Sobre Você E Seu Jeito

CAPÍTULO 15

   MINHA CASA EM Miami — ou melhor enfatizando, — a casa de Boyce — fica localizada próxima a praia de South Beach. A melhor parte de morar em uma casa tão grande, é quase nunca topar com ele. Durante esses últimos anos, quase nunca o via. Não diariamente. Boyce trabalha com empresas de engenharia, então não parava muito na casa. Tirando o fato de que eu também não saía das ruas. Mas quando nos topávamos, era sempre o mesmo atrito. Um completo caos, e um relacionamento tóxico. Então eu não sei dizer se eu senti falta desse lugar. Da cidade sim. Mas dessa casa... nenhum pouco.

    É estranho não gostar do que, para mim, deveria ser um lar. Mas essa casa para mim havia sido tudo. Menos isso. E na verdade passava o tempo mais no meu quarto do que em qualquer outro cômodo. Um tanto solitário. Mas com o tempo eu aprendi a ficar completamente por conta própria.

— Essa casa é enorme! — Amélia diz, quando eu acabo de acender as luzes, depois de dar um jeito de abrir a porta principal.

— Enorme e vazia. — Eu respondo enquanto nós entramos.

— Cara, eu já vou indo. — Diz Couler, parando na porta. — Vocês precisam de mais alguma coisa? Uma grana talvez...

— Suave, irmão — trocamos um high five — mas obrigado por sempre me salvar, te devo essa.

— Relaxa — sorri de canto — parceiro a gente sempre dá um jeito de salvar. Não é?

    Eu sorrio e dou um soco de leve em seu ombro.

— Eu digo o mesmo.

— Aí, antes de ir eu só queria convidar vocês para um evento de amanhã... resolvi organizar aquela corrida monstra, tu aparece por lá? — ele me olha com expectativa.

    Entreolho Amélia.

— Eu até iria, cara. Mas nós partimos amanhã cedo — comprimo os lábios.

— Ah. Tudo bem, eu imaginei — trocamos um último toque de mãos — então boa viagem para vocês, e qualquer coisa tu sabe a onde me procurar.

— Mais uma vez eu o agradeço. — Eu digo e o assisto se despedir de Amélia antes de ir embora.

— Corrida...? — Ela me olha.

    Fecho a porta e pego sua mochila, colocando junto com a minha no sofá.

— É. Uma longa história.

— Temos bastante tempo, e eu adoraria ouvir — ela diz se aproximando.

    Seguro sua cintura trazendo-a mais para mim e beijo demoradamente o canto dos seus lábios.

— Esse vestido fica tão perfeito em você, sabia? — murmuro perto do seu ouvido, sentindo seu corpo estremecer.

   Ela me olha diretamente.

— Está mudando de assunto. Quer me esconder de alguma coisa?

   Eu rio com o seu tom de indignação.

— Claro que não, meu anjo.

— E então? — cruza os braços.

— Eu vou te contar — coloco uma mecha dos seus cabelos atrás da orelha — mas antes nós vamos tirar essas roupas, e tomar um banho. Eu estou morrendo de calor.

— Tomar um banho? — ela murmura receosa.

    Tão fofa quando fica com vergonha.

— Yeah, baby — seguro seu rosto sussurrando no seu ouvido — não se preocupe, apenas um banho.