Capítulo seis

124 12 0
                                    

BÁRBARA

Acordei no outro dia me espreguiçando com uma puta preguiça. Dei uma resmungada e me virei na cama dando de cara com o Rafael me olhando com um sorrisinho debochado.

- Quanta manha quando acorda - ele disse pegando o próprio celular de baixo do travesseiro e mexendo.

- Tinha esquecido completamente que tava aqui - fiz uma careta e olhei bem para a cara dele que tava concentrado no celular.

- Guto tá feito louco atrás de ti - disse e virou a tela do celular pra mim.

Tava aberto no nosso grupo do WhatsApp e li pra mim as mensagens, mas ri com a do Guto "alguém nesse caralho de grupo sabe me dizer onde a porra da Bárbara anda" e aí o Caio respondeu "acabei de ver no meu bolso, aqui tá não".

Devolvi o celular pro Rafa rindo.

- O Caio é uma figura, o Gustavo deve tá louco - fui me levantando da cama.

- O Gustavo pensa que é teu dono - sentou na cama também e bocejou.

Eu já tava em pé de costas para ele mexendo no meu celular e respondendo o Gustavo que tava alarmando todo mundo. Quando larguei o celular na mesa de volta tirando do carregador me virei pro Rafael...

- Peguei o teu carregador ontem, valeu - ele tava me secando na maior cara de pau, olhando diretamente para minha bunda e quando me virei ele ficou todo sem jeito. Eita gay estranho.

- Ah, tudo bem - ele disse todo sem jeito e saiu da cama indo em direção do banheiro como uma flecha.

Logo ele saiu e eu entrei e acabei colocando a mesma roupa da noite passada para ir embora. Não ia abusar da hospitalidade do guri.

Sai do banheiro e o quarto tava vazio, só com o cheiro do Rafa lá dentro.

Fui em direção a cozinha e ele tava sentado na bancada tomando café.

- Fiz uma xícara para você também - ele falou e me estendeu o café, que peguei e dei um gole.

- Tá uma delicia - continuei bebendo de pé, escorada no balcão de frente para o Rafa.

- Nosso típico café da manhã - ele falou lembrando do dia que nós encontramos na cozinha do Caio.

- Ta faltando o omelete - falei cutucando ele, mas tava sem fome.

- Se quiser eu faço.

- Quero não, tava só tirando teu tempo.

Ele deu um risadinha e concordou.

- Não tens estágio hoje? - ele me perguntou.

- Me deram uma semana de férias lá no hospital.

Vou explicar, eu curso medicina veterinária, e na própria faculdade tem o hospital veterinário e eu faço um estágio curricular lá. Totalmente de graça, só perdendo meu tempo. Mas a experiência que eu to tento vale por todo tempo que fico la, por todos plantões e noites mal dormidas. Mas como entramos de férias. O hospital acabou dando férias para alguns alunos, e essa era a minha semana de folga. Graças a Deus.

- Eu vou lá me trocar para ir pro escritório. Te deixo em casa no caminho.

- Não precisa, eu chamo um uber - disse e ele parou encostado no batente da porta da cozinha para me olhar.

- Fica no meu caminho, eu te levo - ele falou autoritário e eu não quis nem revisar.

Logo ele sumiu da minha visão e eu lavei as xícaras que usamos. Fui para sala esperar ele e quando ele veio até onde eu tava quase desmaiei. Rafael vestia um terno preto com um vans. Seu perfume era maravilhoso e ele tava gostoso pra porra.

- Tá gostando do que tá vendo? - ele perguntou todo abusado e vindo na minha direção.

- Tá bem bonitinho até - disse e me levantei do sofá.

Ele deu uma risada nasal - bora logo.

- Bora embora - falei divertida e ele riu.

Saímos da casa dele e entramos no elevador, ele morava no sexto andar.

Chegamos no térreo e fomos na direção do carro enquanto riamos de alguma bobagem que ele tinha dito.

O caminho até minha casa foi tranquilo. O Rafa se tornou uma pessoa bacana pra caralho ao meu ver. Ele era muito divertido, além de ter aquela aparência de tirar o fôlego.

- Tá entregue! - ele disse assim que estacionou o carro na frente da minha casa.

- Valeu Rafinha - eu falei e fui dar um beijo de tchau na bochecha dele.

- Até mais - ele disse assim q desci do carro e fiquei esperando ele arrancar e ir embora.

Assim que o carro saiu da minha visão eu entrei em casa, não achei ninguém e provavelmente minha mãe deveria estar no restaurante, então aproveitei pra tomar um banho e dormir mais um pouco.

amores e vícios Onde histórias criam vida. Descubra agora