Stolen Dance

Capítulo 23: A Little (Halloween) Party Never Killed Nobody

 Acordei com o meu celular tocando.

Na tela, vinte chamadas perdidas de James.

– James, está tudo bem? – atendi rapidamente.

Do outro lado da linha, ele suspirou.

– Você está viva – murmurou.

Franzi as sobrancelhas.

– O que? – perguntei. – É claro que eu estou viva.

Ele deu uma risadinha.

– A festa começou há quarenta minutos, eu achei que alguma coisa tivesse acontecido com você – explicou ele.

Olhei para o relógio na minha mesa de cabeceira que, de fato, marcava 7h40.

– Eu acabei cochilando – expliquei. – Estarei ai em meia hora.

– Tudo bem – disse ele. – Eu só estava preocupado.

Sorri.

– Você se preocupa demais, Potter – murmurei.

Ele riu.

– Até logo, Evans.

Desliguei o telefone e corri para o banho. O meu vestido e botas roxas já estavam me esperando, em cima da minha cadeira.

O vestido e as botas de Daphne Blake.

Eu tinha ficado com medo de James achar que aquela fantasia era, de alguma forma, eu me jogando em cima dele. No entanto, depois do beijo e da quase declaração de mais cedo, eu estava tranquila com isso. Não era como se eu não estivesse me jogando em cima dele.

Estacionei meu carro na última vaga do estacionamento da escola. Eu nunca tinha visto aquele estacionamento tão lotado – as pessoas tinham suas prioridades. Peguei minha bolsinha cor de rosa, achada em um brechó semanas antes, e que havia me dado a ideia de me vestir, de fato, de Daphne. Eu já conseguia ouvir a música tocando lá dentro do ginásio.

Assim que passei pela porta, avistei Marlene e Dorcas, vestidas de Branca de Neve e Aurora, a Bela Adormecida. Fui até elas, que me abraçaram com animação.

– Branca de Neve e Bela Adormecida? – perguntei.

Marlene deu de ombros.

– Eu cheguei primeiro que o Príncipe Felipe – ela murmurou. – Bobeou, dançou.

– Elas, com certeza, são lésbicas – disse Dorcas, ajeitando a manga do seu vestido rosa.

Dei de ombros.

– Provavelmente.

Marlene franziu o nariz, me lançando um olhar malicioso.

– Aparentemente, nós não fomos as únicas a combinar fantasia.

Olhei em volta, procurando algum outro casal.

– Quem mais? – perguntei.

Marlene deu uma gargalhada.

– Pare com isso, Lene – Dorcas murmurou. – Eles ainda estão se acostumando com a ideia de serem um casal, não é, Lils?

Franzi as sobrancelhas.

– Quem? – perguntei, genuinamente confusa.

– Quem, Lily? – perguntou Marlene, com ironia. – James, é óbvio!

Olhei em volta mais uma vez, mas não o avistei. James havia combinado a fantasia com outra pessoa? Tentei não demonstrar que isso me deixaria chateada.