Capítulo cinco

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BÁRBARA

Logo que chegamos no bar eu tava meio de cara com o Guto. Ele vive dizendo que não sente nada por mim e que não quer parar de ficar, que não vai atrapalhar a amizade, mas quando qualquer cara vem falar comigo ele da esses chiliques.

A Mel tinha que me dito que queria conversar então fomos pro bar, pedimos uma cerveja para cada e sempre que tentávamos engatar no assunto alguém chegava e nos cortava.

Acabamos desistindo de conversar ali e deixamos para outra hora.

Quando fomos para a mesa o Guto tava com uma carinha de emburrado que eu não aguentava e logo fui falar com ele, nisso o Rafa já estava cantando.

Coisa linda era ouvir o Rafael cantar. A voz dele tinha uma rouquidão maravilhosa que me fazia querer ouvir pra sempre ele cantando. O estilinho da banda era meio Charlie Brown. Era maravilhoso.

Quando o Rafa veio para a mesa parabenizamos ele pelo show e logo fui dançar com as meninas. Tava tocando um samba maravigold. Eu não era nenhuma passista da globo, mas eu me virava bem.

Tava dançando com a Mel e Helena, que logo disse que tava meio tonta e ia se sentar. Nós concordamos e seguimos ali.

- Amis vamos no banheiro? - Mel perguntou e como eu tava apertada também eu aceitei.

Na ida ao banheiro passamos pelo Caio e Rafa e deixamos os celulares e copos com eles, para não correr o risco de deixar o celular cair na privada.

- O Rafa canta bem, né?! - falei da minha cabine alto para a Mel ouvir.

- Canta sim amiga, e aquela cara de mal complementa - a Mel disse alto também.

Sai da cabine e esperei ela sair também.

Lavamos as mãos em meio a fofoca - ele não da moral pra ninguém né, que peninha - falei e soltei uma risadinha.

- Porque dona Bárbara, tas querendo o boy? - ela arqueou a sobrancelha e me olhou com um olhar desafiador.

- Não Mel. Não quero, só acho ele na dele, nunca vimos ele com nenhuma menina, ele dificilmente passa dos limites com nós - olhei para ela como se fosse óbvio.

- No que tu tá pensando já, desembucha.

- Ele se ele for gay? - falei num grito.

- Bárbara, tu é um gênio - Mel me olhou como se eu fosse o Thomás Édson e tivesse acabado de descobrir a luz.

- Que desperdício - falei suspirando e imaginando ele.

- E que desperdício - concordou Mel - vamos sair daqui, vão achar que morremos.

Saímos do banheiro conversando e certas que tínhamos feito a descoberta da vida.

Na mesa não tava mais o Guto e nem a Helena, só tava o Pedro e a Antonia se pegando. Sim, no final ela acabou vindo. Mas por birra, apareceu só quando o show do Rafa tinha acabado.

Fui em direção a eles - Cadê o Guto? - perguntei olhando pra eles.

- Vimos ele e a Helena saírem daqui juntos - o Pedro respondeu normalmente e eu surtei por dentro. Calma Bárbara. Ele é somente teu melhor amigo.

- Tá bem então, bay bay pombinhos - sai mandando beijos.

Olhei ao meu redor para ver se achava meu povo, mas tudo que eu vi foi, Mel pegando um carinha, Caio de trova numa loira gostosa e areia demais pro caminhãozinho dele, e no bar, vi o Rafa sentado conversando com o barmen. Que desperdício, pensei.

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