9. Recusa.

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Park Jimin havia me beijado. 

Fiquei paralisada por meio segundo, absorvendo a situação. Os lábios de Jimin estavam colados ao meu, em questão de momentos Jimin pediu permissão com sua língua e eu cedi, no mesmo segundo senti suas mãos de encontro à minha cintura, se sentando e aprofundando o beijo, fazendo minhas mãos automaticamente irem à sua nuca. O beijo de Jimin era gostoso, provocante, único. Não que eu me lembre de ter beijado alguém antes, mas eu tinha certeza que Jimin estava sendo bom no que fazia. Jimin mordeu meu lábio inferior, dando espaço para respirarmos e logo tomou meus lábios novamente, me puxando para mais perto do seu corpo, e levantando meu vestido com suas mãos. Minha sanidade mental estava perdida em algum canto do mundo, e percebi isso quando vi que meu vestido já estava quase — muito — acima do meio da minha coxa. Ouvi um barulho vindo da minha direita e me amaldiçoei mentalmente por ouvir tão bem. E por ser tão medrosa.

— Jimin... — o chamei, cortando o beijo.

— Hm? — indagou. Desceu os lábios pelo meu pescoço.

— Você ouviu isso? — questionei. 

— É coisa da sua imaginação. — Jimin subiu seus lábios até se encontrarem com os meus. Ouvi um barulho mais alto. — Agora eu ouvi. — Jimin estremeceu, se separando um pouco de mim. Colocou a mão no bolso e pegou o seu celular, me perguntei mentalmente o que ele faria com isso. Logo ele ligou a lanterna. À nossa esquerda, de onde havia vindo os barulhos, havia um tipo de pedra redonda, que tampava um lugar. — O que será que tem ali? — Jimin sorriu.

— NÃO! — exclamei. — Jimin, não. — O segurei pelo braço, vendo que Jimin se levantava. — Não vamos lá.

— Ok. Eu vou sozinho. — Ele disse simples, se levantando enquanto se soltava dos meus braços. 

— Jimin. Jiminnie. Jimin-ah. — O puxei pelos ombros. — Pode ser um assassino. É melhor ficarmos aqui e esperar ajuda. Sem fazer barulhos.

— O que eu quero fazer com você é algo que faz muito barulho. — Jimin sorriu provocante, fazendo minhas pernas bambearem. Mas, logo deu meia volta e colocou toda sua força para afastar a pedra um pouco, dando lugar para ele passar. — Estou curioso.

— Não. Por favor. — sussurrei. — Não me deixa aqui.

— Vem comigo, então. — piscou. — Eu te protejo. — Jimin sorriu. Ir com ele, ou ficar aqui? 

— Hmpf. — suspirei, derrotada. Optei por ir com Jimin, afinal, eu teria uma companhia, ao menos. Jimin apertou minha mão e eu o segui com passos lentos, até a entrada da passagem. Jimin havia arrastado o suficiente para nós passarmos sem dificuldade. — Jimin, isso não parece seguro. — murmurei. Jimin iluminava o teto e as paredes, tudo feito de pedras. Não conseguíamos ver à frente, era apenas um longo corredor. — Jimin... — choraminguei. Minhas pernas tremiam mais a cada passo e meu coração estava acelerado. Já Jimin, estava exatamente ao contrário. Seu sorriso aventureiro provava isso.

— A passagem é longa. — Jimin comentou.

— Sinal para voltarmos. 

— OI. TEM ALGUÉM AÍ? — Jimin gritou. Ouvimos ecos.

— Não grita. Por favor... — sussurrei. Abracei seu braço, com medo.

— Desculpe.

— Os meninos vão voltar e-

— Só mais um pouco, Hye. — pediu. Suspirei derrotada, mas um pouco mais tranquila pelos barulhos terem cessado; estava andando com meus olhos fixados no chão, enquanto Jimin provavelmente observava e absorvia cada detalhe no lugar. Desejei que ele fizesse isso muito bem, pois será a única aventura que terá nesse lugar. 

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