Capítulo 10: Grave New World

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 Eu observava todas as figuras vestindo preto enquanto o padre de Hogwarts fazia um longo discurso sobre a vida e a morte, ocasionalmente mencionando Emmeline.

Remus parecia estar prestes a desmaiar. Marlene acariciava a mão de Dorcas, enquanto ambas choravam em silêncio. Severus e Sirius, ambos cheios de olheiras, encaravam o retrato de Emmeline, em frente ao caixão.

James segurava a mão da Sra. Vance. Assim como a filha, ela parecia uma boneca de porcelana – ainda mais frágil considerando o quanto ela parecia estar devastada.

Nossos olhares se encontraram e ela acenou a cabeça de leve para mim, agradecida, de certa forma. Minha mãe não divulgou para a imprensa que fui eu quem encontrou o corpo de Emmeline, mas ela me pediu para que eu a deixasse contar para os Vance. Eles mereciam toda a verdade que ela podia oferecer, naquele momento.

Minha mãe, ao meu lado, estava em silêncio, mas seus olhos esquadrinhavam cada pessoa presente. Eu sabia o que ela estava fazendo: buscando nas expressões de todos qualquer coisa que pudesse servir de pista para a investigação, agora que se tratava oficialmente de um assassinato.

A perícia revelou que Emmeline foi asfixiada com algum tipo de fio. As marcas no seu pescoço não indicavam nenhuma queimadura de corda, o que significa que foi algum material mais liso, menos rugoso.

A sua gravidez complicava as coisas. Por mais horrível que isso possa parecer, um bebê, especialmente um indesejado, é um dos grandes motivos pelos quais homens matam mulheres. Isso assumindo que o assassino de Emmeline realmente seja um homem.

Minha mãe passou duas horas em uma sala com James, que jurou não saber de nada sobre o bebê. É claro que existia a possibilidade que o bebê não fosse nem mesmo dele, então os dois aguardaram nervosamente enquanto o exame de DNA era feito.

O padre terminou o seu discurso e todos se levantaram para seguirem para o enterro. A Sra. Vance agora chorava, abraçada ao marido. Egoisticamente, eu torci para que eu nunca tivesse que sofrer a dor de ter que enterrar um filho. Todos começaram a se dirigir para fora quando eu percebi que James continuava sentado, encarando a foto de Emme.

Despistei minha mãe, que continuava concentrada nas pessoas, e fui até ele.

– Oi. – eu murmurei, me sentando ao seu lado.

Ele suspirou.

James parecia mais cansado do que nunca, provavelmente havia passado a noite em claro. Seus olhos estavam inchados e marcados com olheiras fundas.

– Oi, Evans. – ele disse

Fiquei em silêncio por alguns instantes, resistindo ao impulso de perguntar se ele estava bem.

É claro que não.

– Eu sinto muito pela sua perda. – eu disse

Ele deu uma risada ironica.

– Não é uma perda. – ele disse – Alguém a tirou daqui.

Assenti.

– Eu ainda não acredito. – ele disse – Dentro daquele caixão está a minha namorada. Minha namorada grávida.

– Você sabia? – perguntei

– Se eu sabia que Emmeline estava grávida de outro homem? – ele riu novamente – Não.

Suspirei.

– Sem ofensas, Evans. – ele disse – Mas eu realmente não quero companhia agora.

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