SANTA HELENA DE GOIÁS, 15 DE FEVEREIRO, 2014
"E ai viadinhos, prontos para trocar a rodinha no intervalo" Disse Jhonny, um moleque do colegial zoando a mim e a Rogério no intervalo enquanto jogávamos cartas de pokémon em uma mesa no refeitório. "Vai pro inferno Jhonny, vai se encontrar com sua turma vai". Diz Rogério enquanto sacava uma carta no baralho. "Pro inferno vou mandar é sua namoradinha aqui". Disse Jhonny, o valentão, pegando minhas cartas da mão. "Devolva agora seu palhaço, deixa a gente em paz". Gritou Rogério.
"Ta vendo galera, como que ele fica puto quando mexe com a namoradinha dele?" Disse Jhonny zombando da minha cara. Fiquei ali com cara de tacho, sem poder fazer nada. Então Rogério cerrou os punho esquerdo e enfiou um belo soco na cara de Jhonny, que logo avançou na gente. Ele não era tão maior que a gente, foi então que Rogério olhou pra mim e disse: "Como em Street Fighter maninho, bora dar um meia lua e bolinha nele". Disse Rogério bem humorado, como se estivesse adorando aquilo, enquanto eu parecia uma garotinha com as pernas trêmulas com medo de apanhar. "Parem já com isso". Disse o diretor correndo em nossa direção e ultrapassando o grande círculo amontoado de pessoas que estavam eufóricos vendo nossa luta patética contra garotos do ensino médio. "Vamos todos para a diretoria agora". Ordenou o diretor.
Após a aula, ambos ganhamos algumas ocorrências e advertências, mas os garotos valentões ganharam uma bela suspensão.
"Não precisava daquilo tudo, eram apenas cartas idiotas mesmo". Falei para Rogério. "Tá zuando, Josué? Eram suas cartas mano. E o Jhonny é um filho da puta". Disse Rogério sorrindo. "Eu só te meto em confusão". Respondi.
"Entenda uma coisa. Aos nossos 5 anos, lembra da promessa que fiz a você? Que eu sempre estaria com você e iria te proteger. Vai ficar tudo bem, mano!". Disse Rogério me dando um abraço pela lateral e dando um leve soco no meu peito. "Você sabe que odeio essa palavra, Tudo vai ficar bem." Disse eu constrangido pelo abraço.
"Essa palavra só ganha significado quando você acredita, maninho". Disse Rogério com aquele sorriso que por incrível que pareça me fazia acreditar: Tudo vai ficar bem...
PRESA POR PRESA, GARRA POR GARRA.
Deitado ali no chão, via meu sangue escorrer pelos ferimentos do meu braço, me fazendo ficar um pouco tonto e com a visão embaçada. Do meu lado, vi aqueles dois cães enormes brigando. Eu me questionava como isso era possível já que Pedro matou Rogério em sua forma lobo. Mas eu somente vi quando José me arrastou para perto dele e dos demais.
"Temos que aproveitar a oportunidade e encontrar a chave nas roupas do Chico". Disse Pedro. "Precisamos acabar com o Francisco, não podemos fugir sem dar um fim nisso". Disse José procurando uma arma no chão dos capangas de Chico. Logo, o delegado já estava com uma calibre 38 em mãos recarregada. Eu corri até a caminhonete vermelha de José e peguei a espingarda a recarregando com a última bala também.
A briga entre pai e filho estava terrível. Eram mordidas e arranhões por todos os lados, sangue e pelos voavam enquanto eles rolavam naquela estrada. Estava difícil atirar em Chico.
"Mais que merda, eu não consigo atirar com eles assim". Resmungou José.
Neste momento, Rogério já muito ferido parecia estar perdendo, recebendo muitos arranhões e mordidas em todo seu corpo, até que ele sofreu tanto dano que voltou a forma humana. Chico em sua forma de besta, ficou então sobre as duas patas observando Rogério ali deitado no chão, enquanto preparava para enfiar as garras nele. Então, de maneira que Chico não esperava, balas estavam atingindo suas costas. Era José, que ia caminhando até a fera e atirando com a arma que quase não causava dano no monstro.
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A BESTA
TerrorJosué Fernandes vive uma vida super comum em uma pequena cidade no interior de Goiás, onde começa receber relatos de animais mortos de maneira sinistra levando as pessoas a se questionarem oque pode estar acontecendo. A curiosidade de Josué e seus a...