E SE VOCÊ FOSSE UM GAROTO?

XXXVIII

Capítulo para os homossexuais, bissexuais ou outros da história;

Continuação para quem dançou com James:

Ivy te olhava com raiva às vezes, mas isso deveria parar, nenhum de vocês estava no colegial para ter intriga como aquela.

— Ivy! — Você a chama, mas ela ignora. — Ivy! — Te ignora mais uma vez e apressa o andar. — Pelo amor de Deus, quantos anos você tem? — Você segura o braço dela, parando-a. — Para de agir assim. Lembra de antes? Quando nos divertíamos, sem ter uma tensão absurda entre a gente? Seus pais não te avisaram que no pacote da vida vem desilusões amorosas grátis?

— Eu não quero lembrar. Tudo aquilo só me fez pensar que você gostava de mim.

O que tens a dizer sobre isso? Diga a verdade, que deseja ter um relacionamento de total amizade com ela.

— O jeito que você fala faz tudo parecer tão fácil, talvez nada seja como antes, faz tempo que gosto de você, as coisas estavam bem porque antes você não sabia.

— O humano é teimoso, às vezes parece que temos a necessidade de ser cegos para a realidade, porque é dolorosa ou muita das vezes porque não sabemos nem que ela está alí. Escuta, se não sou eu, é porque não sou a pessoa certa. Você vai achar, eu tenho certeza disso, só por favor abre os olhos.

— Está sabendo de alguma coisa que eu não sei?

— Ah... não. Você está? — Você muda de assunto.

— Não.

— Já vou para a sala, tchau.

[...]

Você e Mike estavam lanchando, até que percebe o olhar de uma mulher sobre você. Você volta a atenção para Mike, mas a tal mulher não queria desviar o olhar tão cedo.
Você decide então ir ao banheiro, para se certificar que ela tinha algo para te dizer, ou era apenas um flerte.
Ao sair do banheiro ela permanecia a te olhar, mas disfarçava vez ou outra.
Mesmo assim, você queria saber o porquê.

O que pergunta à ela?

— Tu é parceiro do James, não é? — A moça chega bem perto de você, praticamente não te dando espaço algum.

— Sim... eu diria que sim.

— Ótimo, me vende o de sempre aí. — Ela pede naturalmente.

— O quê?

— O quê o quê? Passa o bagulho aí, velho.

Você fica em silêncio, procurando resposta para aquilo.

— Moça, eu não sei do que você tá falando.

— A qual é? Não pode se drogar em trabalho, idiota. Está usando as mercadorias, o James sabe disso?
— Você continua em silêncio. — Ou cara, já deu, né? Não tô afim de conversa, não. Você vende drogas junto com o James, não é? Então passa logo isso, eu só quero relaxar, cara.

— Drogas... — você se espanta ao ouvir isso, certo que não devemos achar que conhecemos alguém apenas por sua aparência, mas, aquilo ia além de qualquer expectativa.

— Cara, você quer levar um tiro no meio da cara? Me dá essa porra, mano! Eu vou pagar! — A mulher fala já perdendo a paciência.

— Ah... desculpe, eu... não tenho nada comigo, o James ficou de trazer, mas ele não apareceu, desculpe.

A mulher resmunga e se afasta de você, em alguns momentos você realmente sentiu que poderia levar um tiro.

— O que hove? Quem era ela? — Mike pergunta.