Capítulo dezoito

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CAIO

Acordei no outro dia com um celular berrando nos meus ouvidos, mas não era o meu porque sempre deixava no silencioso. Sacudi a Bárbara um milhão de vezes pra ela acordar e atender a porra do telefone dela mas ela nem se mexia, então o que me restou foi procurar o celular dela naquela montanha de travesseiros. Meti a mão por baixo e acabei achando fácil aquela porra, mas quando peguei a ligação cessou. No relógio marcava 9 horas da manhã e ela estava com 1% de bateria, resolvi ser caridoso e tirei o meu da tomada para colocar o dela. Tinha várias ligações não atendidas, deveriam ser desde ontem. O celular começou a tocar de novo e eu resolvi atender porque vi que era o Gustavo.

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- Alô.
- Alô. Quem fala?
- É o Caio mano.
- Fala Caio, a Babi tá aí na tua casa?
- Opa, tá sim. A mina queria ir embora ontem, mas como vocês moram longe pra caralho caímos aqui em casa mesmo. Ela tava louca atrás de ti.
- Ba meu, valeu aí feio. A Helena me pediu pra levar ela pra casa ontem e meu celular ficou sem bateria, aí quando voltei pro bar atrás de vocês o Rafa disse que já tinham ido embora.
- Suave mano, depois tu conversa com a Ba.
- Avisa ela que vou buscar ela quando ela quiser, falou.
- Pode crê feio, até mais.
- Até.

Desliguei a ligação e coloquei o celular no criado mudo de volta e deitei. Quando me virei pra frente da Babi levei um puta susto dela, a mina tava com os olhos abertos me encarando.

- Porra Babi, avisa mano.

Ela só deu um sorrisinho sem mostrar os dentes - bom dia Caio, acordei.

- Bom dia gata - respondi e fechei os olhos, era puta cedo ainda - bora dormir mais.

Ela suspirou pesadamente - o que o Gustavo queria?

Nem me dei o trabalho de abrir os olhos - avisar que vai vir te buscar mais tarde.

Escutei ela bufar, tipicamente como a mimada que ela é - ele nem precisa se dar ao trabalho.

- Bom, isso tu resolve com ele depois, bora dormir.

O silêncio reinou no quarto então achei que ela tinha dormindo, mas quando eu tava pegando no sono ela falou.

- Onde ele se meteu ontem?

Abri os olhos porque não ia conseguir dormir mais mesmo, ela tava com os olhos bem atentos em mim, deitada de lado - ele disse que foi levar a Helena, o celular descarregou e quando voltou pra te buscar na festa a gente já tinha vindo embora.

Ela ficou pensando no que eu disse - sempre cavalheiro esse Gustavo - falou toda irônica.

- Ele tem que fazer a parte dele né - tentei amenizar a situação.

- Esquece Caio, tá tudo bem - ela se deu por vencida e se virou na cama, ficando de barriga para cima - eu que piro a toa.

- Olha ela, toda admitindo que tem ciúmes do melhor amigo - dei uma provocada.

Ela me olhou com a boca aberta incrédula - que mané ciúmes o que, eu fico é puta quando o Gustavo faz isso.

Ri nasalmente - eu não sei se te contaram ainda Babi, mas o Gustavo tem uma coisa sabe...

- O que? - ela me cortou correndo.

- Vida Bárbara - respondi alto - essa coisa que ele tem é uma vida - eu tava definitivamente me divertindo com a cara dela essa hora da manhã já.

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