Capítulo 9

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Tudo estava escuro, sentia como se alguém estivesse tapando os meu olhos, com mãos frias e ao mesmo tempo suadas. Retirei as mãos de meu rosto e quando me viro para ver a identidade do cara misterioso, me deparo com Edgar, o irmão do rei. Ele não usava as suas luvas de sempre, e ao fundo ouvia gritos de muitas pessoas. Meu pai tentava desesperadamente acalmar o povo, mas ele não consegue. Eles nos atacam e de repente, estou caindo.

Fiquei dentro de meu quarto por três dias. Meus pais estavam em uma viagem a negócios e voltariam hoje, então meu tio estava no controle. Como eu disse a todos que eu estava doente, não via quase ninguém, somente minhas criadas e minha cachorrinha. E minha irmã? Bem, ela tentou entrar no meu quarto várias vezes, mas no momento, eu não ia conseguir encará-la e não contar nada, ia me sentir uma mentirosa e não queria magoá-la . Então sempre a dizia que estava muito doente e não queria que ela ficasse também.

Enquanto estava deitada em minha cama chorando rios de lágrimas me perguntava: como ele pôde? Trair a família e xingá-lá de tal maneira? O que meu pai pensaria se ele soubesse que seu irmão está roubando dinheiro de seu reino? Meu reino. Se eu ficar apenas aqui no meu quarto chorando o dia inteiro, estarei traindo meu povo assim como meu tio. Algo precisava ser feito. EU precisava fazer algo a respeito.

        Fiz questão de engolir o choro, levantar da cama e tomar um banho. Fiz muita força para não chorar enquanto a água quente caia sobre minha pele. Escolhi um vestido com várias camadas de tecido rosa claro fino, com um cinto de pedras prateadas. Assim que me vesti, Rebecka bate na porta, pois está na hora de meu "remédio". Ainda não contei nada para ela, então joguei fora todos os comprimidos que ela trouxe. Suspirei profundamente e fui abrir a porta.

        - Bom dia! Aqui está o seu remédio para dor de cabeça, o de dor de estômago e o de cólicas - falou enquanto entrava no quarto. Becka era uma das únicas pessoas que entrava no meu quarto sem precisar de autorização, já que possuímos muita intimidade, todavia ainda não estava preparada para contá-la sobre meu tio.

         - Vejo que está melhorando! Até já tomou banho!- Sua expressão era de entusiasmo e brincalhona, ela fazia isso para me animar sempre que eu estava em algum momento difícil.

         Dei um leve riso e pedi à ela uma maquiagem leve e uma escova cacheada, à qual aceitou no mesmo instante.

         Enquanto ela me embelezava, pensava em como desmascararia o irmão de meu pai. Pelo menos a princípio à meu pai, pois ele não estava totalmente a par da situação. E meu pai sendo o rei saberia o que fazer.

Me olhava no espelho e pensava em como eu deveria agir até contar a meu pai, teria que ser a sós ou quando o meu tio não estivesse pois meu tio negaria seu ato e as chances de ele acreditar em minha palavra seriam reduzidas. Mas em uma outra possível conversa, precisaria do duque ao meu lado.

- Calma você consegue- sussurrei para mim mesma. Becky vendo o meu nervosismo, tocou em meu ombro e sorriu. Sorri para ela de volta e segui em direção à porta. Assim que estava prestes a tocar a maçaneta tive que respirar fundo. Nunca tinha sido tão difícil deixar meu quarto. E assim que toquei-a, ouvi o alarme. Sabia o que significava, desde pequena isso acontecia, contudo nunca sabíamos o que estava por vir. Me virei e vi a expressão paralisada e aterrorizada de Becky que com medo disse:

- Rebeldes.

       - Rebeldes

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Rebeldia Real - Trilogia Real - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora