Capítulo vinte e cinco

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BÁRBARA

- Gustavo do céu! - falei colocando a fantasia na minha frente e me olhando no espelho do forno - eu não acredito nisso - só conseguia rir, só não sabia se era de felicidade ou de graça mesmo.

- Fala aí vida - me cutucou com o ombro - mandei benzão né - abriu um sorrisão e se sentou na bancada da cozinha.

Estávamos almoçando na casa dele quando chegou o entregador com a roupa. Essa ia ser a nossa fantasia da primeira noite de carnaval. Todos anos o Guto era responsável de escolher uma fantasia, desde que éramos pequenos, aí acabou ficando tipo uma tradição.

- Tá lindo demais bê - respondi dando um abraço nele - confesso que eu tava preocupada , achei que tu ia acabar comigo nesse carnaval - guardei a roupa e voltei a me sentar onde tava para terminar o almoço.

Ele soltou uma risada gostosa e voltou a sentar do meu lado para terminar sua comida também - sou um amor pô.

Terminamos de comer e eu fui lavar a louça, o Guto ficou conversando no grupo e resolvendo com o pessoal onde íamos nos encontrar e a hora e me passando as informações. Tinha conseguido convencer o Gael, então o galego ia aproveitar o carna de Santa com a trope.

Como amanhã era o primeiro dia, hoje eu só estava afim de descansar. Quando terminei a louça subimos pro quarto do Guto e nos atiramos na cama.

- Será que a Gabi vai nesse rolê? - perguntei como quem não queria nada.

- Deve de ir né, ela anda com a galera do Caio.

Caio.. Sempre foi normal minha relação com ele, apesar das indiretas/diretas dele eu nunca tinha dado a devido moral que ele tanto queria, mas ultimamente eu simplesmente não conseguia evitar. Parceria que ele tinha se tornado uma outra pessoa pra mim, totalmente atraente e super gostoso.

- Pois é - me acomodei de barriga para baixo e com as pernas para cima, para conseguir olhar melhor pra ele - acho que a Helena vai pirar. Ela sabe que vocês são solteiros? - perguntei já conhecendo minha amiga.

Ele suspirou e passou o dedo na ponta do meu nariz - eu não fazia ideia que ela era emocionada assim. Mina super gente fina, chega junto... mas esses ciúmes dela são apavorantes.

Apoiei o meu queixo na mão concordando com ele - não conhecia total esse lado dela também.. mas é bom tomar cuidado e conversar com ela, deixar a situação toda as claras.

- Eu vou conversar com ela sim vida, quero b.o. amanhã não.

- Isso aí.

Voltei a me deitar na cama e decidimos assistir um filminho, colocamos na netflix e eu escolhi gatinhas e gatões, amo esse filme e o Gustavo que lute assistindo de novo comigo. Ele deitou e eu deitei com a cabeça no peito dele, como já éramos acostumados a ficar. Quando o filme tava quase acabando a porta do quarto dele é aberta bem devagarinho e a cabeça da Madá invade o espacinho.

- Oi amore, entra - chamei ela.

- Achei que vocês estivessem dormindo - ela respondeu subindo pra cama com nós - mó silêncio nessa casa.

- Estamos assistindo um filme pirralha - Gustavo disse e ela se deitou do meu lado.

- To vendo - olhou para a tv e fez careta - que filme é esse?

- Gatinhas e gatões - respondi.

- Onde? - ela perguntou se referindo aos personagens do filme.

- É o nome do filme criatura - Gustavo disse rindo.

- Aaaa - falou entendendo. Muito minha lentinha.

Eu sempre quis ter uma irmã mais nova, mas meus pais não quiseram ter mais filhos. Depois de mim a prioridade deles eram os seus trabalho, sempre foram apaixonados pelo o que faziam. Então quando a tia Ana teve a Madá foi a maior alegria da vida, e eu ganhei uma "irmãzinha", querendo ou não.

Surpreendentemente ela ficou quieta e terminou de ver o filme com a gente, pela cara dela eu sabia que ela não estava gostando muito, mas se reclamasse mais o Gustavo ia correr com ela do quarto.

Quando apareceu os letreiros na tv ela largou um suspiro aliviado e deitou de cara na cama - finalmente!

- Bobinha - me sentei direito na cama, pois minha coluna tava pedindo help já - escolhe o próximo então - joguei o controle pra ela.

- Escolhe um bom, Maria. Não avacalha - Gustavo se meteu.

Ela deu um sorrisão enquanto olhava no catálogo da netflix - relaxa mano, vou escolher um que nunca vimos.

Enquanto ela escolhia o filme eu desci para a cozinha rapidão para fazer uma pipoca e um chimarrão. Coloquei uma água para aquecer e larguei o milho na panela, fiz o mate e fiquei esperando a água e a pipoca.

- Que demora - escuto a voz do Guto atrás de mim - veio fabricar a pipoca?

- Tá quase pronta - dei uma balançada na panela.

Ele se aproximou e me abraçou - Maria tá felizona lá, escolheu três filmes já.

- Deixa ela bê - me virei de frente pra ele e encarei aqueles olhos azuis me olhando. Entrelacei meus braços em seu pescoço e senti o cheiro dele invadir minhas narinas.

Ele roçou nossos narizes num beijinho de esquimó - to com saudade, vida - sussurrou e me deu um selinho. Sei que deveria impedir ele, mas eu também estava com saudade. O selinho se transformou num beijo, a língua dele invadiu minha boca, a mão dele segurou no meu rosto e me puxava pra mais perto, antes do beijo tomar outra proporção nos afastamos e um cheiro de queimado tomou conta da cozinha - a pipoca - ele falou.

- Merda - desliguei o fogo e pela glória não tinha queimado tudo, só algumas. Coloquei o que sobrou numa vasilha e pegamos o mate.

No quarto a Maria tava mexendo no celular - que demora, ein - reclamou.

- A pipoca demorou, bebê - respondi e me sentei do lado dela.

Nos acomodamos na cama e fomos ver o filme. Ela tinha escolhido uma comédia infantil de cachorro. Nem amo né.

Depois da tarde com o Matias vim pra minha casa, tava caindo de sono e só queria dormir. Minha mãe tinha feito uma janta maravilhosa, eu sou muito cadelinha da comida dela, eu sei. Jantamos em família e eu vazei pro quarto. Tomei um banho relaxante sem lavar os cabelos e cai na cama. Fiquei um tempo mexendo no celular e falando com um pessoal, quando uma notificação fez meu coração disparar.

 Fiquei um tempo mexendo no celular e falando com um pessoal, quando uma notificação fez meu coração disparar

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