Becky estava tremendo. Ela tem trauma dos ataques desde da primeira vez que presenciou um, mas ele se intensificou quando em um ataque dois anos atrás, viu seu pai morrer, tentando salvar o meu. Gerald Cleanmenn foi um de nossos melhores soldados, e nunca me esquecerei de sua pessoa. Porém desde aquele momento Becky e sua mãe passam por dificuldades, e tentamos ajudar sempre que possível, mas sabemos que essa cicatriz nunca irá se fechar.
Coloquei minhas mãos em seus ombros, tirando-a de seu transe. Fui até meu closet e abri uma de minhas portas do armário, onde guardo algumas bolsas, que possui um fundo falso, e após retirar rapidamente as bolsas, empurrei o fundo do armário, e uma passagem secreta se abriu na parede do fundo. Abri uma gaveta, onde guardava algumas fitas, e empurrei o fundo falso, que se abriu e permitiu que eu pegasse uma chave dourada. Guardei as bolsas e fechei as portas. Me aproximei da passagem aberta e peguei a mão de Becky, mas em choque ela retirou, e ao ver a minha expressão indignada, deu um leve suspiro e disse:
- Desculpa, ainda estou em choque.
Balancei a cabeça, porém ainda com uma
certa indignação e confusão. Então virei-me e adentramos a passagem. Após poucos passos apertei um botão camuflado com a parede de pedras para que a porta se fechasse, e então quando ela finalmente se fechou, seguimos o nosso caminho naquele corredor escuro.As luzes, sempre acesas, eram muito fracas, e as paredes de pedras davam à aquele lugar um ar medieval e assustador. Como ataques rebeldes eram comuns, já conhecia aquele corredor muito bem. Mas ao fim dele chegamos à uma escada com intermináveis degraus, então a luz, por mais que fraca, se tornava mais necessária no momento.
Ao final dos degraus, havia um pequeno corredor, um pouco mais iluminado do que o primeiro, e no fundo havia uma grande porta de madeira e aço, que só poderia ser aberta com chave mestra. Girei a chave dourada dentro do cadeado, e a porta se abriu com um grande rangido. Me senti aliviada ao ver minha irmã com minha cachorra e duas de suas criadas sentadas em um dos bancos do Abrigo Real. Ao me avistar, Pietra veio correndo ao meus braços e sussurrou me abraçando forte:
- Ainda bem que você chegou.
- Eu sempre vou chegar- disse baixinho.
- Estou muito preocupada com o papai e com a mamãe.
- Também.
- E com o tio.
Suspirei fundo.
- Também - menti.
Não é como se eu quisesse que ele morresse, mas do jeito que ele nos traiu, eu estava no direito de não estar muito preocupada com a segurança dele.
- Bom, só o que nos resta é orar e manter pensamentos positivos. - minha irmã concordou com a cabeça e se desfazendo do abraço.
Fomos até o centro da sala circular, e todas demos as mãos, inclusive Becky e e as criadas da Pietra, e oramos. Desde o primeiro ataque que presenciamos fazemos isso, nos reunimos todos os presentes em um círculo no meio do cômodo, atamos as mãos e rezamos. Após a oração, nos dirigimos todas a um banco no fundo da sala e esperamos, esperamos e esperamos.
Depois de longos 45 minutos, chegam à sala meus pais e meu tio. Corremos ao encontro deles e o abraçamos. Não era o primeiro ataque, mas nunca sabíamos o que se esperar, então ver todos bem era um alívio. Mesmo que meu tio estivesse junto, me senti aliviada por ele estar lá, pois apesar de tudo ele ainda era meu tio e não desejava a sua morte. Após isso repetimos nosso ritual e rezamos para que todos estivessem bem.
Após um tempo com todos aflitos, sento-me ao lado de meu pai em um dos bancos da enorme sala. Ele estava tenso e com as mãos juntas encostadas no rosto de forma pensativa.
- O que eles querem?- Digo me aproximando.
- Hã? Quem?- Ele me olha confuso, como se eu tivesse o tirado de seu transe.
- Os rebeldes. O que será que eles querem?
- Tomar o trono- ele disse como se fosse óbvio.
- Mas por quê?
- Porque elas querem poder.
- Mas por quê? Digo, se eles realmente gostam das vidas deles, por quê atrapalhar a dos outros?
- Porque as pessoas são gananciosas demais, querem cada vez mais e mais poder e isso as deixam cegas. Quando se tem poder, as pessoas só veêm a vista da montanha, mas não veêm o caminho que você precisou percorrer para alcançar o topo. E ao ver que elas, por vezes mesmo tentando, não possuem a mesma vista que você, elas tentam de outro jeito, um jeito cheio de crueldade e traição. Por isso você deve ter cuidado em quem confia, pois esse tipo de gente, chega por trás e te empurra para o abismo.
Tive dó de meu pai, pois a pessoa que estava prestes a empurrá-lo para o abismo seria seu próprio irmão. Mas eu não podia contar agora, não era o momento certo, mas em breve seria.
Depois de 2 horas presa no abrigo um guarda abriu uma das portas e avisou-nos que o confronto havia acabado, que não houve mortes e poucos feridos. Mas o resultado só vimos quando saímos do esconderijo da Sala do Trono.
Corredores com janelas quebradas, salas com móveis destruídos, pinturas rasgadas e a Sala do Trono destruída. Ao avistar os tronos completamente detonados, vi o rei passar de um tom levemente rosado para um vermelho tomate em questão de segundos. Mas ele não fez nada, só ficou vermelho e respirando como um touro em um rodeio.
Ele assim como todos, se sentia desrespeitado, pois lutava a cada dia pelo reino e esse era o retorno que tinha. Uma parte de mim concordava com o meu pai e achava tudo aquilo um desrespeito absoluto, mas a outra parte via como um pedido de socorro. Eu precisava contar. Meu pai precisava de mim. Meu reino precisava de mim.
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*Então meus amores, o que estão achando da história? Vou tentar postar o máximo de capítulos sempre que der, e eu espero do fundo do meu coraçãozinho que vocês estejam gostando da história. Beijinhos da Aninha e até a próxima!😘😘
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Rebeldia Real - Trilogia Real - Volume 1
AléatoireTraição, um país beirando a destruição e sonhos estranhos. Até que ponto Amberly estará disposta a lutar ao lado de sua família a favor da coroa? Capa por: @Aninhapeters Foto da capa: @HannahBlood PLÁGIO É CRIME!