Alexander
Saio do quarto de Rebeca com ânsia de matar Pietra com minhas próprias mãos.
Essa infeliz corre atrás de mim como uma cadelinha adestrada. Qualquer dia desse mando meu controle para os ares.
Inoportuna! Isso é o que ela é.
Do andar superior a observo, bem em pé nos degraus do meio da escada.
Eu já sabia, mas acabo de confirmar que ela é inoportuna ao quadrado.
A mulher não passa de uma intrometida.
_ Aconteceu alguma coisa? O que você faz aqui gritando como uma louca na minha casa? _ Vocifero descendo a escada rapidamente.
_ Ai Alex! Que mal humor! Que bicho te mordeu? _ A ordinária se faz de ofendida.
_ Você não devia ter vindo aqui sem avisar! _ Retruco severamente.
_ Por que você não apareceu ontem? Fiquei te esperando.
_ Houve um imprevisto _ Reporto com tragada irritação.
_ Poderia ter me avisado...
_ Esqueci ... _ Justifico, já no último degrau da escada.
_ Esqueceu? _ Exclama indignada. _ Você me deixa plantada te esperando, e simplesmente me diz que esqueceu de avisar que pelo menos não poderia ir ao nosso encontro? Viram você ontem a noite à uma da manhã entrando na Mezzo.
Solto uma lufada de ar para me controlar.
_ Ah, foi? O que mais falaram?
Ela me espreita com olhos desconfiados.
Num gesto displicente, à contragosto, convido-a para se acomodar em um dos sofás da sala.
Ao vê-la se acomodando, escolho o oposto para me sentar pesadamente.
_ O que mais lhe disseram? _ Repito impaciente.
Ela respira profundamente como se estivesse escolhendo as palavras cuidadosamente. Sua fisionomia visivelmente tensa.
Fixos meus olhos nela, numa interrogação silenciosa.
_ Me disseram... que... que... viram você saindo com a enteada do seu pai... Praticamente você à estava arrastando para fora da Mezzo. _ Comenta com indecisão na voz.
_ É verdade! Mas isso não é da sua conta. _ Esclareço. _ Está colocando gente para me espionar? _ Pergunto à queima-roupa.
_ Não é isso... _ Mente nervosa passando as mãos trêmulas nos cabelos.
_ É o quê... então? _ Rosno observando -a atentamente.
_ É no mínimo estranho... você com a Rebeca. _ Desconversa estrategicamente.
_ Não tem nada de estranho. Moramos na mesma casa... Esqueceu? _ Relembro impassível.
_ Ontem à noite eu estava sozinha em casa. Preparei tudo para que nós dois tivéssemos uma noite especial. _ Comunica magoada com voz sumida. _ Até pedi um daqueles serviços de garota de aluguel. _ Acrescenta baixando os olhos.
_ Eu não me interesso mais por esse tipo de jogo! _ Afirmo contundente _ Perdeu seu tempo! _ Esclareço fitando- a com olhar gelado.
_ Eu não sei o que está acontecendo com você... Ultimamente nem transamos mais... _ Desabafa num gesto de frustração. _ Alex à oito meses não fazemos sexo!Me sinto esgotando diante de tantas reclamações, na verdade esgotado fisicamente.
Levanto a mão para reprimir um bocejo. Enquanto ela tagarela sem parar.
Perco até uns trechos.
Estou começando a perceber que casar com Pietra será um péssimo negócio.
_ Você sabe que tem liberdade para sair com quem quiser. Não me oponho. _ Adiciono com indiferença. _ Nunca me opus aos seus casos.
_ Eu quero é você! Não entende ? _ Grita histérica.
_ Você está ficando pegajosa demais. Eu não gosto disso. _ Aponto com menosprezo e reprovação. _ Te conheci mais centrada... sabendo exatamente o seu lugar na minha vida. Odeio esse tipo de comportamento.
_ Por favor, me desculpe, mas é que você está à cada dia mais estranho comigo. _ Prossegue apertando as unhas negras na palma das mãos.
_ Foi você quem iludiu seu pai com a estorinha de que iríamos nos casar. Você que persuadiu ele a me ameaçar de não facilitar as coisas para a Camorra. Na sociedade normal, os Castellari manda e desmanda, mas no submundo do crime seu pai tem os melhores contatos. _ Reconheço desgostoso,
tentando manter meu controle.
Suspiro com desânimo.
Meus problemas só aumentam.
Estou correndo contra o tempo para descobrir quem está querendo destruir a Camorra e em especial a família Castellari.
A única pista que tenho até agora é que a mulher que orienta Igor Avicknash, é uma tal de Penélope Vitalli, mas desconfio que este seja um nome falso.
Falta muito pouco.
Igor até agora não desconfia de nada. Hajo normalmente com ele para não levantar suspeitas.
Saio dos meus devaneios, e levanto-me com os olhos inquisidores de Pietra me estudando.
Um movimento nos chama a atenção, Rebeca desce os degraus da escada lentamente.
Se aproxima no seu jeito elegante de ser, vestida numa calça jeans apertada, revelando as formas perfeitas e o bumbum arrebitado. A miniblusa mostra um pouco a barriguinha delgada.
Minha vontade é de obrigá-la à tirar essa roupa e trocar por outra que não mostre tanto sua beleza.
Tento parecer não está afetado por sua visão estonteante.
_ Boa noite Pietra! Cumprimenta polidamente.
_ Pensei que você estivesse com sua tia! _ Pietra comenta com deliberada ironia.
Sem dar atenção ao comentário subliminar de Pietra, dirige-se a mim cautelosa.
_ Preciso que autorize que eu saia. Quero ver minha tia antes de começar a cesariana.
_ Você não pode sair? _ Pietra atalha intrigada.
_ Alexander pensa que é meu dono! _ Revela relanceando um olhar desafiador em minha direção.
Os olhos de Pietra praticamente saltam das órbitas de tão atônita.
Rebeca está provocando de propósito.Essa garota é fogo!
_ Que horas será a cesárea? Indago com calma friamente.
_ Daqui a uma hora. _ Comunica.
_ Levo você até ao hospital. _ Anuncio incisivo.
_ Não precisa. Faça companhia para sua noiva ! Pena que eu não possa te oferecer nada Pietra! É que hoje a maioria dos empregados ficam de folga. _Rebeca relata com um sorriso indolente.
_ Entendo! _ Pietra murmura
_ Pietra já está de saída. _ Encerro o assunto.
_ Eu posso acompanhá -los também? _ Pietra se apressa com falsa cortesia.
Há muito tempo venho percebendo como cada gesto de Pietra é falso e calculado.
Não existe nada natural em sua maneira de agir.
Cada gentileza é medida de acordo com o que pretende conseguir._ Não é necessário! Não precisam se incomodar. Longe de mim atrapalhar o casal! _ Entoa zombeteira.
_ Pietra depois conversamos! Você veio no seu carro? Se quiser te dou uma carona. _ Ofereço para finalizar a conversa.
_ Tudo bem. Eu aceito a carona. Mandei meu motorista voltar. _ Relata com crescente insatisfação.
Saímos os três para fora da mansão.
Percebo Rebeca muito embaraçada com a situação, mas não me importo.
Mando um dos soldados trazerem meu carro.
Ele chega me entregado a chave.
Os gestos de Rebeca deixam claro que ela está relutante em entrar no carro.
_ Eu resolvi que não vou mais. Amanhã falo com minha tia._ Revela . _ Vocês podem ir.
O que eu suspeitava se confirma com sua negativa.
_ Entra no carro! _ Ordeno bruscamente.
_ Não vou entrar. Pode seguir sua viagem. _ Declara com rebeldia.
_ Acho que você ouviu muito bem quando eu disse que à levaria para o hospital. Não fique me testando! _ Aconselho sentindo a cólera me dominar.
_ Decidi que não vou mais, só isso Alexander.
_ Você está de pirraça!
_ Você não manda em mim! _ Grita agressiva.
Com petulância começa a seguir de volta para entrar na mansão._ Rebeca! Rebeca! Volta aqui! _ Rujo ferozmente.
Ela não me dar atenção.
Pego a arma e atiro bem perto dos seus pés, no início da pequena escada para adentrar a casa.
Ela se assusta com um grito abafado, parando imediatamente.
Aliás todos os presentes se assustam com meu ligeiro descontrole.
_ Entra no carro agora! _ Esbravejo.
Pietra está totalmente perplexa.
Olha de mim para Rebeca em busca de respostas.
Ela lança um olhar de despeito e ressentimento para uma Rebeca completamente abatida.Com Rebeca minhas emoções vão de oito à oitenta.
Quando percebo já fiz e disse o que não deveria.
Ela entra no carro no banco de traz, sem me dirigir o olhar.
Pressinto que está se controlando para não chorar na presença de Pietra.
A situação é difícil, mas ela tem que entender que me deve obediência.
Passo logo na casa de Pietra, assim eu me livro logo dela.
É claro que ela não queria aceitar.
No entanto eu não aguento mais ouvir a sua voz.
Durante a viagem, ela atormentou a Rebeca, contando sobre as ideias para o casamento. Parecia uma vitrola quebrada.
Em nenhum momento ouvi Rebeca fazer algum comentário à respeito. Mas Pietra parecia querer de alguma forma mostrar que eu tinha dona.
Ridícula!No hospital entramos sem nos falar.
Ela vai direto falar com a recepcionista.
Me acomodo numa das poltronas na sala de espera.
Exausto.
Solto um longo suspiro e me encosto na poltrona, enquanto Rebeca segue a recepcionista sem me lançar um único olhar se quer.
Deve estar indignada com minha atitude.
Depois eu resolvo.
Fecho meus olhos para descansar um pouco.ANTECIPANDO UM PEQUENO CAPÍTULO MAIS CEDO.
BOM FIM DE SEMANA.
ATÉ SEGUNDA-FEIRA.BEIJOS.
NÃO DEIXEM DE COMENTAR
E POR FAVOR CONTO COM SEU VOTO.
VOCÊ ESTÁ LENDO
UMA TRAMA DO DESTINO
Romance🔞✔ Numa noite mágica em que Rebeca comemorava seus quinze anos de idade, algo novo aconteceu. Ao contemplar Alexander seu coração bate diferente. Uma batida que sufoca sua alma. Respirar fica difícil... Então, quando Alexander segurou sua mão p...