De pai à irmão

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Suga POV

Desde novo, meu poder se manifestou e eu sempre pude aproveitar muito do meu poder, tanto que eu, um filho de pais que trabalhavam no reino, me tornei um soldado excepcional do rei e fui confiado a treinar sua filha. Uma responsabilidade e tanto ainda mais eu sendo eu, talvez um pouco preguiçoso, mas eu nunca deixei de fazer as coisas, foi assim que me tornei um tutor tão presente.

Parando para pensar, eu me sentia mais um pai do que um tutor. Eu fazia exatamente tudo que um pai comum deveria fazer, dar broncas, ensinar, dar conselhos, cuidar para que não fique doente, cuidar para que sempre obedeça, treinar. Imaginem vocês perderem parte de sua vida só para isso? Não estou reclamando, eu gosto disso, de ter tamanha confiança para o rei. Porém, não é uma simples criança. Corrigindo, é uma adolescente com poderes gigantescos que faz parte de uma profecia que pode salvar todo o cinturão de Órion. O quão fodido eu estou? Muito.

Apesar de todas as dificuldades que a pestinha me impunha quando mais nova, ela cresceu bem disciplinada, a não ser pelo fato de namorar dois anos escondida com um simples cidadão, dois anos vocês tem ideia de quanto tempo eu demorei para descobrir? O mais engraçado de tudo é, que foi um dia totalmente inusitado e fora dos padrões.

Flashback ON

Dormir, essa é uma das coisas mais gostosas do mundo e é de graça, só me toma tempo, que é algo totalmente relativo para mim. Que ironia. Mas hoje foi o dia que eu mais dormir, sem ter que voltar no tempo uma única vez, foi uma noite tranquila até demais, já que estávamos em meio a um festival de poeira estelar. Um dos mais cansativos, já que todos os reinos se juntavam para festejar o nascimento de Orion.

Caminhei sereno em direção a torre norte – a principal do reino –, para avisar que Lone não precisaria ser tão presente. Ele realmente precisava de uma folga. Lone, sempre foi meu amigo, nossos pais cresceram juntos, consequentemente nós também.

— Quem é vivo sempre aparece. — Brincou assim que me encostei em uma das pilastras. — O que devo a honra de um soldado real?

— Cala a boca, Lone. — Rimos. — Você também é um soldado real.

— Um soldado real? Sério? — Se levantou do posto onde se encontrava, estalou o pescoço de um lado e do outro. — Eu me sinto mais como uma estátua.

Caímos na risada outra vez.

— A sua sorte é que só você seria bom em escutar essas coisas. — Joguei uma latinha de Oaken, uma bebida típica dos reinos, para ele.

— O que é isso? — Pegou confuso e me olhou.

— Oaken. — Falei como se fosse óbvio, fazendo-o me olhar com cara de tédio.

— Isso eu sei. — Me olhava desconfiado, cheguei até a olhar para trás, de tanto que olhava com os olhos cerrados. — Eu não posso beber no trabalho.

— Isso eu também sei — Cocei a nuca e o praguejei por ser tão lerdo —, você está de folga a partir de agora.

— Ahn? — Suas sobrancelhas se arquearam. — É sério?

— Não — Seu rosto se tornou mais uma vez confuso. —, eu vim aqui gastar meu precioso tempo só pra te enganar. — Pronto a famosa cara de "você é um imbecil" apareceu.

— Continua o mesmo ignorante — Passou por mim abrindo a latinha. —, mas eu gostei da visita. — Deu seu primeiro gole, assim passamos a andar devagar sobre o corredor aberto dos muros de Mintaka.

Orion  | JUNGKOOK  (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora