CAPÍTULO 21

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— NÓS DAMOS UM TEMPO para vocês conversarem! — ela continua, enquanto eu massageio minhas têmporas, totalmente confuso. — Faça-a vir conosco, e iremos garantir que ela realize isso. Que estude na universidade que ela tanto quer...

     Levanto a cabeça para fitá-la atordoado. Eu estou prestes à tomar a pior decisão de toda a minha vida.

     Mas ouvindo-a falar, ela tem toda a razão. No que eu estava pensando? Amélia tinha uma vida. Tinha planos, e um futuro. Eu não poderia tirar essa grande oportunidade dela, e eu não iria. Eu não iria deixá-la, mas abrir mão do meu grande amor, para que ela pudesse ficar bem. Eu era todo ferrado, e realmente estava arrastando-a para o mal caminho. Ela ficaria muito melhor sem mim. O cara problemático. E eu tinha que admitir isso para mim mesmo. Era a realidade.

— Você a deixará fazer a faculdade que ela quiser — eu proponho — e segundo, você a deixará em paz, e a deixará fazer o que quiser, e o que tiver que fazer. Não interfira nos planos e sonhos dela! Nunca.

     Ela concorda.

— Tudo pelo bem da Amélia, apenas.

— Exatamente — eu respondo convicto, e sem expressão.

     Não acredito no que eu estou fazendo. Mas eu poderia ser muito orgulhoso, menos quando se tratava da minha garota. Eu seria terrivelmente orgulhoso se a levasse comigo. E agora eu enxergo isso.

— Me deixe falar a sós com ela. — Murmuro. — E então eu a convencerei de ir com vocês.

    Ela se aproxima, me olhando.

— Eu lhe agradeço, garoto.

— Você não precisa me agradecer — não a olho enquanto falo — só estou fazendo isso por ela, porque eu a amo, e porquê eu sei que é o certo.

— Tem razão. — Diz, e eu não respondo mais nada antes de voltar para a sala.

    Amélia me fita, caminhando até mim enquanto seu pai e Boyce se levantam dos sofás.

— O que vocês conversaram? — ela pergunta.

     Entreolho todos, antes de me voltar para ela.

— Vamos subir e conversar. Eu e você. — Enfatizo em um murmuro, levando-a para cima enquanto sinto algo se quebrar dentro de mim.

     Eu não queria isso. Não queria que fosse dessa forma. Mas isso precisa ser feito, por mais que doa insuportavelmente em mim. Eu nunca me perdoaria se estragasse a vida dela, e era o que eu iria fazer.

    Mas isso pode ser concertado agora.

— O que vocês conversaram? Landon — insiste ela, apertando minha mão.

     Nós paramos no corredor, e eu seguro o seu rosto enquanto sinto um nó se formar na minha garganta. Não consigo controlar a porra das malditas lágrimas. Passo as costas da minha mão trêmula sobre os meus olhos limpando-as, e ela me olha preocupada.

— Merda. Você está chorando.  — Ela segura o meu rosto, mas eu o viro. Droga.

— Eu... — minha voz sai baixa — sinto muito, Amélia.

— Sente muito pelo o quê?

     Ela fica pálida ao ver o meu estado, e eu noto medo em seu olhar. Isso me mata. Preciso dizer à ela. Eu a quero segura.

— Me beije — eu peço.

— O quê?

— Apenas me beije, por favor.

Sobre Você E Seu JeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora