"Senti como se eu estivesse me afogando, meus pés não tocavam o chão, meu corpo estava rígido, era uma péssima hora para meu sistema biológico funcionar e me fazer inconsciente; eu estava sendo queimada de dentro para fora, uma situação horrível, um péssimo jeito para morrer, devo acrescentar. Já estava a parar de sentir qualquer sensação, lembranças passavam em minha mente e no fundo vi uma luz. Era agora, minha vida acabou aqui. Antes que eu chegasse a luz, senti meus braços sendo puxados bruscamente para superfície..."
Seul, capital da Coréia do Sul. 8h55am.
Mais um dia.
Kim Namjoon acordara desanimado. Não que fosse novidade, afinal, havia acabado de acordar da mesma maneira que estivera acordando nas últimas semanas. Desanimado, desacretidado, sem esperanças. Não era essa maneira que ele esperava acordar, principalmente em suas primeiras férias do Bangtan - seu grupo sul-coreano de cantores -. Deveria estar se divertindo com seus companheiros, rindo das piadas do seu amigo Hoseok, ou talvez zoando a personalidade fechada de Yoongi. Não que estivesse sozinho, seus amigos do Bangtan estavam fazendo uma "Colônia de férias" em sua casa. Mas, apesar de estar com seus melhores amigos, nada o fazia feliz. Todos os dias ele acordava, se alimentava, e ficava deitado em sua cama, lamentando sua tristeza.
Tristeza que tinha nome, sobrenome e um rosto angelical: Kim Shin Hye.
Ou, de um jeito mais prático: Sua irmã mais nova. Namjoon estava não apenas sofrendo com a perda parcial de sua irmã, mas também estava em um misto de emoções e sentimentos que nem mesmo ele sabia explicar o que estava sentindo. Raiva. Rancor. Raiva de todos a sua volta - exceto, seus parceiros de banda - pois todos aceitaram e combinaram não contar para Namjoon o dia que sua irmã fora acidentada e entrara em coma. Isso era um pecado imperdoável. O pior talvez foi depois ver o rosto de cada um dos mentirosos, dizendo e concordando que era o melhor para o futuro de Namjoon e Bangtan manter isso em segredo. Era mais do que óbvio que ele não concordou.
Rancor. Rancor de si mesmo. Poderia ele ter sido um irmão melhor? Incontáveis sim apareciam em sua mente, indicando que com certeza ele fora um dos piores irmãos já tidos na face da terra. Ele vasculhava em sua mente. Quando foi a última vez que ele deixou seus treinos para ir em um aniversário da irmã? Ou talvez, quando foi a última vez que ele deixou suas responsabilidades fúteis para passar um dia com Hye? Não conseguia se lembrar. Óbvio que, ultimamente, nesses últimas semanas - que foram as semanas que, ele havia descobrido sobre o coma da irmã - mudaram completamente sua personalidade. Precisava dela novamente, precisava que ela acordasse. Precisava ser um irmão melhor e dizer com seus atos o quanto estava arrependido de não tê-la tratado da maneira que deveria. Da maneira que ela merecia.
- RAP MONSTER. - ouviu o grito esganiçado do seu companheiro de grupo, Hoseok. Um dos seus melhores amigos, devia acrescentar. Hoseok era uma das pessoas mais felizes e radiantes que ele já havia conhecido, sempre estava com piadas na ponta da língua e um sorriso aberto em sua face. Na maioria das vezes, ele era quem deixava Namjoon feliz. Na maioria das vezes.
- O que é? - questionou, revirando os olhos. - Puta disposição 'pra gritar essa hora da madrugada.
- Telefone pra você. - Hoseok sorriu abertamente, ignorando o comentário de Namjoon, visto que já estava quase completando as nove da manhã. Namjoon juntou as sobrancelhas, olhando para o telefone residêncial, confuso. - Anda, atende!
- Kim Namjoon. - se apresentou formalmente para a pessoa que estava do outro lado da linha, seja quem for.
"- Olá, bom dia, Kim Namjoon. Eu sou a Srta. Yui, secretária do Dr. Theo e representante do departamento médico da metrópole de Seoul. Gostaria de informar que a paciente Kim Shin Hye reagiu aos últimos remédios e acordou, também gostaríamos de incitar a sua presença-"
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Comatose
Roman d'amourAcordar de um coma sem memórias do passado é algo assustador. E era isso que Kim Shin Hye estava passando. Ao acordar sem lembranças da sua vida e com um único rosto em mente, Hye encara problemas e se vê obrigada a desvendar os mistérios de seu pas...