Larissa
Acordei com muita dor de cabeça e dor nos olhos. Estava sentido uma grande vontade de vomitar por conta do cheiro do barraco e do fedor de cigarro que vinha de fora. Me apalpei pra ver se meu iphone estava no bolso, e estava mas sem bateria, merda. Quando levantei senti todo meu corpo quebrado como se meus ossos tivessem triturados. Fui para o lado de fora do barraco e estava o mesmo menino que me trouxe, ele tentava fumar o cigarro e quando me viu derrubou o cigarro com o susto. Sai de lá e fui andado mas ele me gritou.
—Ou! Vai pra onde?— veio atrás
—Te interessa? Não sou prisioneira não. Na verdade nem sei o que tô fazendo aqui
— O patrão não deixou tu sair não. Se tu sair ele me degola— dei um sorriso debochado
—Tô nem aí
—Calmaê que vou passar a visão pro chefe— ele pegou um radio e foi pra um canto falando alguma coisa que não ouvi— Ele disse que é pra eu te levar até a saída do morro. E disse também que é pra tu não aparecer de kô de novo se não ele corta tuas pernas, se ligou?
—Diz pra ele que nunca mais piso meus pés nesse ninho de rato
—Jaé — foi pegar a moto que estava encostada
Subi na moto e ele seguiu pra saída do morro Onde ele me deixou.
—Qual teu nome mermo patricinha?
—Larissa. Por quê?
— Nada não. O recado do patrão tá dado. Qualquer coisa é só chegar pra falar com PL
Ele arrastou a moto me deixando sozinha sem rumo nenhum.
Milena
Ontem depois do ocorrido passei o resto do dia chorando. Minha mãe até perguntou o porque do olho vermelho e eu mais uma vez menti dizendo que era retine atacada.
Fui até a padaria do seu Antônio e fiquei esperando a Mikaela do lado de fora.
—Demorei?
—Até que não. Vamos
—Mikaela?— o pai dela a chamou me encarando com cara feia— Juízo
—Tá bom pai. Beijos!
Fomos descendo o morro em silêncio até que decidir quebrar o silêncio.
—É impressão minha ou seu pai estava me olhando feio— ela fica meio sem jeito pra falar
—É que tá rolando uns boatos por aí que você é a nova amante do Corujão— me assustei
O que? Como assim?
—É sério. Por isso meu pai não me quer andando contigo
—Mas isso é mentira. Eu nunca ficaria com um traficante. Eu andei de moto com ele mas foi contra minha vontade.
—Eu acredito em você amiga— dei um sorriso fraco
Uma moto para do nosso lado me fazendo assustar enquanto Mikaela rir da minha cara.
—Quer carona até a saída?— o menino pergunta pra Mikaela
—Não tô de boa. Tá indo pra casa é?
—Tô. passei o dia de plantão vigiando uma patricinha — ele me olha com um sorriso nos lábios —Apresenta a amiga aí Mika
—Essa aqui é Milena. Milena esse aqui é meu irmão Paulo Lucas, conhecido como PL
—Gostei viu—riu
—Criança — ela da um soco de leve no seu braço
—Tô indo lá. Fui — Arrastou a moto
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Perdida no Morro
Ficção AdolescenteBabilônia, um sistema capitalista em que todo mundo só pensa em poder, no lucro e na propriedade, pregando a individualidade e esquecendo da importância do próximo em nossas vidas. "Enquanto uns querem sair outros entram nessa Babilônia." Capa feita...