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·HOPE ANDREA MIKAELSON·
Eu estava levemente voltando a acordar juntamente com minha consciência, trazendo o último ocorrido de volta a minha mente, que me preocupou muito, além de causar uma imensa raiva pelos meus tios terem estragado mais uma grande festa minha. Eu não sei exatamente quem me atacou, mas foi Kol ou Rebekah, pela velocidade que Freya não pode ter. Estou indignada com isso! Agora me encontro presa numa sala totalmente vazia e pequena, com grades fortes, e algemas em minhas mãos, para assegurar que eu não fuja tão facilmente. Mas espere, eu conheço este lugar! Não, não pode ser! Me trouxeram a escola Salvatore? Mas que ódio, eu odeio esse lugar, pelo menos foi esse meu sentimento desde que sai daqui, antes eu até superava, mas agora é intolerável.
-Heey! Tem alguém aí? -pergunto balançando as algemas grossas que estavam firmes na parede em que me encostara. -Eu já acordeeei, podem aparecer? -perguntei cantarolando impaciente.
-Little girl. -disse um sotaque harmonioso e tão galanteador. -Que bom que acordou, é bom vê-la de volta. -disse aparecendo e destrancando a sela.
Não! Não! Não e não! Como... Como? Isso não é real!
-Não! Parem! Não brinquem com a minha mente e os meus sentimentos obscuros, isso é totalmente ridículo e inaceitável, ouviram? Não podem acessar minha privacidade mental! -digo alterada mexendo as correntes furiosa.
-Kol e Rebekah estão em Nova Orleans, apenas Freya está aqui comigo para garantir que não escape, inclusive com essas grades de ferro completamente fortes serão resistíveis a qualquer tentativa de fuga, você está na escola Salvatore e portanto, não sairá daqui tão fácil como antes.
-Isso não é uma realidade! Está muito longe de ser! Eu não sou tão tola! -digo tentando conter minhas emoções.
-Freya está lá em cima, não tem como acessar sua mente, e eu acabei de chegar aqui, já que escutei seu pedido impaciente para ter logo uma presença ao acordar em plena noite, numa sela vazia e entediante, pode apostar, sei como é, esta sensação horrível de solidão desesperada para ter logo alguém por perto, por mais insana que você é, ainda resta emoções e sentimentos dentro de você, eu entendo perfeitamente do assunto, e é por isso que estou aqui meu bem. -disse se aproximando de mim com passos lentos e se abaixando à minha altura.
-Não! Você está morto, meus tios estão na minha mente me torturando como vingança, foi para isso que me enganaram todo esse tempo prometendo não estragar meus planos, e eles realmente tinham sumido, me fazendo acreditar bem nas promessas de Kol, mas dai chegou ontem e...
-Hope! -disse chamando-me. -Me toque! -disse o mesmo e assim eu fiz, me surpreendendo com o contato físico. -Sou eu little princess.
-Pai...? É mesmo você? -pergunto tentando me conter.
Ele deu um pequeno sorriso acenando positivamente com a cabeça, pude ver uma lágrima escapar de seus olhos e logo o abracei, mesmo com as algemas que atrapalharam, eu não deixei de encerrar aquele abraço afetuoso, lágrimas começaram a cair perante meus olhos, eu não conseguia mais segurar, já estava 5 semanas sem essa droga de humanidade, e fora tão bom assim, eu não senti mais tristeza, pela perda de meus pais, porque isso foi me abalando tanto, tendo que estar nessa escola com pessoas zombando de mim e outras sendo insuportáveis comigo, foi tão intenso, não tinha mais jeito, eu tinha que sair daqui e por isso desliguei, além do mais eu queria herdar o trono de meu pai já que ele havia deixado para mim, a cidade tinha que ser minha, mas para isso era obrigatório eliminar certas pessoas, que fizeram muito mal ao meu pai há anos atrás e ainda estavam vivas, eu deixei a vingança, o ódio e o rancor falarem mais alto, o poder também. Ingnorando tudo qualquer tipo de sentimentos ou misericórdia por todos, eu tive de ser uma garota má para ter conseguido alcançar os meus objetivos, aliás é isso que todo vilão faz, e é por isso que conseguem tudo o que querem, eu sabia que infelizmente ter que desligar minha humanidade seria um péssimo caminho a se escolher, mas eu não aguentava mais viver presa naquele modo nesta escola, queria gerar polêmicas, queria ter a minha devida liberdade para fazer o que eu quiser e ser feliz dessa forma, para depois quando fosse a hora certa eu ligar, mas nem sempre as coisas são como nós queremos, e agora já está na hora de deixar voltar tudo.
-Deixe ligar. -disse com um sussurro em meu ouvido. -Já está na hora Hope! Meus irmãos, as pessoas, todas que se importam com você, necessitam da sua humanidade de volta.
-Mas pai... -digo separando-me do abraço. -Eu fui uma pessoa horrível, fui uma garota má e rebelde que sai por aí dando um foda-se para todos e fazendo o que bem queria, sem me importar com os sentimentos alheios ou com os meus próprios sentimentos. Eu deixei a vingança, a raiva e o poder tomarem conta de mim, me esquecendo de todos a minha volta, eu matei pessoas pai! Se eu ligar eu vou me culpar eternamente por isso.
-Hope! Você é apenas uma adolescente ainda, que está se tornando cada vez mais uma bela adulta, forte e aventureira como sua mãe lhe disse uma vez, você está seguindo o legado dela e o meu também, mas precisa seguir da maneira certa, e desligando sua humanidade era o único jeito possível, eu sei e entendo completamente, mas agora você já conseguiu tudo o que queria, já tem a cidade que era minha na palma das suas mãos, você é a herdeira do trono, a qual sempre quis que fosse desde que soube que sua mãe estava grávida de você, é com esse propósito que eu quero que voce siga e nos deixe mais honrado do que já está, mas precisa encontrar o novo jeito de continuar seguindo isso adiante sendo humanitária como eu me tornei por sua causa.
-Eu sei que vou ter que encontrar esse jeito para continuar de onde parei de uma forma bem diferente e mais humana, sei que na realidade é isso que preciso fazer, sendo totalmente da maneira certa, mas sem a ajuda de vocês eu não sei o que fazer, eu perdi quase todos vocês, e fiquei sem uma direção, meu tio Kol disse o mesmo apesar de estar lutando com sua falta todos os dias, isso é inevitável pai. Eu nem sei como consegui agir dessa forma e te honrar, eu matei seu melhor amigo.
-Ei filha! Você não precisa se arrepender pela morte dele, eu já havia deixado de me importar com Marcel há muito tempo desde que ele me prendeu numa masmorra por 5 anos e me tratou como um cachorro, coisa que eu nunca o fiz nesse nível tão indecente! Mas nós se acertamos no inferno, o diabo está o fazendo pagar com seus pecados assim como eu, cada um de nós fizemos coisas horríveis ao longo dos séculos, e cada um de nós pagamos isso com a nossa própria morte e sofrimento eterno, pois enquanto você não encontrar sua paz eu não encontrarei a minha, esse foi o acordo, mas ainda há chanche de você concertar suas escolhas e seus próximos caminhos, do mesmo jeito que você fez quando desligou, você não precisa mais de nós.
-Pai! -digo com meus olhos marejados. -Eu não tenho certeza se vou conseguir, mesmo com seus conselhos agora, eu sei que não vou mais o ter nunca mais! E se eu fizer algo de errado?
-Então você conseguirá passar por cima de tudo porque você é uma Mikaelson. -disse ele me olhando afetuosamente, ele olhou para o relógio e vimos o horário. -Faltam poucos minutos para dar meia-noite e eu sumir para sempre de novo, por favor querida, faça isso por mim, me prometa que nunca esquecerá dessa conversa enquanto viver, e não esqueça de que sua mãe e eu te amamos eternamente, mesmo apesar de tantas circunstâncias e problemas que ocorrer com você, nós sempre estaremos contigo.
-Obrigada pai! Obrigada por cada único momento presente vivido comigo, eu prometo fazer o que você pediu, prometo não lhe desapontar mais! Eu amo você e minha mãe, ok? Diga a ela isso por favor.
-Ela sabe little girl, nós sabemos! -disse sorrindo afetivamente. -Agora... Ligue. -disse olhando nos meus olhos.
Dei um último abraço nele, e então distancie um pouco, olhei o horário, faltavam 2 minutos, olhei de volta para ele que aguardava sua volta para aquele lugar temível e terrível.
-Eu te amo pai!
-Eu também te amo Hope!
Vi seu belo sorriso fofo e de grande afeto para mim, me transmitindo segurança e perseverança para encarar as coisas daqui pra frente. Esse seria o último sorriso seu a ver, seria a sua última aparição, mas que ficará sempre nas minhas lembranças com ele. Sem perder mais tempo, fechei meus olhos preparada para fazer o que deveria, antes dele se ir, sabia que estava orgulhoso de mim e sei que vou ter que continuar matendo essa postura por eles, então, suspirei fundo e me concentrei esquecendo de tudo a minha volta, apenas focando no botão atrás de minha mente, e logo tendo acesso ao meu subconsciente, e num segundo, tudo começou a voltar, isso doia cada vez mais na minha alma, cada morte, cada palavra horrível dita pela minha boca, cada atitude, todo o sentimento e as emoções sendo tragas de volta para me torturar pelo que fiz, tudo voltou rapidamente para minha consciência deixando um peso iminente ali, assim que abri os olhos após ter acabado, meu pai já não estava mais ali e o relógio marcava 12:01, as lágrimas tomaram conta de mim me fazendo cair de joelhos ao chão, enquanto essa dolorosa dor na minha consciência e alma me tomava, inclusive, o fato de nunca mais poder ver de volta o meu pai.
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Hope Andrea Mikaelson : A herdeira de New Orleans.
FanfictionAntes eu odiava todos, só pensava em poder me mandar daquela maldita escola para adolescentes sobrenaturais ridículos, já que ali não era o meu lugar, e eu não queria ficar lidando com aquela escola se é coisa do meu direitor para se fazer. Eu queri...