Eu te amo

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- Você vem segunda? - perguntei, esparramada na cama enquanto falava com Carol ao celular.

Tinha chegado em casa há cerca de duas horas e não havia ninguém em casa. Estava tomando um banho quando recebi uma mensagem de Clara avisando que iria para uma festa da empresa e que só chegaria de madrugada. Ainda assim, esperei um pouco para ligar para Carol, apenas por receio de que ela achasse que eu estava pegando muito no seu pé.

- Bruno me convidou, mas acho que não vou - ela respondeu com um suspiro. - Não sei se ficaria muito confortável aí.

Segunda feira seria aniversário de dezoito anos de Bruno e ele estava organizando uma festa aqui em casa mesmo, com a ajuda dos amigos. Uma banda já havia sido contratada e quase tudo já tinha sido providenciado, com exceção de um DJ que Bruno queria muito, mas ainda não tinha confirmado se poderia ou não tocar na festa.

- Eu queria que você viesse. Ao menos para poder te ver de longe.

- E eu vou ter que te ver com sua esposa - Carol falou de uma vez, como se desabafasse aquilo, mas nem me deu tempo de falar nada. - Além do mais, não tenho roupa para ir. O único vestido decente que tinha para ir a uma festa dessas era aquele que usei no aniversário de Maria.

- Decente? Aquilo? - retruquei.

- Me refiro a ser aceitável para o nível dessas festas.

- Carol, eu tive que aguentar meus filhos te secando com os olhos e falando indecências sobre as suas pernas e sua bunda. Eles te chamaram de gostosa na minha frente, Carol!

- Desculpa - ela falou, mas eu ouvia sua risada do outro lado, provavelmente achando graça do meu desespero.

- Você acha isso engraçado, não é?

- Um pouco - ela concordou ainda rindo. - Mas você achou ele feio? O vestido, eu digo.

Respirei fundo para me acalmar daquela raiva que sempre surgia quando ficava com ciúmes de Carol.

- Não - admiti por fim. - Você estava linda. Mais do que deveria.

- Ciumenta. - E desde quando isso era novidade? Carol era só minha, afinal. Como poderia não sentir ciúmes dela? - Bem, mas não posso usar ele de novo. E não tenho mais nada para usar. Somando isso ao fato de que não quero te ver com sua esposa, então acho melhor não ir.

- E se eu prometer ficar longe dela durante a festa?

- Você não pode prometer isso.

- Claro que posso. Vai ter muita gente nessa festa. Será fácil evitar qualquer pessoa.

Carol ficou em silêncio por alguns segundos e eu torci para que ela estivesse pensando nas minhas palavras.

- Me promete ao menos não beijá-la na minha frente.

- Eu não vou nem mesmo beijá-la, Carol - retruquei firme. - Então você vem?

- Acho que sim. Vou falar com Maria e ver se ela me empresta alguma coisa.

- Ou - comecei, embora tivesse quase certeza de que ela não gostaria de ouvir aquilo - eu posso comprar algo para-

- Não! - ela me interrompeu firme.

- Carol...

- Não, Day. Nem começa.

- Entenda meu lado - tentei, mesmo sabendo que as chances dela fazer aquilo eram mínimas. - Se eu comprar um vestido para você, não apenas você virá para a festa e eu vou poder te ver, como ainda posso escolher um vestido que não vai me deixar tentada a te agarrar na frente de todo mundo. Benefício duplo, entende?

7 Minutos no paraísoOnde histórias criam vida. Descubra agora