XXXIV

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Capítulo para os heterossexuais da historia;

(sua crush) não apareceu na faculdade, você gostaria de saber se ela estava bem, provavelmente era apenas a ressaca a culpada.
Ivy te olhava com raiva às vezes, mas isso deveria parar, nenhum de vocês estava no colegial para ter intriga como aquela.

— Ivy! — Você a chama, mas ela ignora. — Ivy! — Te ignora mais uma vez e apressa o andar. — Pelo amor de Deus, quantos anos você tem? — Você segura o braço dela, parando-a. — Para de agir assim. Lembra de antes? Quando nos divertíamos, sem ter uma tensão absurda entre a gente? Seus pais não te avisaram que no pacote da vida vem desilusões amorosas grátis?

— Eu não quero lembrar. Tudo aquilo só me fez pensar que você gostava de mim.

O que tens a dizer sobre isso? Diga a verdade, que deseja ter um relacionamento de total amizade com ela.

— O jeito que você fala faz tudo parecer tão fácil, talvez nada seja como antes, faz tempo que gosto de você, as coisas estavam bem porque antes você não sabia.

— O humano é teimoso, às vezes parece que temos a necessidade de ser cegos para a realidade, porque é dolorosa ou muita das vezes porque não sabemos nem que ela está alí. Escuta, se não sou eu, é porque não sou a pessoa certa. Você vai achar, eu tenho certeza disso, só por favor abre os olhos.

— Está sabendo de alguma coisa que eu não sei?

— Ah... não. Você está? — Você muda de assunto.

— Não.

— Já vou para a sala, tchau.

[...]

No fim da aula, você se despede de seus amigos e vai em direção a sua casa.
No decorrer do caminho que você sempre levava, você vê Candice saindo de uma loja com algumas bolsas em mãos. Ela vai em sua direção e sua espinha gela. Aquilo era estranho, nada te dava tanto medo quanto ela, você não poderia agredí-la, talvez nem conseguiria, você não tinha coragem de denunciá-la não sabia por onde começar, pensava em mil maneiras de como ela saíria ilesa da denúncia e parava seu psicólogico de fazer o certo imediatamente. Naquele momento você sentia falta dos seus psicólogos, sempre que ela se aproximava de você, era como se você viajasse no tempo, especificamente para quando você era um adolescente, você ainda sentia-se como aquele adolescente, a dor da traição mexeu com você de uma forma inexplicável, mas algo a mais nela te fazia temê-la, sentia que ela seria capaz de tudo para te afetar. Você se perguntava se meses de terapia tinham mesmo funcionado.

— O acaso é tão bondoso comigo. — Ela diz e sorri para você. — Eu queria me desculpar pelo o que eu fiz naquele dia. Eu estava pensando em matar acidentalmente meu maridinho esses dias, para... Você sabe, nós tentarmos de novo. — Ela passa a mão no seu antebraço.

— Não encosta em mim! Por que você não me deixa em paz? Faz tanto tempo isso. Por que você não simplesmente me esquece?

— Bom, eu pensei que te esqueceria. Mas o tempo não foi gentil com meu coração, o destino insiste em nós e eu não quero desobedecê-lo.

Ela segura seu rosto te puxando lentamente, isso faz você paralisar, literalmente.
Antes que ela pudesse completar a ação, uma moto para na beira da calçada e a atenção de ambos vai para o piloto.

E SE VOCÊ FOSSE UM GAROTO?Onde histórias criam vida. Descubra agora