Sob a pele de Kim Taehyung estava tatuada os números: 3, 0, 4.
Taehyung olhou nos meus olhos por alguns segundos, e se virou de costas, indo para o fim do corredor, onde ficara pelas próximas horas. Hoseok e Namjoon ainda riam com o ocorrido e eu tive minhas próximas horas de viagem atormentadas pelo número 304 e seus possíveis significados. Não consegui imaginar as relações entre Taehyung e o número. Sobre o tabuleiro, Taehyung mecher as pessoas fora minha única explicação. Mas o que eu alucinei no meu quarto não tinha sido ele, não podia ser. Algo estava muito, muito errado. Pelas próximas horas de viagem eu não consegui pensar em outra coisa se não isso, mesmo com meus fones de ouvido tocando minhas músicas favoritas no volume mais alto. Os garotos começaram a se ajeitar e eu recebi a notícia de que, finalmente, o avião estava descendo. Taehyung ainda não havia voltado, mas não que eu me importasse
— Hye. — O manager me chamou. Me virei para ele, assim como todos. — Fique ao lado de Jeongguk todo o tempo.
— Dama de companhia, entendi. — assenti prontamente. Jeongguk sorriu enquanto dobrava a barra de sua calça jeans surrada. Calcei minhas sapatilhas e esperei o avião pousar devidamente. Gritos e mais gritos invadiram meus ouvidos, olhei pela janela, observando centenas de fãs que estavam alí esperando pelos meninos. Algumas possuíam seu rosto pintados por diversas cores, usavam bandanas e seguravam cartazes. Suspirei nervosa imaginando qual seria a reação delas ao me ver ao lado de Jeongguk.
— Vamos? — Jeongguk me tirou dos pensamentos. Já estava de pé, visivelmente animado para encontrar suas fãs. Sorri gentilmente e me levantei, ficando ao lado dele. Descemos a escada do avião, recebendo calorosos gritos das pessoas que estavam ali. A animação dos garotos foi fácilmente percebida. Taehyung foi o último a descer do avião, com um sorriso imenso. Correu com Namjoon e Hoseok, fazendo vários high fives entre as fãs, que gritavam cada vez mais. Jin e Jeongguk acenavam para as meninas mais comportadamente, assim como Yoongi. Jimin pulava animado entre algumas fãs, fazendo as mesmas gritarem seu nome. Riu. Algumas me mencionaram algumas vezes, mas me deixavam de lado quando algum dos meninos se aproximavam. Agradeci mentalmente por isso.
— Isso é insano. — Foi a primeira coisa que eu disse, assim que as portas do elevador se fecharam. Até mesmo na recepção do hotel havia algumas fãs.
— É incrível. — Jeongguk sorriu. Os outros concordaram. Eles realmente faziam tudo pelas fãs, e ver sua dedicação me fazia começar a entender o que eles sentiam. Principalmente Yoongi, que possuía hoje as olheiras mais escuras por conta de sua dedicação com as letras.
— FINALMENTE, O AR FELIZ! — Hoseok exclamou, assim que entramos no quarto do hotel que, era absurdamente grande.
— Não entendi essa do ar feliz... — murmurei, sincera.
— Não entendeu? Ouve isso. — Jimin me abraçou de lado. Murmurei um "ouvir o que?"
— O som das fãs. — Namjoon explicou, empurrando Jimin pelos ombros para que ele me soltasse. Jimin reclamou e Namjoon cerrou os olhos. Ciúmes. — É incrível.
— Ei, ei! Olhem pra cá. — Jimin pediu atenção, subindo em cima da cama. Todos olharam para ele, percebi que estava com o celular na câmera frontal.
— Não. Sem fotos! — Escondi meu rosto.
— Vamos lá. Só uma pra mostrar que chegamos. — Jimin fez biquinho.
— Vocês, sim. Eu, não.
— Nada disso, vamos, Hye. Aparece só em uma. — Jeongguk pediu.
— Para de besteira, Hye. — Namjoon colocou o braço em volta do meu pescoço e sorriu para a foto. Assenti derrotada não muito feliz, mas dei o meu melhor sorriso para a câmera.
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Comatose
RomanceAcordar de um coma sem memórias do passado é algo assustador. E era isso que Kim Shin Hye estava passando. Ao acordar sem lembranças da sua vida e com um único rosto em mente, Hye encara problemas e se vê obrigada a desvendar os mistérios de seu pas...