Capítulo 20

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Quando retornamos ao castelo, ainda não eram 17:00. Assim que desmontei de Celeste, meu tio chega e me diz:

- Querida, poderia falar com você à sós?

- Claro tio.

Meus amigos se entreolharam e saíram em direção ao palácio, enquanto eu e meu tio fomos na direção oposta.

- Sei como você está ocupada com o 31 de Maio, então pensei em ajudá-la de certa forma - ele me explicava enquanto caminhava com a mão enluvada em meu ombro. - Vou ajudar a financiar o evento lhe dando um milhão e meio de readdles. Considere como um presente de aniversário.

Um milhão e meio. Isso significava que 500 mil já haviam sido desviados. Contudo, tive que demonstrar empolgação.

- É sério tio? Muito obrigada!- Falei sorrindo e o abraçando.

- De nada. Agora temos que voltar para o palácio para nos arrumarmos para o jantar.

- Sim, tio.

- Ah e quase me esqueci- ele diz colocando a mão na testa.- A sua mãe gostaria de discutir com você sobre a sua festa de aniversário. Fazer 18 anos merece uma grande festa!

Eu ainda tinha isso para me preocupar. Não é que eu não gostasse de festas, mas naquele momento, só seria mais uma coisa para me preocupar.

- Verdade tio. Falarei com ela assim que possível.

       - Ela foi com o seu pai para o escritório. Preciso ir falar com ele. Me acompanha?- Questionou oferecendo-me o braço.

Aceitei e juntos fomos em direção ao local. Enquanto caminhávamos pelo palácio ele dizia:

- Sabe querida? Um dia, todo isso vai ser só seu. E é preciso que você aprenda à governar desde cedo. Sempre insisti nisso, contudo o conselho desaprova a ideia. Então, como você vai fazer 18 anos em breve, depois do seu aniversário conseguirei alguns pequenos acordos para treinamento. E sempre que precisar, estarei ao seu lado para te ajudar.

Vi um relance de vitória no rosto de meu tio. O que me levou a duas conclusões:  ou ele desconfiava do plano ou gostaria de se aproveitar da minha inexperiência para benefício próprio. De todo modo, achei a proposta interessante, pois além de aprender a lidar melhor com tratados, posso compreender melhor o pensamento do duque e usá-lo a meu favor. Então dei um grande sorriso e disse:

- Eu iria adorar!

Chegando perto do escritório, vi que a expressão de confusão em Blackwood passou feito um relâmpago, mas explicaria tudo depois. Ao adentrar o local, avisto meu pai lendo o envelope vermelho incrédulo, minha mãe ao lado triste e o general Douglas ao fundo com um ar de tristeza. Assim que levantou os olhos cheios de lágrimas, o rei olhou para o irmão, se aproximou e disse:

- Não creio que isso esteja acontecendo! Não consigo! Como um ser humano consegue fazer isso? Por que Clermont faria isso? Mandar matar um jovem soldado?

Eu não havia ouvido direito. Clermont? Blackwood disse que ele havia dito que havia pessoas que sabiam demais e ele sempre foi um aliado do duque, mas segundo o general Douglas, o próprio "nobre" mandou enviar esse envelope que meu pai segurava.

      - Também não consigo! E é muito pouco provável que seja sobre questões financeiras, pois o soldado Clermont é um guardas mais bem pagos do país!- Disse Edgar.

      - General, chame o soldado Clermont Schulz.

     - Sim, Vossa Majestade.

    Quando saiu, trocamos um rápido olhar que disse muito. Meu olhar dizia para ele conseguir uma cópia da carta o mais rápido possível e o dele de que cumpriria o seu dever.

Rebeldia Real - Trilogia Real - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora