Entramos o mais rápido possível na caminhonete vermelha que já estava toda amassado pelas pancadas que Rogério deu no veículo em sua forma lobina. Após José acelerar bastante, saímos cantando pneu na poeira da estrada. Porém, Chico estava bem atrás, e Léo estava com ele e mais dois caras. Léo e o que parecia ser os capangas do Chico estavam atirando na gente. Então uma perseguição pela estrada começou novamente, e agora estávamos lidando com outra fera: o ser humano.Em alta velocidade, fazíamos as curvas de forma que éramos arremessados para o outro lado da caminhonete, enquanto o corpo de Rogério balança lá atrás. Aquilo partiu meu coração, mas não dava mais para tirar ele dali, precisamos fugir de Francisco.
"O que vamos fazer agora? Estamos sem balas para revidar." Disse Pedro.
"Calma que eu ainda tenho umas balas aqui na minha arma". Respondeu José. "Esse inferno não acaba, só quero encintrar meus pais, mais que merda". Disse Ceci desesperada abaixada para não ser pega pelas balas que se perdiam na perseguição.
No meio de toda essa chuva de balas, os pneus do veículo furaram, e perdemos o controle total, nos fazendo parar ali no meio do mato fora da estrada, pois não havia mais condições de escapar.
"Saiam todos com a mão pra cima aí de dentro ou eu mato esses dois aqui". Disse Léo apontando a arma para duas pessoas no fundo da caminhonete. Eram os pais de Cecília.
"Aqueles são meus pais? Meu Deus, são eles, Léo, não, por favor, não faça isso Léo, por favor" Gritou Cecília, sem forças de tanto desespero. "O que você tá fazendo seu arrombado de merda" Disse Pedro correndo em direção ao Léo pronto para meter um soco nele. "Sai daqui sua putinha" Diz Léo dando uma coronhada na cabeça do Pedro que cai no chão desacordado. "Não! Pedro, mano, não! O QUE DIABO VOCÊS ESTÃO FAZENDO SEUS DESGRAÇADOS?". Bradei com todo o ar de meus pulmões.
"Não esperava vocês se meterem nisso tudo até chegar nesse ponto". Disse Francisco descendo da caminhonete e caminhando até nós. "Logo você, Josué, que por muito tempo tive como um filho". Disse Francisco se aproximando de mim. "Filho? Olhe ali o seu filho...olha o estado que ele está. Você não tem moral para falar nada, seu...seu...". Respondi queimando por dentro com as chamas da fúria. "Seu o que? Vamos bote pra fora todo esse sentimento aí. Não consegue né? Pois bem, acha que eu queria que tivesse chegado nesse nível? Acha que eu queria que as coisas tivessem pegado esse caminho? De certa forma, está feito, pelo menos vocês amenizaram a dor do meu filhinho". Disse Chico, com um olhar frio olhando o cadáver de Rogério.
"Suas palavras são vazias e frias, assim como sua alma, maldito". Resmunguei.
"Alma? Eu a vendi a muito tempo... aliás, antes de vocês morrerem aqui, para eu dar um fim nisso tudo, acho que vocês merecem uma explicação. Ah, já ia me esquecendo...rapazes peguem a outra surpresa no fundo da caminhonete". Ordenou Chico ao seus capangas.
Eles carregavam uma espécie de saco nas mãos, que haviam tirado do fundo da velha D20 azul marinho. Havia algo lá dentro, então eles abriram o saco e jogaram o que parecia ser uma cabeça decepada. Era a cabeça de meu pai. Quando vi aquilo, eu entrei em desespero e senti um terror terrível subindo de minha espinha até os demais ossos de meu corpo. Então soltei um grito misturado com choro ali mesmo, ajoelhado no chão.
"Isso se chama queima de arquivo. Seu pai tentou se meter comigo, e isso aí é o que acontece quando se metem onde não devem". Disse Francisco pegando a cabeça e colocando novamente no saco. "Como? Porque fez isso com ele?" Perguntei aos prantos. "Digamos que vocês foram longe demais, onde esse seu irmão aí invadiu a minha casa e pegou algo que é meu, e seu pai sabia demais sobre um assunto que vocês não deveriam ter se metido, aliás fico surpresos de pessoas como vocês terem descoberto. Parece que não vai ser dessa vez né delegado? Acho que Santa Helena vai precisar de um novo homem da lei". Disse Francisco caminhando até José.
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A BESTA
HorrorJosué Fernandes vive uma vida super comum em uma pequena cidade no interior de Goiás, onde começa receber relatos de animais mortos de maneira sinistra levando as pessoas a se questionarem oque pode estar acontecendo. A curiosidade de Josué e seus a...