar pelo excesso do que pela falta.

Não quero pagar para ver, me senti ameaçada no dia do aniversário da Fê e nunca mais quero me sentir daquele jeito.

Boletim de ocorrência em mãos, a delegada chamará ele para esclarecimento, pretende prendê-lo por descumprir a medida protetiva, espero que funcione, espero que isso o deixe com medo ou que faça desistir de seja lá o que estiver planejando.

Sigo para minha casa com o coração apertadinho.

Não quero me tornar alguém paranoica por conta dele, mas vou ficar mais atenta.

Ainda hoje providenciarei novas trancas para meu apartamento, deixarei o porteiro sob aviso com uma foto dele para que não haja dúvidas e vou ficar mais alerta ao chegar e sair de casa e do trabalho.

Estou tão exausta.

Mais psicologicamente do que tudo. Só queria um colo nesse momento.

Mas deixa para lá. É até bom estar só, não quero meter mais ninguém nesse problema que arranjei para mim.

Sigo só, sem mais essa preocupação.

O GAROTO DO ANDAR DE BAIXOOnde histórias criam vida. Descubra agora