Capítulo 20: Damsel in Distress

1.7K 204 548
                                    

 O carro, no entanto, parou antes que eu sentisse o seu impacto.

Atrás do volante, vi os olhos furiosos de James e quase desejei que ele tivesse me atropelado de verdade para que eu não precisasse lidar com toda aquela raiva.

Como não tinha tempo a perder, entrei no carro rapidamente e James arrancou, deixando para trás os meus perseguidores.

– James... – chorei.

O meu braço doía cada vez mais.

– Você está bem? – perguntou ele, com uma voz fria e seca.

Assenti.

– Talvez eu tenha quebrado alguma coisa – eu disse.

Ele continuou encarando a estrada.

– James... – repeti.

– Como você pôde ser tão burra, Evans? – perguntou ele.

Solucei.

– Você não atendeu a merda do seu telefone, Potter! – exclamei. – Te liguei o dia inteiro.

Ele bufou.

– Eu estava ocupado – ele disse. – Mas daí você resolve vir sozinha para o meio do nada, encontrar alguém que com certeza está quebrando algumas trocentas leis...

– Eu escutei Lucius e Peter conversando sobre uma reunião ilegal – expliquei. – Achei que pudesse ser algo sobre a nossa investigação.

James apertou o volante.

– E era? – ele perguntou.

Neguei.

– Era só a reunião sobre o cartel de drogas – murmurei. – Nada sobre Emmeline. O chefe inclusive disse que não sabia quem havia matado ela.

– O chefe? – ele perguntou. – Tom Riddle?

– Quem? – rebati.

– Tom Riddle – ele repetiu, como se eu fosse surda. – Homem alto, com a pele de porcelana e os cabelos bem pretos. Usa uns ternos chiques.

Assenti.

James mordeu o lábio.

– Você conhece ele? – perguntei.

– Todo mundo conhece ele – ele disse. – Ele é o nosso Pablo Escobar.

O encarei.

– Por que ele não está na cadeia? – perguntei.

James bufou novamente.

– Nosso departamento de polícia não é muito eficiente, eu suponho – ele murmurou, me provocando.

James estacionou o carro na frente do hospital.

Ele veio até a porta do passageiro e me ajudou a descer, para que eu não corresse o risco de pular do carro e machucar ainda mais minha mão.

Lá dentro, todos se preocuparam em tratar logo a filha de Camellia Evans. Fizeram meu registro rapidamente e trouxeram água e biscoitos para nós dois.

– Vamos, querida – uma enfermeira me chamou. – Precisamos fazer um raio-x dessa sua mão.

Meu olhar encontrou o de James rapidamente.

– Eu estarei aqui quando você voltar.

Assenti.

O exame foi bem rápido, mas confirmou minhas suspeitas: eu havia fraturado o punho. Voltei para a sala de emergência e James estava lendo uma revista de arquitetura, completamente compenetrado.

Stolen DanceOnde histórias criam vida. Descubra agora