XXIV

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[pule este capítulo se você tiver escolhido ser heterossexual no capítulo I]

Você vai às pressas até a casa de (seu amigo), não sabia o motivo de você estar tão pertubado em ele ter ido embora, mas você se rendia totalmente a emoção.
Você bate, mas ninguém atende, então você abre, sim, você tinha a chave da casa dele, assim como ele tinha a da sua.
Ao entrar o cãozinho dele late para você, o mesmo parecia estar com fome então você bota um pouco de ração para ele.

(seu amigo)! — Você o chama, mas logo desiste.

Ele não tinha voltado para casa — então, onde ele foi?
Você sente um pouco de preocupação — e se ele tivesse ido com raiva de você?
Isso te afetava, não queria que ele guardasse mágoas de você. — Além do mais, vocês eram amigos, não é?

Você senta no sofá e tenta pensar em onde ele poderia estar à essa hora.

— Ahr... onde que você se enfiou garoto? — Entrelaça os dedos nos cabelos, enquanto apoia os cotovelos nas coxas. — Por que você tem que ser tão complicado?

Você pensa mais um pouco até que você lembra de um lugar que ele poderia estar.
Então, você levanta rápido do sofá e vai atrás do amor da sua vida — na brotheragem, né?

Você vai até uma rampa para skatistas, e como esperado, você comprovou sua tese, ele estava mesmo lá, sentado, olhando para a rampa, como se sua dignidade tivesse morrido.

— Sério, você está afim de me matar, né? — Você diz pondo a mão na cintura e olhando para ele.

— O que eu fiz? — Pergunta cínico.

- Responda-o. Demonstre toda sua indignação.

— Relaxa, cara! Não é culpa sua, nem nada. Eu não vim para cá porquê estou chateado com você, que sentido faria? Esse lugar aqui tem seu cheiro.

- Apresse-o a falar o porquê de ter ido embora, já que ele estava tão apegado a sua casa.

— Eu só percebi que estou sendo um grande filho da puta. Quando eu vi aquela garota na porta, toda pronta, arrumadinha, só para você, meu sangue ferveu. — Ele olha para você e percebe que já estava falando demais. — Eu me apeguei à você, entende? Me acostumei com a sua atenção à todo instante e você nunca teve compromisso, acho que é a primeira vez que te vejo ir à um encontro, então, meio que eu me senti ameaçado, mas eu já tô de boa.

— Podia ter dito isso ainda lá em casa, para quê vir para cá? — Você pergunta.

— Eu não vou voltar, eu não posso. Foi isso que percebi, que estou te incomodando, você já tem (sua idade) anos nos coro e eu ainda agarrado à sua casa como se fosse seu irmão mais novo, me desculpa por isso, me desculpa por aquelas coisas que eu disse para ela, me desculpa por usar suas coisas sem permissão, por te encher o saco e por sempre agir como criança.

- O que tem a dizer sobre esses pedidos de desculpas?

— Esquece isso, (seu nome). Lembra quando a gente quase se matava tentando imitar as manobras que a gente via na TV? Bons tempos, aqueles.

— Para de mudar de assunto, antes você queria tanto ficar lá e você decide isso assim do nada? Você sempre foi do jeito que é, mas nunca se importou se me atrapalhava ou não, por que será que só agora você tomou vergonha na cara?

— Não sei, (seu nome). Talvez porque meu amigo me considera uma criança, imatura e mal educada, tanto que  declarou isso para a família dele mas não tem coragem de chegar para mim e dizer tudo o que está incomodando.

— Você... ouviu. Mas espera, você está fazendo birra por causa disso? Mas você já não sabe que é uma criança, imatura e mal educada?

— Mal educada é sua mãe!

— Ih, respeita! Está vendo porquê te chamei assim?

— Ah, esquece, eu só precisava de ar.

— Não foge do assunto, desculpe ter dito aquilo nas suas costas, mas qualquer um ficaria irado se visse o seu melhor amigo mostrando a espiga para sua família, ué. — Ele ri baixo.

Você percebe que ele concorda com você, então você o abraça de surpresa.

— A gente sempre vai ser os melhores amigos do mundo, assim como quando éramos crianças, nada vai mudar entre nós, tudo bem?

— É. — Responde arrastado.

Ele te abraça forte de volta, como se necessitasse disso. Ele descansa a testa sobre seu ombro e agarra levemente sua camisa, você não nota, mas ele respira fundo ao sentir o cheiro de seu perfume.

Vocês voltam no carro dele para a sua casa e vocês não tocam mais no assunto.

queria agradecer a todos que estão acompanhando a história e agradecer também a badbarbye por me ajudar, me fornecendo imagens muito tamblis, do xeitinho que eu gosto 😆
obrigada, mo
e obrigada à você que está lendo❤



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E SE VOCÊ FOSSE UM GAROTO?Onde histórias criam vida. Descubra agora