Capítulo vinte e três

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BÁRBARA

Acordei com o sol forte batendo na minha cara e puxei a coberta com tudo pra bloquear a luz.

- Nananinanão... - escuto aquela voz rouca familiar se aproximando - bora levantar essa bunda da cama - puxou a coberta e o sol me deixou cega e eu puxei a coberta de volta me tapando - hoje tá um dia de sol maravilhoso e nós vamos para a praia - ele tirou a coberta de cima de mim com tudo de novo.

- Para Caio - resmunguei com voz de sono - me deixa em paz merda - tapei meu rosto com o travesseiro.

- Pode tentar o quanto quiser, tu não vai voltar a dormir não gata - ele arrancou o travesseiro da minha cara - acorda para cuspir, anda!

Vi que essa luta eu não ia ganhar então me dei por vencida, me sentei na cama e vi que realmente tava um dia lindo, digno de praia, sol e água fresca. Peguei meu celular pra ver as horas e recém eram 09hrs da matina, o vontadezinha de matar esse filho da puta e alegar legítima defesa.

Fui no banheiro jogar uma água na cara e escovar os dentes e desci pra ver o que o amadinho estava aprontando.

- Bom dia querido! - disse entrando na cozinha e sendo invadida pelo cheirinho de café passado.

- Bom dia querida! - ele respondeu com o típico sorrisinho sínico - que bom que acordasse cedo hoje, tá um rico dia né.

Fui pra perto dele e roubar um pedaço de um omelete - bom né Caio Antônio!

- Muito bom queridinha - ele tava fazendo omeletes para o café, super prendado.

- Até que tá bom esse teu negócio - disse comendo mais um pedaço.

Ele riu e me tacou um pano de prato - claro que tá bom pô, faço tudo bem gostoso - piscou.

Essas frases de duplo sentido dele eram demais pra mim deixar quieto - nem tudo, esse café tá mó aguado - respondi fazendo uma careta fingida, porque o café tá realmente bom.

- Mané aguado, meu café tá supimpa.

- Tu parece minha vó falando essas coisas Caio - dei risada dele e tomei o café.

- Tas me desdenhando muito pra quem ficou a segunda noite seguida na minha casa - sentou do meu lado a mesa - na minha cama... - sorriu e bateu com a dedo na minha bochecha - tem alguma coisa perturbando teu sono Bárbara Maria?

- Tua cama que não é boa - resmunguei - e só fiquei aqui porque meu melhor amigo me trocou por buceta, de novo - revirei os olhos.

- Ja dizia a rainha né amada, se ele não te quer, supera!

- Te fode arrombado - dei um tapão no braço dele que reclamou afu.

Segui tomando meu cafezinho plena com ele me atazanando as ideias, e o que ele disse sobre noite mal dormida ficou na minha mente, realmente, dormir com ele é uma luta, mas uma luta contra minha própria sanidade, porque esse homem é gostoso demais para ser de verdade, mas também é safado e galinha na mesma proporção, então eu não podia me dar o luxo de sentar um pouquinho. Nem se eu estivesse querendo muito e me sentido atraída por essa barbinha rala, sobrancelhas grossas, olhos escuros e voz rouquinha de molhar as calcinhas.

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