Contos de uma Lady

Caminhada

Henry já me surpreendeu diversas vezes. Muitas de verdade... Em quase todas, fiquei realmente chocada com sua ousadia e sua lábia. Jamais pensei que seria tão fácil fazer com que eu me rendesse aos toques quentes dele, aos apertos em minhas coxas, às mordidas e sussurros que me arrepiam dos pés à cabeça.

Deus do céu, não tem como não se render. Ele é todo desejo e tentação e eu sou toda querer... ele sabe exatamente o que mexe comigo e faz tudo o que meu corpo não suporta aguentar. Henry é personificação de tentação e eu adoro isso.

Adoro que ele me queira tanto quanto eu o quero, porque ele pode ser tudo isso e fazer meu corpo tremer só ao sussurrar, mas eu também sei que mexo com ele. Eu sei que ele sua frio quando não pode me tocar e eu o enlouqueço. Eu sei que quando ele me tenta e eu o tento com mais ambição, suas pernas também falham.

Como agora. Eu estou totalmente tremula com nossa conversa. Estamos no baile da Madame Calley e ele não parou de me jogar insinuações. Insinuações quentes que eu estou amando receber e ansiosa para satisfazer.

Acenei para Calley que passou por mim e pulei ao sentir alguém colocar a mão em minhas costas.

— Se divertindo? — Henry perguntou, se colocando ao meu lado, ainda segurando minhas costas.

Pigarreei. — Sim e o senhor, Sr. Thantry?

— Não como eu gostaria, mas não é de tudo ruim... — Ele veio para mais perto e cochichou. — Você está aqui, não está? Já me anima bastante.

Eu o encarei. — Te anima minha presença?

— Não sabe o quanto.

— Não sei porquê... em sua cabeça, acha que vamos fazer algo além de nos ver de longe e dançar alguma música ao fim da festa?

Senti seus dedos me apertarem e subirem para minha nuca. Engoli em seco e ele respondeu.

— Ah... eu acho que vamos fazer muito mais que isso. Sempre fazemos, não é? Não quero que hoje seja diferente. Você... — Ele apertou os dedos em minha nuca e eu não consegui não fechar os olhos. Foi uma sensação deliciosa. — Você acha que poderíamos respirar um pouco de ar fresco?

Minhas pernas quase cederam e ele teve que usar a outra mão para me apoiar. Se não fosse todas as pessoas ali presentes, eu me jogaria em seus braços sem pensar duas vezes.

— Não consegue me responder? — Ele perguntou com um tom divertido na voz. — Ótimo... quer dizer que tenho alguma chance.

Abri meus olhos e sorri. — Você sempre tem chance, Henry....

E foi aí que vi seus olhos brilharem. Henry respirou fundo e entrelaçou seus dedos nos meus.

— Vamos.

— Agora? — Perguntei arrastadamente.

Henry se virou de frente para mim e colou nossos corpos como numa dança de tango excitante. Meu ventre pulsou e eu engoli em seco, encarando sua boca que estava perto o bastante para que eu pudesse morde-la...

— Sim, agora. Se não quiser ser a protagonista de um escândalo em meio aos convidados de Calley.

Ele arqueou uma sobrancelha e eu senti meu coração acelerar. Eu engoli em seco pela milésima vez e ele riu ao perceber.